Não se dope: enfrente tudo como homem

O abuso de substâncias aumentou com a pandemia, mas os danos que causou não ficarão restritos a esse período

Uma pesquisa recente da Fair Health, empresa que analisa dados do sistema de saúde privada nos Estados Unidos, revela que o abuso de substâncias controladas e psicoativas entre homens aumentou durante a pandemia de covid-19. E cerca de 63% dos diagnósticos de abuso de substâncias controladas (overdose) foi de pessoas do sexo masculino.

Antes da pandemia, em 2019, o álcool era a substância com maior índice de abuso (47% dos casos entre homens); seguido por opioides (medicamentos com efeitos analgésicos e sedativos potentes, como metadona, fentanil e morfina), com 25% dos casos; e maconha, com 10%. Em 2021, os números passaram para 52% de abuso de álcool, 21% nos casos de opioides e 11% de uso de maconha.

Mas por que tantos se entregam ao consumo desses tipos de substâncias, legalizadas ou não? A maioria, infelizmente, as busca para fugir dos problemas e posterga ou até evita para sempre uma solução definitiva – quando não morre por causa do vício.

É curioso o fato de que abusar de substâncias ainda seja entendido como “coisa de homem” pela mídia, apesar de também existir muita propaganda contra essa ideia. Quem não se lembra de uma famosa propaganda de cigarro com um caubói fumando enquanto um texto convidava o telespectador para ingressar no “mundo da marca fulana” como se fosse o “mundo dos homens”? Ironicamente, cinco dos modelos e atores que interpretaram o vaqueiro do comercial morreram de doenças pulmonares, a maioria delas causada pelo tabagismo.

O álcool também fez várias vítimas entre ícones masculinos (e ínumeros anônimos, claro). O escritor norte-americano Ernest Hemingway (1899-1961) bebia quantidades industriais de álcool todos os dias, o que lhe rendeu ou potencializou a hipertensão, diabetes, perda de memória e a depressão que o levou ao suicídio.

Apesar de ser considerado um dos maiores nomes da literatura, Hemingway foi um péssimo exemplo de “machão”. Ele traiu suas esposas (nenhum de seus casamentos vingou), enchia a cara e corria riscos desnecessários, vendendo uma imagem repleta de testosterona, um péssimo exemplo para os mais jovens.

Outro que vendia de “masculinidade ideal”, mas colecionava derrotas na vida pessoal foi John Wayne (1907-1979), que “enchia a caveira” com álcool como se fosse água a ponto de nem a própria mãe respeitá-lo como homem e humilhá-lo até em público.

Quantos outros, apesar do talento, sucumbiram a substâncias legais ou ilegais e tiveram a vida lamentavelmente abreviada? Elvis Presley, Bruce Lee e Heath Ledger abusaram de remédios e morreram precocemente. Eles eram exemplos de talento e entraram para a eternidade como exemplos de drogados. Robin Williams, um dos melhores atores de sua geração, cedeu ao apelo das drogas e teve um triste fim que contrastou com sua imagem de bem-humorado nas telas e palcos. Ele se suicidou com depressão e cheio de dívidas, apesar de ter ganhado centenas de milhões de dólares com seus filmes.

Esses são só alguns exemplos de homens que procuravam aliviar dor, medo, sofrimento, depressão, ansiedade e outros males com entorpecentes. Apesar disso, como mostra a pesquisa da Fair Health, suas tragédias não serviram de alerta e o abuso das drogas só aumenta. Esses anônimos e famosos que se foram dessa forma sombria reforçam as palavras do escritor cristão J.R.R. Tolkien, o famoso autor da saga O Senhor dos Anéis: “porque um homem que foge do seu medo pode descobrir que, afinal, apenas enveredou por um atalho para ir ao seu encontro”.

Um homem inteligente não busca refúgio em substâncias nocivas, mas em Deus, por meio de Seu Espírito, sempre disposto a ajudar em qualquer situação. “Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento. Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços certamente cairão; Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão” (Isaías 40.28-31). O homem livre do vício está livre para a vida e enfrenta qualquer problema de forma inteligente.

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Colaborador

Redação / Arte: Eder Santos