Não se entregue à dor da perda

Como seguir em frente diante de uma perda? Descubra o que fazer para acabar com o sofrimento e recomeçar

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O seu namoro ou casamento chegaram ao fim? Seus negócios foram por água abaixo? Seu filho se afastou da Presença de Deus? Um familiar faleceu? Só quem está vivenciando uma perda (seja de que tipo for) sabe a dor que ela traz. Os dias ficam cinzentos, a rotina se torna um fardo e muitas pessoas até deixam de ter prazer de viver.

Ao contrário do que muitos pensam, o processo de luto não acontece só quando alguém morre. Especialistas afirmam que o sentimento que temos depois do término de um relacionamento ou de uma demissão se assemelha ao causado pela morte de familiares ou amigos.

A psicóloga Thalita Vargas Leite Martignoni observa que quando um relacionamento termina as pessoas normalmente vivenciam esse processo de luto. “É como se alguém tivesse morrido, mas, na verdade, a pessoa está viva, apenas não está mais presente no dia a dia do
ex-parceiro. A pessoa pode sofrer um choque por não esperar ou não querer o término, o que significa negação, além de ter muita raiva e rivalidade.”

O marido preferiu a amante
Esses foram os sentimentos que a autônoma Maria do Amparo de Sousa,  de 34 anos, teve quando foi abandonada pelo marido. “Em maio de 2014, ele pediu a separação sem dizer o motivo. Fiquei espantada porque não esperava que aquilo acontecesse. Depois descobri que ele estava me traindo havia seis meses e que queria ficar com a amante. Ele falou que nunca tinha me amado e que estava comigo por causa da nossa filha.”

O ex-marido mandou que ela saísse de casa com a filha do casal. Arrasada com o término e com a traição, ela foi morar com a irmã. “Eu ainda tentei voltar com ele. Insisti, mudei, me humilhei, mas ele não quis e ainda levou a amante para morar em nossa casa. Fiquei destruída. Sentia uma dor como se alguém tivesse morrido de verdade.”

Naquele momento, a escuridão tomou conta da vida dela. “Parei de comer, de trabalhar e passei a ter insônia e muitos pesadelos. Eu queria morrer. Vendo meu estado, minha irmã conversou comigo e me orientou a procurar as palestras da Terapia do Amor. Passei a ir às reuniões e entendi que precisava cuidar de mim para conseguir me reerguer.”

Hoje, Maria do Amparo diz que superou a dor da perda e está vivendo uma fase muito feliz. “Estou bem, ainda solteira, mas bem resolvida. A partir do momento que liberei o perdão, minha forma de pensar mudou e passei a ajudar outras mulheres que passam pelo que passei.”

A psicóloga Thalita reforça que com a separação podem ocorrer também outras perdas, como financeiras, de amigos e de pessoas daquele grupo familiar, entre outras. “A dor é subjetiva, mas sua intensidade dependerá do investimento emocional no relacionamento e das próprias estratégias de enfrentamento. É possível que a dor de uma separação seja até maior do que a do luto por morte para algumas pessoas. Por isso, é preciso que a pessoa cuide de si e do seu interior e vença essa situação.”

Família estava nos vícios
Outro tipo de luto que, infelizmente, acontece com frequência é a de ver seu filho desistir da Fé. Foi o que aconteceu com a aposentada Celeste Vasconcelos, (foto abaixo)  de 64 anos. “Quando meu filho completou 18 anos se tornou um jovem revoltado e escolheu uma vida à margem da sociedade e se envolveu com drogas. Doeu muito porque sempre sonhei em ver toda minha família na Presença de Deus.”

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Não demorou muito para que Celeste enfrentasse outras perdas. “Minha filha Juliana, vendo a atitude do irmão, também se afastou da Fé e passou a usar drogas. Juliana chegou a ser presa aos 22 anos. Vendo toda essa desgraça, meu esposo não aguentou o baque e também se afastou. Acabou voltando a beber, depois de ter ficado duas décadas livre do álcool.”

Em suas orações, Celeste suplicava por respostas. “Não entendia o motivo para aquilo estar acontecendo porque antes estávamos todos felizes e unidos, mas não me permiti questionar e apenas orava para que Deus respondesse minhas orações e trouxesse minha família de volta para a Presença dEle.”

Mesmo sendo afrontada constantemente dentro de casa, Celeste não desistiu de buscar a Deus e seguir firme em Sua Presença. “Mesmo com uma dor na alma, me fortaleci e não deixei de acreditar que eles superariam aquela fase. Tive que lidar com muitas brigas, com a polícia na minha casa e muito mais, mas não demorou para que Deus honrasse esse meu sacrifício.”

Depois de sofrerem muitas consequências de suas escolhas erradas, os filhos e o esposo pediram perdão a Celeste. “Foi um milagre. Eles se arrependeram. Meu marido se viu sozinho, viciado novamente em álcool e sem dinheiro; meu filho foi jurado de morte por facções; e minha filha estava morando nas ruas, ficou com 34 quilos e estava com uma doença grave. Claro que aceitei o perdão deles e recomeçamos juntos.” Hoje, a família de Celeste está totalmente transformada. “Estamos na mesma Fé. Posso dizer que eu e minha casa servimos ao Senhor.”

Isso só aconteceu porque Celeste não esmoreceu, como explica o Bispo Edson Gaspar, responsável pelo trabalho evangelístico da Universal no Estado do Tocantins. “Quando presenciamos alguém que amamos se afastar da Fé, não podemos nos deixar abalar por isso.

Como cristãos devemos alertar a pessoa que não concordamos com sua atitude, mas sempre demonstrar amor e carinho. Eu, por exemplo, estou firme na Fé porque minha mãe não desistiu de mim.”

Dinheiro não compra tudo
A culpa é um dos sentimentos mais comuns quando se vivencia uma perda. A pessoa pensa que se tivesse agido de modo diferente aquilo não teria acontecido.

Esse foi o caso da assessora jurídica Jhessica Baccari, (foto abaixo) de 33 anos. “Eu era a mais pobre da família e quem teve menos condição de estudar.

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Então, o que eu almejava era alcançar títulos que me gabaritassem. Nunca me preocupei muito com as questões da alma e do espírito.”

Por conta das decisões erradas, ela ficou com a saúde abalada e quase perdeu o casamento. “Eu tinha três pós-graduações e meu escritório particular, mas isso não me fez prosperar. Focada apenas no trabalho, passei a ter problemas no casamento e depois de saúde. Os médicos constaram nódulos no meu seio e útero. No mesmo ano em que isso aconteceu, a família tinha uma dívidae com um agiota e ela não me deixava dormir. Eu vivia com muito medo, o que me causou problemas cardíacos e duas internações em unidade de terapia intensiva (UTI). Me vi à beira da morte. Eu me sentia culpada por tudo que estava acontecendo e não conseguia achar uma solução.”

Depois de receber um convite da mãe, ela começou a frequentar as palestras da Universal. Ali, Jhessica e o marido descobriram que para recuperar o que perderam precisariam rever suas prioridades. “Quando começamos a obedecer à Palavra, recuperamos tudo que havíamos perdido. Hoje, sou uma empreendedora que se arrisca em desafios grandes, me tornei uma esposa segura, ajudei a pagar as dívidas de familiares, fui curada da síndrome do pânico e deixei de tomar os remédios para o coração e para a ansiedade. O mais importante é que recebi o Espírito Santo e conheço o caminho para vencer.”

Fé abalada pela morte
Após a morte do pai, a contadora Clarissa Roldan, (foto abaixo)  de 34 anos, questionava a existência de Deus. “Meu pai faleceu em um cela, preso, vítima de um ataque cardíaco fulminante. Fiquei arrasada.”

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Clarissa diz que não entendia por que seu pai morreu naquela situação. “Me senti frustrada, pois acreditava que ele sairia da prisão, reconstruiria sua vida e que glorificaria o nosso Deus. Não entendia por que Ele permitiu que isso acontecesse. A confusão de sentimentos se instalou. Fiquei sem Fé.”

O pai de Clarissa tinha sido alcançado pelo trabalho do grupo Universal nos Presídios (UNP). “Por meio do trabalho da Universal, ele teve a oportunidade de conhecer a Palavra de Deus. Algum tempo depois recebi uma carta dele pedindo perdão à família pelas falhas que havia cometido conosco e afirmando que tinha encontrado o nosso Deus.”

Mesmo sabendo da conversão do pai, Clarissa teve muita dificuldade para enfrentar o luto. “Não conseguia me concentrar no trabalho, chorava muito e sentia muita angústia. Cheguei a achar que Deus não se importava com a minha dor, que Ele era indiferente, que não ouvia as minhas orações nem considerava a minha Fé.”

Tudo mudou quando, após uma reunião na Universal, Clarissa orou com sinceridade. “Pedi ajuda a Deus para vencer aquele vazio que a ausência do meu pai estava causando em meu coração. Foi aí que percebi que precisava do Espírito Santo para suportar aquela dor.

Então, clamei por Ele e o Espírito Santo veio sobre mim. Posso dizer que foi um divisor de águas. Hoje estou em paz com relação ao falecimento do meu pai e com a forma como tudo ocorreu. Compreendo que Deus respondeu às minhas orações e concedeu a ele a maior dádiva que um ser humano pode ter: a Salvação. Não ocorreu como eu projetava, afinal não possuímos o controle dos acontecimentos e muito menos da vida de alguém. Hoje, quando a saudade bate, falo com Deus e lembro que devemos olhar para a frente e lutar pelos que estão vivos.”

Pais enterram seus filhos
Não é a ordem natural da vida que os pais vejam os filhos morrer. E, quando eles se vão, o que resta é o sofrimento por terem de sepultar quem viram nascer e crescer.

Há dois anos, o casal de empresários Ada Mathias Ribeiro, (foto abaixo) de 56 anos, e Adalberto Ribeiro, de 54 anos, teve de encarar essa situação. “No dia 9 de dezembro de 2017, às 2 horas da madrugada, recebemos uma mensagem de texto dizendo: ‘tia, o Michael morreu’”, afirma Ada.

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Michael Ribeiro, então com 19 anos, voltava de uma festa com amigos quando foi atropelado por um ônibus. “Ele estava pedindo para que o motorista parasse porque tinha esquecido um boné no ônibus, mas ele não parou, atropelou meu filho e fugiu. No local do acidente nos deparamos com uma cena horrível: meu filho jogado no solo, morto”, diz Adalberto.

Na época, o casal estava firme na Fé e buscou o consolo em Deus. “Não é natural os pais enterrarem um filho, mas decidimos não questionar Deus, mas pedir a Ele paz e força para superar o fato”, afirma Ada.

Dois anos depois, a saudade permanece, mas Adalberto diz que eles têm sabedoria para lidar com o que ocorreu. “Deus usou nossa perda para que pudéssemos ajudar outras famílias. Isso nos fortalece. Se não fosse o Espírito Santo, não teríamos conseguido lidar com a morte do Michael. Infelizmente, faz parte da vida e precisamos nos preparar para lidar com as perdas, sejam elas quais forem.”

Como superar?
Perder algo ou alguém gera sofrimento, mas é inevitável ter de passar ele em algum momento da vida e, por isso, é preciso estar preparado. “Vencer (as) dores = vencedores. Quando o Senhor Jesus fala de vencedores, Ele não se refere aos que conquistam coisas e pessoas, mas aos que permanecem fiéis a Ele até o fim. Não sabemos o dia de amanhã, mas, se você for fiel, Deus lhe dará todo sustento para vencer e superar suas perdas”, diz o Bispo Edson Gaspar.

A psicóloga Thalita Vargas acrescenta que a Fé oferece várias possibilidades de ressignificação de uma perda. “As pesquisas mostram a importância da Fé para uma vivência saudável do luto.”

Quando se compreende a existência da eternidade, as perdas ganham outro significado. A Igreja Universal do Reino de Deus está de braços abertos para ajudar você a transformar o sofrimento em aprendizado. Procure um templo próximo de você e lute pela sua felicidade. Para mais informações, acesse universal.org/localizar/.

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Colaborador

Ana Carolina Cury / Fotos: Gilberto Vidal, Getty Images, Demetrio Koch / Arte: Edi Edson