Não seja ingênuo, o carnaval é uma coisa espiritual…

Imagem de capa - Não seja ingênuo, o carnaval é uma coisa espiritual…

No Brasil é comum ouvirmos que “o ano só começa depois do carnaval”. Mas a tal festa que acabou se tornando um símbolo cultural existe há mais de 3 mil anos e é muito mais do que as fantasias, a curtição e os desfiles como vemos hoje em dia.

Essa, que é uma das festas mais antigas do mundo, era dedicada ao deus do vinho (Baco para os romanos e Dionísio para os gregos) e marcada pela entrega das pessoas aos prazeres da carne, como à embriaguez. E como tudo, com o passar do tempo, ela foi se adaptando às culturas e chegou à versão atual que vemos marcar o calendário, ocupar as ruas, estampar as manchetes e até desperdiçar verbas públicas que poderiam ser destinadas à saúde, à educação e à segurança.

Etimologicamente, a palavra carnaval vem do latim carnem levare e significa “afastar-se da carne” ou “se despedir da carne”. Não à toa, ele é celebrado às vésperas da Quarta-Feira de Cinzas – data em que muitos religiosos iniciam um jejum de 40 dias, conhecido como Quaresma, em preparação para a Páscoa, quando lembramos o sacrifício e a ressurreição do Senhor Jesus Cristo – numa ideia subliminar e insana de que “já que vou me entregar a Deus, antes, preciso me entregar aos prazeres e satisfazer à minha carne”. Sabe o que é o mais deplorável nisso tudo? É que a maioria das pessoas nem sequer tem consciência de que é isso mesmo que estão fazendo.

… e o mal leva isso muito a sério
Por que o carnaval é uma coisa espiritual? Porque muitos o associam a uma alegria inofensiva, mas, na verdade, ele é o ápice da hipocrisia. Isso porque, nesse período, é constatada em todas as edições da festa, seja nas passarelas, seja nos blocos espalhados nas ruas de muitas cidades Brasil afora, a explosão de acidentes de trânsito, as tragédias e a violência com muitas perdas humanas. Também é quando muitos iniciam suas experiências com as bebidas, as drogas, a promiscuidade e ocorre muita gravidez indesejada, além das doenças sexualmente transmissíveis.

Tudo isso impacta as famílias e muitas delas são desfeitas. E na quarta-feira, talvez movidas pelo remorso, muitas pessoas se penitenciam com as cinzas. Isso faz algum sentido?

O que se percebe nesse período é que as forças do mal agem deliberadamente e as pessoas, totalmente vulneráveis, são as maiores vítimas e presas fáceis, mas não se dão conta disso. A necessidade de satisfazer os prazeres grita mais alto e ofusca o alto custo e nenhum benefício que se angaria. Esse alto custo, fruto do comportamento inconsequente de muitos, é confirmado em uma passagem bíblica e chama a atenção. Ela está no livro de Romanos, no capítulo 1, versículos 28 a 32 (RA): “(…) o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, cheios de toda a injustiça, malícia e maldade; possuídos de homicídio, contenda, dolo e malignidade; (…) sem afeição natural e sem misericórdia.”

É desejo do Criador que sejamos livres, mas responsáveis para fazermos nossas escolhas. Do contrário, seremos destruídos pelas consequências que traremos à nossa vida – conscientemente ou não. Não seja ingênuo: o carnaval é coisa espiritual e o mal leva isso muito a sério. Então, se quiser ser sábio, tenha cuidado para não ser enganado pelo que parece inofensivo, mas esconde uma realidade perigosa. A escolha é sempre sua. Quanto às consequências dela, a compreenão pode ser vista na passagem bíblica registrada no livro de Gálatas, no capítulo 6, versículo 7: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem/mulher semear, isso também ceifará”. Ou seja, a plantação é sempre livre, mas a colheita é obrigatória.

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Colaborador

Redação / Foto: Pollyana Ventura/getty images