No Egito, estudantes cristãos são perseguidos por causa da sua fé

Entenda o que acontece no país

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Professores e pais cristãos no Egito relataram que estudantes estão enfrentando casos frequentes de discriminação por sua fé.

Entenda:

Segundo informações, mesmo sendo ilegal no país discriminar qualquer religião, os estudantes egípcios têm seus direitos como cristãos constantemente violados.

Uma professora cristã no Cairo, chamada Nady Atef* (nome mudado para preservar sua identidade) disse ao Global Christian Relief, que desde muito novos a educação dos alunos é fortemente influenciada pelo Islã e que os estudantes cristãos são negligenciados nos currículos escolares.

Desta maneira, textos do Alcorão e hadiths são usados ​​para ensinar árabe e precisam ser memorizados. Mas, palavras ou expressões que façam referência à Bíblia de alguma forma são completamente excluídas. 

Além disso, algumas escolas organizam competições religiosas nas quais os cristãos não podem participar. 

Relatos de pressão religiosa contra os estudantes cristãos:

  • “Tenho um filho de dez anos, que é aluno da quarta série. Ele é bom em fazer anúncios no alto-falante matinal, repetindo sabedoria e novidades para os alunos no pátio da escola antes de entrarem nas aulas. Um dia, a professora de árabe o surpreendeu com um pedido que ele não entendeu na época, mas que o machucou. Durante a aula, sua professora pediu que ele lesse versos do Alcorão de um livro com ela. Meu filho estava chocado, e isso apareceu em seu rosto. 
  • Antes que ele pudesse dizer uma palavra, o professor ordenou: ‘Você lerá o Alcorão amanhã nos anúncios escolares da manhã.’ Meu filho respondeu a ela: ‘Eu sou cristão. Você pode escolher outra pessoa? Ela respondeu: ‘Você é quem lerá o Alcorão, e ninguém mais’. Quando meu filho lhe disse que não poderia fazer isso, ela o insultou e bateu nele. Quando meu filho voltou da escola, ele me contou o que aconteceu. Encontrei-me com o diretor da escola na manhã seguinte, que não teve escolha, senão pedir desculpas a nós. Felizmente, ele resolveu o problema corretamente”, contou Samaan Moussa*, um cristão que vive no Cairo.
  • “Meu filho está na sexta série. O professor de religião islâmica em sua escola é conhecido pelo extremismo. Um dos colegas muçulmanos do meu filho é um amigo próximo e disse-lhe que quando os alunos cristãos saíram da sala de aula, o professor instruiu os alunos a não interagirem com seus colegas cristãos. Ele disse para não fazerem amizade com nenhum cristão, pois eles são infiéis e considerados contaminados. O professor também compartilhou que sua religião os ordena a evitar contato com estudantes cristãos”, relatou Nashaat Tawfiq*, um cristão residente no Alto Egito, cujo filho tem 12 anos. 

O que analisar:

Existe uma disparidade no sistema educacional do país, onde estudantes cristãos de todas as idades são perseguidos e discriminados, desde escolas primárias, até a pós-graduação, como afirmou Nady Atef.

  • “O governo egípcio, muitas vezes, escolhe funcionários apenas de certas universidades muçulmanas de prestígio e não reconhece o Colégio Cristão de Teologia. Esta é parte da razão pela qual há muito poucos cristãos em cargos governamentais influentes. Além disso, há um déficit de empregos universitários para os cristãos, pois é raro haver um chefe cristão de um departamento universitário, um professor universitário ou um diretor universitário em qualquer universidade pública. Também há poucos diretores cristãos nas escolas públicas. Os cristãos estão exigindo que os currículos escolares sejam revisados ​​para garantir que estejam livres de insultos ao cristianismo. Queremos que as escolas incentivem os alunos a aceitar e respeitar os outros. Recomendamos também a introdução de disciplinas obrigatórias nas escolas públicas para ensinar direitos humanos. A nossa história e cultura cristãs deveriam ser ensinadas nas escolas egípcias onde os nossos filhos estudam”, declarou.

Alimente a sua fé:

Aproveite a sua chance de viver em um país livre – como o Brasil – para expressar a sua fé e a fortaleça a cada dia.

Neste momento, inclusive, estamos vivendo o  “Jejum de Daniel”, na edição especial “Diante da Face de Deus”, que começou no domingo, 19 de novembro, e vai até 10 de dezembro. Participe!

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