“Nosso filho lutava pela vida”

João Souza nasceu prematuro, com 26 semanas de gestação, e os médicos não lhe deram esperança de sobreviver

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A assistente administrativa Daiane Oliveira Souza Brito, de 28 anos, descobriu repentinamente que estava grávida. Apesar do susto inicial, ela amou seu bebê desde o início e continuou sua rotina normalmente, pois estava saudável e não necessitava de cuidados específicos.
Entretanto, quando ela completou 26 semanas de gestação, ocorreu um descolamento da placenta (uma complicação grave em que a placenta se separa do útero), o que exigiu que ela se submetesse a um parto de emergência e resultou no nascimento prematuro de seu filho, João

Alessandro Oliveira Souza, com apenas seis meses de gestação e com incertezas sobre sua sobrevivência, pois ele ainda estava em fase de desenvolvimento. Ele nasceu com 35 centímetros e 945 gramas e foi imediatamente encaminhado para a Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTI neonatal). João lutou pela vida, enfrentou várias complicações, como refluxo, apneia e baixa contagem de plaquetas, e teve que ficar isolado dos outros bebês. Depois de dois meses, ele foi transferido para o quarto, mas contraiu covid-19, o que agravou ainda mais seu estado de saúde.

Enquanto Daiane cuidava de seu bebê no hospital, sua família, que já frequentava a Universal, orava fervorosamente por sua recuperação durante as reuniões na igreja e também em casa. Além das orações, eles usavam a água consagrada na igreja aos domingos.
Foram dias de muita angústia para Daiane e seu esposo, o analista de suprimentos Gutemberg Oliveira Lima da Silva, de 39 anos. Ele recorda como reagiu à situação: “fiquei muito aflito com toda essa situação, mas eu precisava ser forte não apenas para mim, mas, principalmente, para a minha esposa. Eu sabia que ela estava devastada por ver nosso filho lutando pela vida. Eu coloquei a fé em prática, perseverava nas orações e me agarrei à Palavra de Deus com mais firmeza. Isso me enchia de esperança”.

A saúde de João, entretanto, piorou e ele precisou voltar à UTI neonatal. Ali, ele permaneceu respirando com a ajuda de aparelhos até que seus pulmões se fortaleceram. Depois de uma longa jornada e quando sua condição se estabilizou, ele foi transferido para o quarto e, ao fim de três meses no hospital e após muitas orações pedindo um milagre, finalmente o bebê foi para casa.

Apesar de ter recebido alta hospitalar, João ainda precisava do auxílio de um aparelho de oxigênio para respirar. Seus pais colocaram em prática tudo que aprenderam nas reuniões e confiaram em Deus. Eles determinaram pela fé que seu filho se recuperasse completamente em um mês e, de fato, o milagre aconteceu: antes do término do mês, os médicos deram alta para o João e ele passou a respirar normalmente.

“Hoje o João tem dois anos e quatro meses e é uma criança saudável e ativa. Ele não ficou com nenhuma sequela, recebeu alta de todos os especialistas e não precisa fazer acompanhamento contínuo. Sua vida é um verdadeiro milagre”, conclui Daiane.

Bebês prematuros

Os partos prematuros ocorrem de maneira espontânea, quando a mãe entra em trabalho de parto repentinamente com contrações, dilatação do colo uterino ou rompimento da bolsa amniótica. Eles também podem ocorrer de maneira eletiva ou iatrogênica ou se houver algum risco para a saúde da mãe ou do feto.

É considerado prematuro o bebê que nasce antes das 37 semanas de gestação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica os nascimentos entre a 34a. e a 36a. semana e seis dias como prematuros tardios, os entre a 33a. e a 32a. semana e seis dias são chamados moderados, os muito prematuros são os que nascem entre a 28a. e a 31a. semana e seis dias e os prematuros extremos são os que nascem abaixo da 28a. semana.

Quem nasce antes da 28a. semana tem a saúde mais frágil e corre maior risco de não sobreviver, seus órgãos são imaturos e há mais riscos de complicações.

Um estudo da OMS no período de 2010 a 2020 mostrou que cerca de um a cada dez nascidos no mundo são prematuros. No Brasil, são 340 mil prematuros por ano, sendo que 12% dos nascimentos ocorrem antes de 37 semanas de gestação.

Fontes: Unifesp e Ministério da Saúde (MS)

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Colaborador

Michele Nascimento / Fotos: Mídia FJU Itaquera