Número de casamentos cai pelo 4º ano consecutivo
Em compensação, divórcios seguem se valorizando em nossa sociedade
A quantidade de casamentos registrada no Brasil caiu pelo quarto ano consecutivo em 2019. Os números são do “46º edição das Estatísticas do Registro Civil”, produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e publicado há poucos dias.
De acordo com o documento, foram 1.024.676 matrimônios, 2,7% a menos do que no ano anterior.
Quando o IBGE iniciou as análises anuais desses números, em 1974, eram registrados 13 casamentos a cada mil brasileiros com mais de 15 anos de idade. Em 2019, essa taxa foi de apenas 6,2 casamentos.
Esses números demonstram que, cada vez menos, o casamento é praticado em nossa sociedade.
Em contrapartida, o número de divórcios sobe consideravelmente. Embora tenha diminuído 0,5% entre 2018 e 2019, a gerente da pesquisa Klívia Brayner explica:
“Apesar de ter havido uma pequena queda no número de divórcios, olhando a série histórica desde 1984 a 2019, você observa uma tendência de aumento no número de divórcios e nas taxas. Existem algumas flutuações, mas a tendência é de aumento, principalmente pelas facilidades legais de 2007, que tornou possível a realização de divórcio por via administrativa e, em 2010, pela emenda constitucional número 66, que acabou com todos os prazos necessários para você dar entrada no divórcio”.
De acordo com ela, “todas essas facilidades, somadas à mudança dos valores e costumes da sociedade, possibilitaram que houvesse maior número de divórcios. Com isso, as pessoas pedem o divórcio mais rápido e os casamentos duram cada vez menos ”.
Ataques ao casamento
Tais números só refletem os valores que a sociedade prega atualmente. É o que explica o escritor Renato Cardoso, autor de “Casamento Blindado 2.0”:
“A questão aqui não é que as pessoas estão se relacionando menos. Pelo contrário. O problema é que o casamento como instituição tem sofrido ataque”.
De acordo com o escritor, “a cultura popular banaliza o casamento, diminui a importância do casamento e glorifica, romantiza o ficar, o morar juntos, aquela aventura de uma noite e tudo isso”.
De fato, são cada vez mais comuns os relacionamentos curtos, os chamados “ficantes” ou “contatinhos”. Filmes, novelas, músicas, livros, redes sociais… Em todos esses influenciadores sociais é possível encontrar os ataques ao casamento que, nos últimos anos, passou inclusive a ser retratado como “instituição falida”.
Renato Cardoso explica que o casamento não é algo independente, que pode ser prejudicado por essa visão. O matrimônio é, na verdade, formado por duas pessoas, que têm total responsabilidade sobre seu sucesso.
Dessa maneira, a visão atual da sociedade não prejudica “o casamento”, mas sim as pessoas que deixam de construir bons matrimônios, dando preferência a se envolverem em relações supérfluas e descompromissadas.
“E as pessoas vão passando por esses tipos de relacionamento, se a gente pode chamar isso de relacionamento, e vão retardando sua vida e vão machucando seu coração”, continua o escritor. “E o que acontece é que as pessoas se tornam céticas, desacreditadas do amor, com medo de compromisso. Porque elas têm medo de sofrer. Já sofreram tanto com relacionamentos descartáveis que elas pensam que o casamento vai ser uma prisão”.
Para quem pensa assim, Renato Cardoso recomenda a participação na Terapia do Amor, que acontece todas as quintas-feiras, na Universal. Ali, cada pessoa pode aprender sobre como usar a inteligência no casamento e construir uma vida amorosa bem-sucedida. Clique aqui e saiba quando e onde participar.