O Brasil completa sete meses desde o primeiro registro oficial de um paciente com a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Desde então, passou por medidas restritivas e, em algumas regiões, até pelo lockdown (bloqueio total). Em setembro, o total de pessoas infectadas no País passou de 4 milhões e o número de recuperados ultrapassou a marca de 3,5 milhões.

Hoje, grande parte das capitais brasileiras tem visto uma redução significativa no número de casos e, aos poucos, a vida volta à normalidade, mesmo exigindo cuidados, como distanciamento social, higienização adequada e uso de máscara, o que está permitindo o retorno de várias atividades econômicas. Empresas, comércios e restaurantes têm atendido os clientes presencialmente e, até o momento, não foi registrado um novo salto no número de casos motivado pelo aumento de circulação de pessoas, para tristeza da mídia cadavérica tradicional, que ficou esvaziada do assunto.

A cidade de Manaus, no Amazonas, um dos epicentros em contaminações e mortes, foi a primeira capital a retomar as aulas presenciais no País. Cerca de 110 mil estudantes do ensino médio e do programa Educação para Jovens Adultos (EJA) voltaram às escolas – o que não provocou uma segunda onda de casos.

O País, que já foi o epicentro da doença na América Latina, nas últimas semanas tem apresentado queda no número de casos confirmados na maioria dos Estados e em grande parte das capitais, como afirmou em coletiva de imprensa on-line Eduardo Macário, diretor do Departamento de Análises em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis do Ministério da Saúde: “o que a gente vê por meio do sistema de vigilância epidemiológica da gripe é uma redução no número de hospitalizações e no número de óbitos, semana após semana, em todas as regiões do Brasil, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste”.

Segundo dados do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, na semana 36, que corresponde ao período entre 30 de agosto e 6 de setembro, foi registrada queda de 8% no número de óbitos no País em relação à semana anterior e, apesar do número de casos ter subido no mesmo período em 5%, segundo o Ministério da Saúde, há uma estabilização na evolução da pandemia. Do total de casos confirmados, 65% foram registrados em municípios do interior e 35% foram identificados em regiões metropolitanas.

A queda de pacientes infectados com a Covid-19 nas capitais tem refletido no volume de atendimentos dos hospitais, inclusive, cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Manaus já desativaram os hospitais de campanha, construídos para atender exclusivamente os pacientes.

Estima-se que a pior etapa da pandemia no Brasil já ficou para trás. É claro que não podemos relaxar na adoção das medidas de prevenção. Atitudes como lavar as mãos, usar álcool em gel e máscara de proteção já se tornaram habituais. Outras podem fazer a diferença: priorizar ficar em locais com circulação de ar, evitar aglomeração e higienizar superfícies, como maçanetas.