O Altar nunca fica de quarentena

Ele sempre será o local de entrega, socorro e sacrifício

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O vento gelado no final da tarde mostrava que era um dia de outono. Era também uma quarta-feira (a segunda do mês de abril). As poltronas do Santuário do Templo de Salomão, em São Paulo, estavam completamente disponíveis – o que era algo incomum em um dia como aquele. O silêncio, tão suscitado e respeitado no lugar, estava diferente, pois denunciava o vazio de um espaço submetido à quarentena para a contenção do contágio ao novo coronavírus.

Naquele dia, à medida que eu caminhava rumo ao Altar, tinha a certeza de que estava em um lugar familiar: com ou sem as medidas de quarentena, o Altar reiterava que ali permanecia sendo a Casa de Oração para todos os povos e que Ele – o Altar – permanece à disposição dos que desejam apresentar seus pedidos, votos e orações, sempre à espera de quem, com pisada firme, deseje se aproximar de Deus.

Afinal, aquele que se aproxima do Altar dá passos em direção ao seu Senhor.

“Comunicação com Deus”
“Enquanto estivermos de quarentena, temos que ficar isolados, mas o Altar não está de quarentena; o Altar não fica de quarentena. As portas da Igreja Universal se mantêm abertas diariamente e, quando se fecham, à noite, os telefones continuam permanentemente disponíveis. A Igreja está de portas abertas. Você pode fazer a sua oração no Altar”, afirmou o Bispo Edir Macedo durante o programa Palavra Amiga, transmitido pela rádio Rede Aleluia.

Em poucas palavras, ele explicou o que o Altar representa e a importância dele: “o Altar é o lugar onde resolvemos nossos problemas, onde temos um contato direto com Deus. É um lugar de comunicação, de ligação com Ele”.

O Altar é o mesmo
Algumas referências à palavra altar podem ser vistas nos últimos capítulos do livro bíblico de Êxodo. Deus havia pedido a seu povo que erguesse um Tabernáculo – lugar onde Ele escolheu “habitar” para se encontrar com ele de uma maneira especial. Essa tenda foi construída com as instruções exatas que Ele deu a Moisés no Monte Sinai (Êxodo 25-27 e 35-38). Para adentrar apenas no átrio, no entanto, havia uma condição: era necessário fazer um sacrifício perfeito e que não apresentasse nenhum defeito.

No Tabernáculo havia só uma porta e, em frente dela, estava o Altar do Holocausto, feito de madeira de acácia e revestido de bronze. Era ali que a pessoa apresentava o sacrifício para remissão dos seus pecados. Quem executava o sacrifício era o sacerdote com quem o solicitava. O pecador via o animal inocente morrer em seu lugar, pois o salário do pecado é a morte (Romanos 6.23).

Embora o sacrifício daquela época prefigurasse aquele que Deus faria pela Humanidade – que foi apresentar Seu Filho como oferta perfeita para salvar os que nEle creem –, nos dias de hoje, a condição para desfrutar de uma vida com Deus continua sendo a mesma: é por meio da renúncia diária que o Espírito dEle encontra a situação ideal para habitar em cada um de nós.

No interior da tenda havia ainda outro Altar: o do incenso, que ficava perto do véu que separava o Santo Lugar do Santo dos Santos (que guardava a Arca da Aliança). Também feito de madeira de acácia, mas revestido de ouro, era ali que os sacerdotes queimavam o incenso de manhã e à tarde (Êxodo 30.1-10). Em Salmos 141.2, o incenso é comparado às orações. Já em Apocalipse 8.3, vemos que as orações dos justos – aqueles que procuram viver separados do pecado – são guardadas em um incensário de ouro.

Hoje, tanto para apresentar pedidos e votos como para realizar orações, o Altar é um só e está à espera daqueles que se apresentam a Ele com um coração desejoso. É óbvio que podemos falar com Deus de qualquer lugar, no entanto, em tempos de isolamento, é possível notar que só o Altar é capaz de revelar o que há no interior de cada um de nós: os indiferentes espirituais podem se examinar, enquanto os que verdadeiramente deixaram suas vidas nEle veem seus olhos brilharem ao se reencontrarem com o Senhor de suas vidas.

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Colaborador

Flavia Francellino / Fotos: Demetrio Koch