O “andarilho do Capão Redondo”

Conheça a história de Wellington Barbosa, que por 23 anos esteve perdido em vários caminhos

Imagem de capa - O “andarilho  do Capão Redondo”

O empresário Wellington Barbosa, de 52 anos, se casou aos 19 anos, mas não estava pronto para assumir essa responsabilidade. Em vez de ser um bom marido, ele era abusivo e agrediu a esposa várias vezes, além de ameaçá-la com armas. “Eu não sabia ser esposo nem pai. Quando cometia essas atrocidades, eu era observado pelos meus dois filhos, frutos desse relacionamento”, revela.

Como se não bastasse já estar com a mente conturbada, ele conheceu as drogas. Primeiro foi o álcool, depois a maconha e a seguir a cocaína e o crack o viciaram. “O que era um consumo casual passou a ser constante, a ponto de eu ter dificuldade para trabalhar e usar todo o salário para comprar as substâncias. Eu logo perdi o emprego e, por causa da falta do salário, passei a furtar dinheiro e objetos de casa”, declara.

Ele descreve que, para manter o vício, passou a “tirar o alimento da boca dos seus filhos”, inclusive o leite deles, além de xampu e esmalte da esposa para trocar por drogas. “Eu não tinha mais controle da minha vida. Tudo era feito pelos vícios. Perdi amigos, emprego, casamento e a convivência com meus filhos. Quando perdi minha família, a desesperança tomou conta de mim e me afundei ainda mais. Passei a pegar outras coisas de casa, como botijão de gás, o batente da porta, chuveiro e até a fiação da casa para trocar por drogas”, acrescenta.

Sem rumo
Após 20 anos de dependência e sem perspectiva de conseguir consertar sua vida, ele passou a viver como andarilho em busca de algo que nem ele mesmo sabia o que era: “eu simplesmente andava sem rumo, sem tomar banho e sem comer. Eu passava noites e noites andando quilômetros, de um bairro para outro, e, por isso, fiquei conhecido como o ‘Andarilho do Capão Redondo’”.

Wellington ficou 75 dias sem tomar banho e cinco sem ter como se alimentar. “Eu ficava com roupas totalmente degradadas e não cobriam mais as minhas partes íntimas. Nesse período minha mãe morreu vítima de infarto e creio que foi pelo desgosto de ver a situação deplorável do
seu filho”, confessa.

Sem a presença da mãe, ele se viu realmente sozinho no mundo e, sem chão, seu único desejo era morrer. “Eu tinha depressão, problemas no estômago, no pulmão e, ainda assim, realizava pequenos furtos para sustentar meu vício. Eu me sentia no fundo do poço”, relata.

O Caminho e a Vida
Em 2019, fase de maior escuridão em sua vida, Wellington recebeu uma visita. Um rapaz que já o conhecia foi à sua casa e orou por ele, que estava sob efeito de drogas. Apesar disso, ele resolveu buscar ajuda na Universal. “Eu cheguei aos pedaços, mas ouvi a Palavra de mudança e cri nela. Com o passar dos dias, eu não tinha mais desejo de usar droga e isso me surpreendeu, pois achei que para mim não existia mais jeito. Naquele momento, descobri que eu tinha um Pai”, afirma. Cheio de esperança de viver uma nova realidade, ele entregou sua vida a Deus. Ali morria um andarilho e nascia um novo homem, que passou a trilhar um novo caminho.

Frequentando as reuniões, ele ouviu falar da Fogueira Santa de Israel e entendeu que o Altar seria a fonte direta para conhecer o Espírito Santo. “Assim como dei minha vida pelas drogas, ‘me joguei’ no Altar e fiz isso para que eu nunca esquecesse de onde Deus me tirou, para que eu me tornasse o servo que Ele queria que eu fosse. Ali a mudança interna e definitiva aconteceu”, ressalta.

Ele conta que, mesmo sem merecer e não sendo digno, passou a ter a maior alegria, que é o Espírito Santo, e hoje sua vida está totalmente transformada: “eu me casei novamente e com uma mulher de Deus. Tenho convívio com os meus filhos e netos e até eles se surpreendem com a minha mudança. Tenho minha empresa, clientes, bens materiais, mas o principal de tudo é ter paz. E de um Andarilho no Capão Redondo me tornei um filho de Deus”, conclui.

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Colaborador

Camila Teodoro / Fotos: Demetrio Koch e Cedidas