O Ceratocone pode ser um mal irreversível

Conheça a doença que pode ser ocasionada pelo simples hábito de coçar os olhos

Imagem de capa - O Ceratocone pode ser um mal irreversível

É cada vez mais elevada a incidência de problemas de visão em todo o mundo, como miopia e astigmatismo. Grande parte desse aumento pode estar relacionada à luz emitida pelas telas com as quais temos contato ao longo de todo o dia. O que poucos sabem, no entanto, é que o agravamento desses quadros pode indicar outro problema: o ceratocone.

“O ceratocone é uma doença progressiva que afeta a córnea e muda sua curvatura. À medida que essa parte do olho toma um formato curvo, o paciente começa a ter mudanças na visão, como embaçamento ou mesmo distorção, o que causa o progressivo aumento do astigmatismo”, explica o oftalmologista Daniel Kamlot.

Segundo dados disponíveis no portal do Ministério da Saúde, o ceratocone afeta aproximadamente 150 mil pessoas por ano no Brasil. Um dos fatores de risco para a condição são as alergias, que levam o paciente a coçar os olhos com frequência. Esse hábito, aparentemente inofensivo, pode levar à deformação da córnea.

Um dos grandes desafios para identificar o ceratocone é que os sintomas da enfermidade podem ser semelhantes aos de outros problemas na visão. É também por esse motivo que não é possível fazer o autodiagnóstico. Ao perceber algum tipo de mudança na visão, o médico deve ser procurado para que faça os exames específicos (leia mais detalhes na ilustração ao lado), que são capazes de descobrir alguma alteração na córnea.

Vale ressaltar que negligenciar o tratamento do ceratocone tende a levar a problemas irreversíveis na visão e que a enfermidade é uma das principais causas de transplante de córnea no País. Apesar da realização desse procedimento, o risco de ter dificuldade de enxergar é grande, cita Kamlot: “em alguns casos, pode ocorrer rejeição da córnea após o transplante ou existir algum impedimento para fazer a cirurgia. Além disso, dependendo da gravidade do problema, não é possível revertê-lo e, por isso, é importante fazer o acompanhamento regular com o oftalmologista”.

imagem do author
Colaborador

Cinthia Cardoso / Foto: Rmcarvalho/getty images / Arte: Edi Edson