O “eis-me aqui” mudo e sem efeito que alguns dizem
Muitas pessoas acham que servem a Deus, mas estão enganadas. O novo livro do Bispo Edir Macedo alerta sobre a real essência do servo
Dizer que conhece a Deus e que O serve caiu no gosto popular. Hoje não é incomum encontrar alguém que se autointitula cristão, o que, na teoria, remete a um seguidor do Próprio Senhor Jesus, que se submete aos ensinamentos dEle. Na prática, no entanto, é mais fácil topar com senhores de si mesmos, ou seja, pessoas que servem ao Senhor até a página dois, sem nenhum compromisso verdadeiro com Deus. Muitas dizem “Eis-me aqui, Senhor!” só se for no conforto de suas casas.
Com ou sem pandemia, muitos “desigrejados” surgiram com o álibi de que “Deus está em todo lugar”. Segundo eles, o que importa é o que “está em seu coração” e estar na Igreja não significaria, necessariamente, ter um compromisso com Ele. É fato que estar na Igreja não garante que uma pessoa vá desenvolver um relacionamento com Deus. Entretanto, a falta de interesse em se colocar em um lugar onde se busca estreitar a intimidade com Ele com certeza não é bom sinal.
Há, ainda, quem queira servir a Deus desde que isso não seja custoso demais. Em outras palavras, alguns buscam sombra e água fresca.
Para os servos mimados, que precisam ser paparicados para expressar o mínimo de boa vontade, pequenas ações podem se tornar um fardo. Outros fazem o serviço de Sua Obra de forma desmazelada, sem cuidado ou critério algum. Se eles são capazes de servir a Deus e aos demais de maneira tão relaxada, o que pensar sobre o modo como cuidam de si e da própria Salvação?
ALERTA
Nunca foi tão necessário falar sobre servir a Deus, pois isso diz muito sobre cada um de nós. O que identifica o servo, mais do que suas obras ou o que ele faz, é o que ele é. Nesse sentido, o novo livro do Bispo Edir Macedo, Eis-me aqui, Senhor!, traz lições importantes com relação aos servos e à Obra do Altíssimo. A publicação esclarece que servir à Obra de Deus “não é uma boa ideia”, mas uma renúncia.
Recentemente, o Bispo Júlio Freitas, responsável pelo cuidado dos obreiros em todo o Brasil, explicou que o livro tem por objetivo “fortalecer aqueles que naturalmente já são servos; preparar aqueles que não são e querem ser servos e resgatar aqueles que um dia foram servos, mas que hoje não são mais – são servos de si mesmos, servos dos outros, de suas fantasias, suas inclinações, sua religiosidade ou sua incredulidade”.
Segundo o Bispo Júlio, a leitura da obra irá “despertar os sinceros e os que estão iludidos com uma fé religiosa, misturada com a emoção.
O Senhor Jesus combateu essa fé religiosa, na qual os lábios estão próximos de Deus, falando da Palavra, supostamente fazendo a Obra, mas os corações estão distantes”.
O Bispo alertou que “nem todos que anunciam a Palavra de Deus são de Deus. Para ser de Deus, você tem de viver o que está escrito e conhecê-Lo. Não podemos estar disfarçados e dizer que somos de Deus pelo fato de termos um título de servo na Igreja ou por estarmos com a Bíblia nas mãos. O pior engano não é ser enganado pelos outros. A pior decepção é quando você se autoengana, se ilude”.
Com relação a isso, ele ainda acrescentou que muitos se esquecem de cuidar de si mesmos porque estão iludidos com o serviço na Obra.
“Evangelizar, ajudar as pessoas, participar das reuniões, tudo isso traz uma sensação muito boa espiritualmente e até emocionalmente falando, pois a gente se sente bem, se sente útil. No entanto, se a pessoa está no erro, ela não está sendo realmente o servo que tem de ser.” Segundo ele, ser servo significa agradar ao seu Senhor não pelo que se faz, mas pela vida íntima com Deus.
OS “NÃOS” PARA O “SIM”
O “Eis-me aqui” dito pelo servo lhe traz sacrifícios. Cada “sim” dito a Deus traz muitos “nãos”, sobretudo para o orgulho, as manias e as vontades do servo. Não há como servir a dois senhores ao mesmo tempo: ou se serve a Deus ou aos próprios desejos. As pessoas dispostas a servir a Deus devem estar vazias de si mesmas para que a Vontade de Deus as alcance – e é esse ponto que muitas se esquecem. Afinal, o servo bom e fiel (Mateus 25) não tem desculpas e caprichos. Muito mais do que “boa intenção”, ele tem um coração em que arde o desejo de ganhar almas para o Reino de Deus sem se descuidar da própria vida.
Um servo de verdade
O livro Eis-me aqui, Senhor! é baseado na pergunta que o Próprio Deus fez na presença do Filho e do Espírito Santo, descrita em Isaías 6.8: “Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim”.
A resposta do profeta Isaías não foi um ato heróico ou de altruísmo: ele se colocou à disposição da Vontade e do desejo da Santíssima Trindade. Outro versículo revela que, antes, houve uma condição – a de se mostrar espiritualmente apto: “E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e expiado o teu pecado”. (Isaías 6.7). Depois disso, a resposta de Deus foi clara: “Então disse ele: Vai […]” (Isaías 6.9).
No livro, o Bispo Macedo destacou que “a pergunta do Altíssimo ‘A quem enviarei, e quem há de ir por Nós?’ no momento do chamado de Isaías continua a ecoar fortemente em nossos dias, principalmente porque estamos vivendo os ‘tempos trabalhosos’ que antecedem a volta do Senhor Jesus”.
Por fim, ele afirmou que a pergunta “só pode ser respondida por quem realmente entende que a Salvação de uma alma custa muito. Custou a vida do Senhor Jesus e custa também um alto preço para os Seus servos hoje”.