Quantas vezes você já contou uma “mentirinha” para esconder algo errado que fez? Talvez tenha dito que estava ocupado no trabalho quando na verdade estava se divertindo com os amigos. Ou inventou que o trânsito estava caótico para justificar um atraso quando só quis dormir um pouco mais. São pequenas mentiras, você pode pensar, mas elas escondem uma verdade muito mais perigosa: o pecado que habita no coração e a necessidade de disfarçá-lo.

Como o escritor Renato Cardoso alertou em edição recente do programa Inteligência e Fé, “o pecado sempre vem recheado de mentiras atraentes, prontas para enganar e seduzir”. Mesmo os pecados que parecem pequenos, como mentir para o filho que “na volta compra o brinquedo”, traz consequências negativas.

Desde criança, muitos de nós nos deparamos com a “tentação do recheio”, uma tendência a nos deixar atrair pelo que parece irresistível, mais bonito, mesmo quando sabemos que o fim não é tão doce quanto parece. O pecado é exatamente assim. Quando nos deixamos levar por ele, compramos uma ilusão, uma propaganda enganosa que nos promete prazer, aventura ou até uma vida melhor.

Veja o exemplo do adultério: ele vem recheado com a promessa de uma nova experiência, um prazer impune. Mas, ao final, o que resta? A destruição de um casamento, o desrespeito e a decepção dos filhos. Aquilo que parecia doce rapidamente se torna amargo.

O mesmo acontece com outros erros. Ingerir bebidas alcoólicas e dirigir, por exemplo. Quem faz isso até tem a impressão de que vai se divertir e voltar para casa mais rápido e confortavelmente, mas a verdade é que essa pessoa está colocando a própria vida e a de outros em risco. O resultado: a combinação álcool e direção é a maior responsável por acidentes de trânsito no Brasil.

Como Renato Cardoso destacou, “todo pecado vem recheado de mentiras”. De fato, “a grande arma do diabo é a meia-verdade que contém um pouco de verdade. Ela tem uma parte verdadeira que faz a pessoa concordar, mas tem uma outra parte que é mentira, que ele embute na verdade. É o recheio para fazer aquilo atraente”.

Foi assim desde o princípio, quando a serpente enganou Eva no Jardim do Éden, misturando verdade com mentira. Ela prometeu algo que parecia bom – “vocês serão como Deus” – mas omitiu a consequência terrível: a morte espiritual e a separação de Deus. Essa mesma estratégia continua a ser usada contra nós: uma verdade parcial, com um recheio de mentira que nos leva à ruína.

O homem inteligente sabe reconhecer as mentiras com as quais o diabo recheia o pecado. Mais do que isso, ele se policia e reflete antes de agir, e se afasta até mesmo da aparência do mal, como ensina Provérbios 12.22: “Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor, mas os que agem fielmente são o seu deleite.”

O pecado é um golpe e, como toda artimanha, parece vantajosa no começo, mas termina em dor e arrependimento. Detecte a mentira antes de cair nela. Resista ao pecado e você estará resistindo à mentira
que o acompanha.

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