O que a vida da princesa de gales tem a ver com a sua?
O pronunciamento de Kate Middleton depois de receber um diagnóstico acende o alerta de que é necessário equilibrar os cuidados com o espírito, a alma e o corpo. Entenda
Em uma história de contos de fadas existem a realeza, uma donzela, um príncipe, um castelo e, quando o enredo chega ao ápice, o tradicional “felizes para sempre”. Na vida real, porém, a chegada da felicidade eterna não combina com esse tipo de história e ocorre de modo bem diferente.
Apesar de no Brasil a monarquia ter sido parte da história de seu passado ou esteja no enredo de filmes e livros, sabemos que há países que ainda são governados por reis, rainhas, príncipes e princesas e, dentre eles, a família real mais famosa é a britânica, que vive no Reino Unido. Seja pela longeva história, seja pelas tradições, pelo glamour ou pelas teorias, tudo que acontece lá reverbera mundo afora, como aconteceu recentemente, quando os holofotes apontaram para um episódio que tem algo a nos ensinar.
Plebeia e futura rainha consorte
Antes, vale lembrar o início da história: em 2001, William Arthur Philip Louis, herdeiro da coroa britânica, conheceu Catherine Elizabeth Middleton na Universidade de St. Andrews, na Escócia. A relação foi marcada por rumores, idas e vindas, mas o noivado foi anunciado em novembro de 2010 e, em abril de 2011, bilhões de pessoas no mundo inteiro assistiram à cerimônia de casamento realizada na Abadia de Westminster, em Londres, no Reino Unido.
Desde então, eles têm se dedicado em tempo integral aos serviços filantrópicos e diplomáticos da monarquia, tornaram-se pais de George, Charlotte e Louis, e, com a morte da rainha Elizabeth II, em 2022, William e Kate assumiram os títulos de príncipe e princesa de Wales (Gales, em português), além de serem protagonistas de algumas teorias de tempos em tempos.
A última aparição oficial da princesa de Gales foi no último Natal. Neste ano, em janeiro, o Palácio de Kensington informou que Kate só retornaria às suas atividades na Páscoa por conta da recuperação depois de uma cirurgia abdominal. Com seu “sumiço”, uma enxurrada de especulações, rumores e teorias não cessou e, com a divulgação das ideias mais absurdas que a mídia, os súditos e os curiosos puderam espalhar em tabloides e redes sociais, a verdade demorou a ser revelada.
Em 22 de março, a princesa anunciou, por meio de um vídeo, que a pausa nas suas atividades oficiais ocorreu também pela descoberta de um câncer. Ela disse, em tradução livre: “foram meses incrivelmente difíceis para toda a nossa família, mas tive uma equipe médica fantástica que cuidou de mim e sou muito grata. (…). A cirurgia foi bem-sucedida, porém o teste após a operação revelou um câncer. Minha equipe médica, portanto, aconselhou que eu deveria fazer uma quimioterapia preventiva e agora estou nos estágios iniciais do meu tratamento”. Kate contou que a descoberta foi um choque para ela e o marido e que juntos fizeram de tudo para processar a informação e explicá-la de forma apropriada para os filhos do casal, que também estão lidando com o diagnóstico de câncer do avô, o rei Charles III.
Todavia o que chamou a atenção no pronunciamento não foi apenas a coragem de compartilhar algo tão delicado. Ela declarou que está bem e “focando nas coisas que ajudarão a curar minha mente, meu corpo e meu espírito”. A futura rainha consorte destacou que a enfermidade em seu corpo a fez despertar para o cuidado necessário com todas as partes do seu ser.
O que isso nos ensina?
A primeira lição é que todos podemos receber o xeque-mate da vida e que para viver 50, 70 ou 100 anos é preciso equilíbrio, que não está relacionado apenas com saúde, família, área financeira e profissional, mas também com cuidados adicionais.
Para que eles sejam possíveis, precisamos compreender que, assim como o Altíssimo é uma Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), o ser humano também é trino, ou seja, formado por três componentes (espírito, alma e corpo) e que nenhum deles deve ser negligenciado, reprimido ou ignorado, como observa o Pastor Aldo Guimarães, responsável pela Corrente dos 70 em prol da saúde, que acontece todas as terças-feiras no Templo de Salomão, em São Paulo: “como os três fazem parte de um só (a vida do ser humano), qualquer um que esteja mal ou doente vai impactar toda a sua vida. Então, devemos ter o maior cuidado com cada componente para termos saúde mental, emocional e física e, assim, ter uma vida feliz e de qualidade”.
Espírito, alma e corpo
No livro de Gênesis 2.7, foi escrito que “formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”. Logo, compreendemos que o espírito é o fôlego de vida, assim como também é o intelecto, a mente, o racional, que nos foi dado por Deus e que nos diferencia de outros seres vivos. Com o espírito em nós, nos tornamos alma vivente. Essa alma, por sua vez, consiste no sentir, nas nossas emoções, na nossa personalidade e na nossa essência. Já o corpo é a matéria palpável e perecível, formada a partir do pó da terra, que abriga o espírito e a alma. Em poucas palavras: somos três em um.
Se observarmos com atenção cada parte da tríade humana e suas necessidades, perceberemos que a maioria das pessoas vive em desequilíbrio. Muitas cuidam demais de uma parte e negligenciam outra, principalmente no que se relaciona à alma e ao espírito, ou seja, à emoção e à razão. “Temos visto, nas filas dos hospitais, pessoas gemendo e sofrendo por não cuidarem do corpo ou apelarem para a vaidade. E com a alma e o espírito não é diferente”, lembra o Pastor Aldo. Nesse sentido, há quem cuide do corpo e se esqueça completamente do espírito e da alma; há quem foque nos cuidados com a mente (espírito), mas negligencie a alma e o corpo; e também há quem escolha priorizar a alma e ignore o corpo e o espírito.
Uma pessoa, por exemplo, que reprime suas emoções acaba exprimindo-as descontroladamente. Da mesma forma, se ela permitir que suas emoções ditem suas escolhas, raramente tomará decisões racionais. É preciso, assim, que o espírito (mente) tenha o domínio, mas não se deve também ignorar a alma (as emoções), até porque, sem esse equilíbrio, o corpo poderá sofrer com o surgimento de doenças, como neoplasias e acidente vascular cerebral (AVC). O estudo Insterstroke, publicado em 2021 na European Heart Journal, por exemplo, analisou casos de AVC em 32 países, incluindo o Brasil, e associou a raiva e o esforço físico intenso como gatilhos para um AVC isquêmico (doença que matou mais de 110 mil brasileiros em 2023).
Obviamente, somos responsáveis por cuidar de todas as partes que nos formam, só que falhamos miseravelmente em obter o equilíbrio necessário entre elas e, assim, a vida sempre parece estar diante de nós prestes a dar o “xeque-mate” com a jogada final. Mas há esperança e um verdadeiro relacionamento com o Criador é o primeiro passo para mudar isso, como diz o Pastor Aldo: “Deus, quando criou o ser humano, o criou com uma finalidade: servi-Lo. Afastado dEle, o homem e a mulher são como a terra fora de órbita, uma roda fora do eixo ou um ser fora de seu habitat natural. Então, como ele seria completo ou feliz? Não tem como. Mas, quando a pessoa está verdadeiramente em comunhão com Deus, Ele mesmo traz esse equilíbrio por meio do batismo com o Seu Espírito”.
Não dava para disfarçar
Se a pessoa não tem o Espírito de Deus, ela é incapaz de equilibrar as emoções e a razão e, geralmente, é dominada pela emoção, como mostra a história da professora Rita Cirilo, (foto abaixo) de 50 anos. Ela menciona que nasceu em um “lar religioso” e acreditava que estava com a alma salva e que tinha o Espírito Santo, mas seu desequilíbrio era notório. A maior evidência disso era seu ciúme doentio. “Eu vigiava meu marido 24 horas por dia, a ponto de ir no trabalho dele e querer saber com quem ele trabalhava. Liguei para possíveis amantes, clonei o WhatsApp dele e o agredi verbalmente, depois me humilhava para que ele não me deixasse. Eu não era diferente com meus filhos. Eles eram o meu respirar e adoeci quando notícias sobre o comportamento deles chegaram ao meu conhecimento”, conta.
Ela foi convidada por uma obreira voluntária da Universal para conhecer a igreja. Pelo fato dela acompanhar a programação da Universal no rádio e ter buscado, em vão, ajuda em outras igrejas, acabou aceitando o convite. “Até então, eu não imaginava que era o Espírito Santo que resolveria tudo. Mas fui aprendendo e a Palavra de Deus me lavou, obedeci e segui os passos ensinados. Zerei toda a minha vida e deixei meus achismos e o que tinham me ensinado errado. Me batizei nas águas de novo e entreguei o ‘meu eu’ a Deus. Um dia antes de receber o Espírito Santo, arrumei a roupa, me preparei como se fosse me casar e aquele domingo foi o principal dia da minha vida: quando realmente eu nasci”, detalha. Hoje, ela se considera uma mulher, esposa e mãe equilibrada e sábia.
Dona de si
Já a enfermeira neonatal Daniela Marinho, (foto abaixo) de 39 anos, parecia forte, alegre e determinada desde a infância, contudo, já nesta fase, ela escondia complexos, rancores e era cheia de achismos. Ela se achava “dona de si” e dizia que tinha “tudo”: um bom marido, dois filhos ótimos, casa, carro e uma vida financeira próspera. Mas, se algo não dava certo, ela se sentia fracassada e a sensação de estar incompleta surgia. Até que Daniela reconheceu que precisava ter um relacionamento com Deus. Na época, ela frequentava outra denominação, mas resolveu seguir os passos da mãe, que já frequentava a Universal. “Inicialmente, eu buscava a mudança no meu marido, para que frequentássemos juntos. Fiz isso por vários meses, até que um dia a ficha caiu: eu é que tinha que mudar. Então, fui trabalhando isso em mim. Mesmo batizada em outra igreja, reconheci que tinha apenas tomado um banho e me batizei nas águas novamente. Logo depois mudei. Tive várias lutas, mas foquei no Espírito Santo”, conta.
Ao receber o batismo com o Espírito de Deus, veio também o Espírito do Equilíbrio, que ficou evidente em sua vida. O marido dela, Lourivaldo Marinho Júnior, de 42 anos, executivo comercial, comenta que Daniela sempre foi uma boa esposa, mas começou a se preocupar com pequenos detalhes com os quais somente uma mulher obediente ao Espírito Santo se preocupa: “ela não se preocupava com o café da manhã ou com o almoço, por exemplo, mas hoje é diferente. Ela cuida da casa, dos nossos filhos e da nossa família com mais cuidado, zelo e equilíbrio. Ela se tornou uma esposa ainda melhor e mais paciente e que me ajuda sempre”. Agora, os dois frequentam juntos a Universal. “Não foi fácil, mas venci. Hoje temos a mesma fé e os mesmos objetivos e o Espírito Santo é o primeiro em nosso lar”,
diz Daniela.
O “felizes para sempre”
Em Eclesiastes 12.7 somos ensinados que “o pó volte à terra, como o era, e o espírito a Deus, que o deu”. Isso significa que, com a morte terrena, o corpo volta à terra, enquanto o espírito, que é o sopro de vida, retorna ao Criador. E a alma? Ela é tão importante que o Próprio Senhor Jesus destacou em Mateus 16.26: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?”.
O corpo perece e o espírito não nos pertence. Já a alma precisa ser salva. Sim! A verdadeira felicidade e que perdura “para sempre” não tem a ver com nada deste mundo, mas com a Salvação. “Estar bem consigo mesmo, ter paz e felicidade completa, na verdade, é ter comunhão com Deus. O equilíbrio entre espírito, alma e corpo é adquirido por meio do batismo com o Espírito Santo. Ele é a garantia de uma vida terrena equilibrada e, principalmente, da vida eterna ao lado do Criador”, orienta o Pastor Aldo.
Ele conclui destacando que, quando estamos completamente entregues ao Criador, Ele cuida de tudo. Por isso, o Senhor Jesus disse em Mateus 6.25-26: “Não andeis ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?”.