O que as diferenças entre Naamá e Abisague ensinam sobre o amor
Ao contrário do que muitos acreditam, amar excede os limites de um simples "eu te amo". Entenda
Conflituoso. É assim que podemos descrever o atual momento do relacionamento entre Salomão (Guilherme Dellorto) e Naamá (Ingrid Conte), em Reis – A Sucessão.
E a situação da vez é a disputa sem fundamento de Naamá para que Salomão não tome Abisague (Bárbara França) como sua concubina – promessa a qual o rei havia feito ao seu pai. Mal sabe ela que suas ações pautadas em rancor e mágoa, só tem causado dor aos que estão ao seu redor, inclusive a si própria.
Mas, em contrapartida, mesmo que tentada por seus sentimentos, vemos Abisague agir com justiça ao priorizar o bem-estar da amiga e de Salomão. Uma atitude inteligente e que descreve o exato significado do amor: o sacrifício.
Assista à cena e perceba a diferença:
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É possível notar:
As cenas são autoexplicativas e as distinções óbvias, mas, a fim de contextualizar com detalhes a diferença entre quem age pela emoção e quem age pela razão, a autora Cristiane Cardoso separa alguns tópicos e destaca o contraste entre Naamá e Abisague. Veja:
Naamá (a emoção):
- Ela sabe que Salomão, como rei, vai se casar com muitas mulheres e aceita. Mas não aceita que Abisague seja uma delas, ainda que tenha consciência de que, se assim não for, a jovem nunca mais poderá se casar com outro homem.
- Como Salomão não cede ao seu pedido para mandar a jovem embora, Naamá prefere partir e, assim, tirar o primogênito da presença do pai.
- Um ultimato emotivo, pois o seu desejo era nada mais que injusto para todos.
- Naamá não se importa com o que é justo, somente no que sente por Abisague: inveja e mágoa.
Abisague (a razão):
- Ela também sabe que Salomão vai se casar com muitas, mas entende que, como concubina de Davi prometida a ele, não seria justo tomar o lugar de Naamá como esposa.
- Por isso, Abisague decide se manter como concubina, mesmo que isto signifique ser desvalorizada diante de todas as outras mulheres que se casarem com Salomão.
- O seu ultimato inteligente visa a justiça e revela o quanto as duas são diferentes, e quem, de fato, teme a Deus.
- Abisague nega os seus próprios sentimentos por amor não só a Salomão, mas a Naamá.
Enquanto isso, nesta “guerra” entre a razão e a emoção, a autora ainda esclarece: “nenhuma se torna rainha…e Nebset [princesa egípcia] agradece”.
O que levamos de lição:
Ao contrário do que muitos acreditam, amar excede os limites de um simples “eu te amo” dito a outra pessoa, e requer muito mais de nosso intelecto do que de nossas emoções, pois exige a prática da justiça. Quem compreende o seu sentido, abdica de suas próprias vontades, é leal, fiel e prioriza o que há de melhor para a pessoa amada.
“Amor é justiça e demanda de você coisas que irá fazer, mas não terá retorno. Pois o amor de verdade sofre”, reitera Cristiane.
Em outras palavras, quem ama sacrifica – custe o que custar! E este sentido do amor verdadeiro que nada tem a ver com sentimentos, Deus confirma em Sua Palavra:
“O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. […] Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (I Coríntios 13.4-7)
Quem aceita as condições de um amor puro e verdadeiro, colhe os seus bons frutos e dá lugar à felicidade. Porém, aqueles que não possuem este entendimento e se submetem às suas emoções, se tornam escravos delas e afastam ainda mais aqueles que ama de si.