A democracia no Brasil é tão nova e a educação política é tão precária que poucas pessoas realmente sabem o que é democracia ou como ela funciona. Apesar de esse ser um país independente há quase 200 anos, há apenas 30 consolidou-se o sistema político vigente onde a maior parte da população pode escolher seus representantes.

Na democracia, cada cidadão tem o direito a um voto e todos os votos têm o mesmo peso. No caso do Brasil, onde a democracia é indireta, os eleitores escolhem representantes que deverão atuar em concordância com as ideias políticas de quem votou.

“Como o próprio nome diz: é o governo do povo”, explicou o cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP), Humberto Dantas, em entrevista ao programa Brasil Notícias, da Rede Aleluia, apresentado pelos jornalistas Ana Carolina Cury e Décio Caramigo.

“A grande questão é que o dicionário vai nos dizer que é o governo do povo, pelo povo e para o povo. A gente precisa entender quem é o povo e, em tese, o povo somos nós; precisamos compreender que somos nós governando a nós mesmos, em benefício daquilo que nós entendemos que seja razoável ou que seja preferível”.

Assim sendo, é errado dizer que apenas os políticos são culpados pelos problemas brasileiros. Isso porque os políticos nada mais são do que representantes dos eleitores. Se eles estão exercendo função pública é por vontade da população. Mesmo quem se abstém do voto tem responsabilidade, pois abre mão de escolher alguém que o representa para deixar outros cidadãos elegerem quem querem.

“Nós precisamos nos habilitar como contratadores para que possamos contratar as melhores pessoas possíveis nessa lógica democrática representativa que nós temos”, afirma Dantas.

Como funciona no Brasil

Em nosso país o eleitor tem o direito de escolher seus representantes, que passarão a governar a sociedade. A democracia brasileira é composta por três pilares independentes um do outro:

– Poder Legislativo: Formado por deputados, vereadores e senadores, é essa a esfera de poder que compõe as leis. São eles que decidem o que será legal ou ilegal;

– Poder Executivo: Prefeitos, governadores e presidentes são eleitos para o Executivo. Ao contrário do que muitos pensam, esses políticos não têm poder para criar leis. Eles se limitam a executar, por meio da administração pública, o que foi legislado;

– Poder Judiciário: Essa esfera não é eleita pela população diretamente, mas sim indiretamente, já que são os representantes eleitos para o Executivo que nomeiam o Judiciário. Além da indicação também são realizados concursos públicos para alguns desses cargos. Sua função é solucionar conflitos aplicando a Lei.

Os três poderes devem trabalhar em harmonia visando o bem do país e de sua população. Nenhum se sobrepõe ao outro. Assim, é tão importante escolher bem o vereador quanto escolher bem o presidente.

Antes de votar pesquise os candidatos e entenda a história e as propostas de cada um deles. Como afirma Humberto Dantas: “É assim que a gente constrói a nossa realidade. E é construindo com os melhores que a gente vai conseguir avançar enquanto sociedade”.

Essa também é a lição deixada pelo escritor Renato Cardoso, em vídeo publicado recentemente no Facebook. Ao explicar porque é tão raro lembrar de um governante que tenha sido honesto, Renato afirma que muitas vezes os bons se omitem, abrindo espaço para que maus governantes surjam:
“Quando os maus governam, todos, bons ou maus, gostando ou não, ficam debaixo de sua sombra, de sua autoridade. E, uma vez no poder, os espinheiros vão criando leis e tomando decisões que ferem a todos, exceto a si mesmos e aos que os apoiam”.
O escritor ainda ressalta que “não é a ação dos maus que destrói o mundo, e sim a falta de atitude dos bons. Como cristão, nunca se omita do processo de eleger os seus governantes e eleja quem tem histórico de uma vida alinhada com os princípios de Deus e também da família. Se não todos nós, especialmente os nossos filhos, irão sofrer amargamente”.
Assista ao vídeo abaixo e veja a lição completa deixada por Renato Cardoso:

(*) Com entrevista do programa Brasil Notícias, da Rede Aleluia