Já parou para pensar por que tão facilmente você se decepciona com alguém, quando não, consigo mesmo? Aliás, uma das maiores decepções é decepcionar-se consigo mesma. Descobrir que não era o que achava ser ou não estava tão forte quanto achava estar. Mas, por que é tão fácil se enganar a respeito de quem realmente o outro ou você mesmo é?

O assunto foi tratado pelo Bispo Renato Cardoso, na noite desta quarta-feira (15) durante reunião no Templo de Salomão, em São Paulo. E a resposta está em um ensinamento que o Senhor Jesus deixou e que é ignorado sob o engano das aparências:

“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus.
Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.” Mateus 7. 15-20

O Bispo explicou que o Senhor Jesus está falando aqui dos “falsos profetas”, mas isso serve para todo tipo de pessoa que se passa por alguém que não é. Assim como uma árvore pode enganar pela sua aparência – como aquela figueira que, de longe, Jesus viu frondosa, cheia de folhas, e pensou que poderia ter frutos, mas, ao se aproximar, procurou e nada achou – as pessoas podem aparentar algo que elas não são.

Mas, assim como os frutos de uma árvore mostram se ela é boa ou não, o Mestre ensina que devemos atentar para os “frutos”, ou seja, as ações e reações que uma pessoa tem. “Como árvores dão frutos e o fruto é a prova de quão boa aquela arvore é, assim, também, pessoas dão frutos, e os frutos mostram quem elas são”, alertou.

Em outras palavras, o que o Senhor Jesus alerta é que não se pode ficar impressionado com a aparência das pessoas. Elas podem até ter uma boa conversa, mas não podem – por um longo período – forjar um bom fruto.

“Todo mundo dá algum tipo de fruto: bom, ruim ou nenhum. O fruto não engana, pois é o resultado do que está dentro da pessoa, assim como o fruto é o resultado do que está dentro da árvore”, ensinou o Bispo.

Por isso, é preciso treinar o olhar para “os frutos”. Um exemplo disso, dado pelo Bispo, é na procura de alguém para se casar. No conjunto de coisas a serem avaliadas, a aparência é algo mínimo. Muitos focam na profissão, beleza, dinheiro e esquecem que profissão muda, dinheiro acaba e aparência passa. Mas a questão é: qual é o fruto que está dentro da pessoa? O fruto do caráter, de quem ela é de verdade.

E quando é que o fruto do que está dentro da pessoa se manifesta?

O Bispo afirmou que são nos momentos de “teste”, ou seja, quando se é provado de alguma forma. Às vezes, por uma tragédia, uma situação adversa, onde a pessoa perde tudo da noite para o dia ou perde uma coisa de grande valor. “Aquilo ali é uma prova. Como é que ela reage diante de uma grande perda ou de um grande ganho? A perda ou o ganho mexem com ela? Ela perdeu e ficou desestruturada, desesperada? Se é isso o que ela mostra, está mal; não tem estrutura para perder”, detalhou.

Ele, também, enfatizou que não são só nas perdas, não, mas no “ganho” a pessoa também revela quem ela é, de fato. Se ao ganhar posição, dinheiro, elogios ou sucesso, ela se orgulha e se exalta, mostra que também não tem estrutura para ter muita coisa.

Outra situação bastante reveladora, destacada pelo Bispo, é como a pessoa reage quando é repreendida por cometer algum erro. Se ela atenta para o erro cometido ou fica com raiva de quem a repreendeu.

“O tempo vai mostrar quem, realmente, ela é. Se o fruto é genuíno ou um ‘teatro'”, comentou.

Assista no vídeo abaixo à reunião na íntegra:

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