O que você precisa saber antes de se cadastrar em redes sociais e sites
A Tik Tok, por exemplo, cresceu muito durante epidemia de COVID-19, e as informações dos usuários estão em perigo. Entenda por que
O COVID-19 colocou milhões de pessoas em quarentena dentro de suas casas. E quem ganha com isso são as redes sociais. Uma em especial tem chamado atenção pelo crescimento vertiginoso nos últimos meses: a Tik Tok.
Tik Tok é uma rede social chinesa de compartilhamento de vídeos que tenham, no máximo, 15 segundos. Hoje ela está presente em mais de 150 países e é traduzida para 75 idiomas diferentes. São mais de 500 milhões de pessoas utilizando essa rede social, sendo que 90% desses usuários passam, pelo menos, 52 minutos por dia a utilizando.
Em 2017, foram 130 milhões de downloads. Já em 2018, 660 milhões. Em 2019, mais de 1,5 bilhões de downloads. E o número segue crescendo muito rapidamente. Você já reparou em quantas propagandas aparece para você instalar esse app em seu smartphone?
E qual o problema em instalar a Tik Tok?
Centenas de milhões de pessoas não veem problema em utilizar o aplicativo Tik Tok. Mas as Forças Armadas dos Estados Unidos viram. Tanto que todos os integrantes foram proibidos de fazer tal download. A justificativa: denúncias de que o Tik Tok rouba dados.
Todos os aplicativos e sites que alguém visita recolhe dados sobre esse usuário: quais sites visita, quanto tempo passa na internet, localização, serviço de internet que utiliza, preferências etc. Tudo isso serve, em geral, para que os sites visitados ofereçam propagandas que vão atrair o usuário. Ou, no caso das redes sociais, funciona para lhe mostrar conteúdos que você “curte” mais. Assim, você passa mais tempo preso ali.
O problema da Tik Tok é que ela não avisa quais dados está recolhendo e o que vai fazer com eles. Não há política de privacidade honesta ali. Ao contrário da maioria das redes sociais, na Tik Tok o usuário não sabe quem vai ter suas informações.
O governo dos EUA acredita que esse receptor misterioso dos dados é o Partido Comunista Chinês. Faz sentido. Tik Tok é um produto chinês. Logo, responde às leis locais.
A própria empresa publicou uma carta aberta em 2018, comprometendo-se a “aprofundar a cooperação com o Partido Comunista” da China.
De fato, o governo da China é soberano sobre todas as empresas. Ninguém pode desobedecer, sob risco de perder a empresa que construiu e, pior, ser preso, torturado e morto.
As crianças são o alvo
A China é líder em produção de smartphones no mundo. E o alvo das empresas chinesas é justamente ampliar o público, fazendo com que pessoas cada vez mais novas comprem seus produtos.
O público da Tik Tok, semelhantemente, também é formado, quase todo, por adolescentes. E é aí que está o perigo.
De acordo com reportagem publicada no jornal espanhol El País, a Tik Tok foi obrigada a pagar aos Estados Unidos uma multa de 5,7 milhões de dólares (mais de R$ 30 milhões) por captar, de maneira ilegal, os dados pessoais de menores de idade.
O que a empresa chinesa queria com os dados desses jovens, ela não revelou. O governo americano acredita que o Partido Comunista captou esses dados. Mas, também, há a possibilidade de os dados serem vendidos para qualquer pessoa, inclusive, hackers que elaboram golpes financeiros pela internet.
Proteja seu filho
“Hoje em dia é fácil demais para uma criança ou jovem acessar a internet”, ressalta o Bispo Renato Cardoso, em seu blog pessoal. “Fico pasmo, às vezes, ao ver como alguns pais deixam seus filhos totalmente livres com telefones, iPods, computadores etc, sem supervisão”.
Conforme ele explica, os filhos costumam reclamar se os pais supervisionam suas atividades na internet. Mas, isso não deve impedir os responsáveis de fazerem essa fiscalização. Ela é importante para proteger as crianças de sites e aplicativos impróprios e perigosos.
“Nós somos responsáveis por proteger os nossos filhos do mal desse mundo. Não podemos fazer isso 100% do tempo, pois é impossível. Mas o possível, temos que fazer”.
Para aprender mais sobre como controlar a utilização de internet que seu filho faz, clique aqui.