O que você sabe sobre o autismo?
O conhecimento combate o preconceito e a desinformação
O autismo, condição que integra o transtorno do espectro autista (TEA), envolve uma desordem complexa no desenvolvimento cerebral (com causas não muito esclarecidas) que pode ser caracterizada por comprometimentos que implicam em desafios sociais, de comunicação e comportamentais significativos, de acordo com informações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês). De acordo com o CDC e as estimativas da Rede de Monitoramento de Deficiências de Desenvolvimento e Autismo, uma a cada 44 crianças é identificada com TEA (2018). A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que 1% da população mundial tenha TEA (cerca de 70 milhões de pessoas). Com isso, embora não haja estudos populacionais de prevalência robustos ou números oficiais no Brasil, estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas de diferentes idades estejam dentro do espectro autista e que a maior parte dos adultos autistas ainda não tenha sido diagnosticada.
O autismo é um espectro – e não um transtorno uno –, o que significa que em cada pessoa ele se apresenta de forma específica. Isso esclarece por que algumas pessoas com TEA levam a vida de modo funcional e outras precisam lidar com limitações.
É importante ressaltar também que o autismo não é uma doença, mas apenas um conjunto de características que leva pessoas a “se comunicarem, interagirem, se comportarem e aprenderem de maneiras diferentes da maioria das outras pessoas”, como descreve o CDC.
ROMPENDO BARREIRAS
A Associação Brasileira de Assistência e Desenvolvimento Social (Abads), antiga Sociedade Pestalozzi, instituição sem fins lucrativos que atende pessoas com deficiência intelectual e autismo há 69 anos, tem desempenhado papel primordial para a redução de riscos e da vulnerabilidade social de crianças, adolescentes e adultos com espectro autista e outras limitações. “A instituição tem trazido luz, quebrado paradigmas e preconceitos e vem mostrando às famílias que o autismo não é o fim, mas pode ser o começo de uma batalha. Há muitos mecanismos que podem ser utilizados para lidar com ele”, relata Rose Amorim, presidente da Abads.
A Abads conta com vários profissionais que oferecem estímulos para o “desenvolvimento da capacidade cognitiva, linguagem e interação social e que também colaboram para a autonomia e o autocuidado, dando condições para que esse indivíduo tenha melhor qualidade de vida. Temos a escola de educação especial, com ensino fundamental I (do primeiro ao quinto ano), para crianças e jovens com deficiência intelectual e autismo e todos os alunos participam de oficinas pedagógicas de dança, informática, artes, educação física, brinquedoteca e musicoterapia. Procuramos focar no indivíduo e em suas potencialidades e habilidades e não em suas deficiências. Sempre falo que todos temos deficiências, mas todos temos potencialidades”, afirma Rose. A instituição também amplia as condições sociais dos indivíduos com autismo ao conduzi-los ao emprego apoiado (são acompanhadas mais de 350 colocações no mercado de trabalho).
Apesar de casos de milhares de vidas transformadas, ainda há muito a ser feito: “há mais de 800 famílias na fila de espera. Como presidente me sinto, muitas vezes, impotente. Tudo aqui é gratuito e precisamos de recursos para ajudá-las. Para isso, o primeiro passo é conhecer a causa: os canais e as redes sociais da Abads estão abertos e tratam diariamente do autismo e de outras condições não só de forma técnica, mas de modo real, por exemplo abordando o que é, como lidar, como cuidar, como agregar algo à vida dessas pessoas e como elas agregam algo à nossa vida.
São pessoas que se superam a cada dia porque vencem obstáculos, querem viver, serem felizes, estudar e viajar. São pessoas normais que querem ter uma vida digna. Por isso, vale conhecer e validar a causa investindo no outro e sendo patrocinador de uma sociedade mais inclusiva”, acentua Rose.
Você também pode contribuir para que mais pessoas recebam o atendimento que necessitam na Abads. Visite o site abads.org.br e conheça a instituição. Para contribuir via Pix use a chave doe@abads.org.br.
Conheça mais sobre o autismo no infográfico.