O segredo está na fidelidade a Deus
O que é preciso para alcançar uma verdadeira mudança de vida? Jarilene, Amanda e Jair contam como superaram as provações do cotidiano por meio da Aliança com Deus e da obediência à Palavra
Jarilene Lima Stuque buscava uma vida melhor quando veio da Bahia para São Paulo. A jovem deixou os estudos na sétima série do ensino fundamental para trabalhar no Sudeste do País e percebeu rapidamente que o desafio era maior do que imaginava.
“Somos de uma família com 16 filhos do sertão baiano. Nosso pai nos deu o básico e nós tínhamos aquele sonho de vir para São Paulo para ter uma vida diferente. Quando cheguei, fui morar com um irmão, depois com uma irmã, mas eu tinha que me sustentar. Trabalhei com tudo: fazia faxina, passava roupa, bordava chinelos, mas não voltei para a escola.”
Apesar de trabalhar bastante, Jarilene confessa que não via muita mudança em sua vida. Em São Paulo, ela conheceu Lupércio e se casou com ele. “Minha sogra cedeu um lugar para nós vivermos e eu achava que a vida era aquilo. Os sonhos que eu tinha adormeceram.”
Ela passou a depender da renda do marido para viver. Com o passar dos anos, os problemas surgiram. “Meu marido e eu brigávamos muito, pois não tínhamos maturidade. Além disso, eu sentia uma inquietação, um vazio dentro de mim. Comecei a buscar uma forma de preencher aquela sensação, cheguei a frequentar a Igreja Católica, mas não encontrava solução.”
Fidelidade
Certo dia, Jarilene foi convidada para ir à uma reunião na Universal e decidiu aceitar, pois queria resolver os problemas que enfrentava.
Entretanto, para isso, ela destaca que tomou atitudes diferentes. “Antes eu achava que conhecia a Deus, mas descobri que eu não seguia a Palavra dEle, não era fiel a Ele. Então coloquei a fidelidade a Deus em primeiro lugar.”
Aos poucos, o casamento de Jarilene melhorou e ela traçou planos mais ousados. “Nas palestras, meus desejos antigos renasceram. Eu senti uma revolta e decidi que conquistaria meus sonhos. Eu não tinha dinheiro, mas sabia que precisava fazer algo. Fiz muitas pesquisas na internet, até que surgiu a oportunidade de assumir uma pequena perfumaria em sociedade com minha sobrinha. Para isso, pedi ao meu marido parte das economias que tínhamos.”
Novas fontes
A perfumaria cresceu, foi transferida para um espaço maior e, depois de dois anos, Jarilene vendeu sua parte na sociedade para começar um novo negócio. “Deus me deu a direção de montar uma loja de acessórios e bijuterias. Conquistei a primeira loja, depois a segunda e consegui estabilidade financeira. Depois de alguns anos, eu pensei: ‘e se acontecer algo? Preciso estar em outro segmento também’”, detalha.
Jarilene então fez sociedade com um de seus irmãos para abrir uma franquia de supermercado. “Nesse tempo conquistei bens materiais que não tinha perspectiva de obter. Além disso, ampliar os negócios e abrir nosso próprio mercado, do zero, em um galpão alugado.”
Sem medo
Em cada etapa, Jarilene conta que algo não mudou: sua fidelidade a Deus. “Em primeiro lugar está Deus, independentemente do que aconteça. Mesmo nos meses difíceis, nunca deixei de ser dizimista, de honrar ao Senhor e de fazer meus propósitos, antes mesmo de fazer uma venda.”
Jarilene não se acomodou. Depois da experiência com o irmão, ela abriu um mercado só dela. Neste ano, ela comprou seu segundo mercado. “Eu já tinha dado uma entrada quando veio a pandemia. Meu marido achou que não ia dar certo, mas eu acreditei e segui em frente. Ofereci delivery como um diferencial para os clientes e estamos vendendo muito nos dois mercados.”
Hoje, aos 43 anos e há 17 anos na Universal, Jarilene acumula conquistas: “tenho apartamento, chácara, carro, os supermercados, as lojas e já viajei para vários países, entre eles os Estados Unidos e a Alemanha. Eu não teria chegado aonde cheguei sem Deus. Eu não tenho estudo, mas administro os negócios com a sabedoria que vem do Alto. Por isso, entendo a importância da fidelidade a Ele, de devolver as primícias. Quando surge uma dificuldade, eu uso a minha fé e tenho certeza que as coisas vão dar certo porque Deus está na frente. Agora já estou buscando novos negócios”, adianta ela, que conta com o apoio do marido e da filha Tais, de 22 anos.
As lições de Gideão
Ao praticar a fidelidade a Deus nas horas boas e ruins, Jarilene garante que encontrou forças para superar as adversidades. E mais: ela não se acomodou nem baixou a guarda, mesmo depois de conquistar uma situação confortável.
O Bispo Júlio Freitas explica que a história de Gideão, narrada no livro Juízes da Bíblia, revela qual é força verdadeira. Na época de Gideão, os israelitas sofriam com a perseguição dos midianitas, que roubavam e invadiam suas terras. Certo dia, entretanto, Deus levantou Gideão como líder de Seu Povo e o orientou a escolher um exército de pessoas fortes. Para isso, primeiro excluíram-se os que estavam com medo. Dos 10 mil que restaram, 9.700 foram reprovados posteriormente, no teste da fonte.
Assim, ficaram apenas 300 homens: “e fez descer o povo às águas. Então o Senhor disse a Gideão: Qualquer que lamber as águas com a sua língua, como as lambe o cão, esse porás à parte; como também a todo aquele que se abaixar de joelhos a beber. E foi o número dos que lamberam, levando a mão à boca, trezentos homens; e todo o restante do povo se abaixou de joelhos a beber as águas.” (Juízes 7.5-6).
Segundo o Bispo, o episódio mostra que não basta se dizer cristão para conquistar uma mudança de vida com Deus. “Daqueles milhares que tinham título de soldados, muitos eram tímidos e medrosos e voltaram para casa. A maioria dos crentes hoje é reprovado pela Palavra de Deus, pois age de forma relaxada. Essas pessoas acabam se ajoelhando para os sentimentos, para as circunstâncias, para a fé emocional.”
Prova
O Bispo Júlio acrescenta que a prova da fonte oferece outros ensinamentos valiosos: “os 300 foram escolhidos porque permaneceram em estado de vigilância, levaram a água à boca sem se ajoelhar, mantendo a visão, pois sabiam que o perigo poderia vir de qualquer lado. Os inimigos estavam ali, acampados nas redondezas. Uma fonte de água cristalina é um lugar convidativo ao lazer, mas eles se mantiveram em alerta. Nós, cristãos, temos que manter o sentido de alerta. Deus disse ‘vigiai e orai’, mas a maioria quer fazer o contrário e se acomoda.”
Nos dias de hoje, manterse alerta é importante para não relaxar na Fé nem se acomodar diante das circunstâncias. “Muitas pessoas se conformam com pouco, acham que já têm um trabalho e está bom. A prova da nossa fé é algo que geralmente não podemos fazer, é algo a mais, pois nós cremos que Deus vai fazer o que não podemos. O povo de Deus não pode limitar seus talentos. É preciso fazer a mais, buscar novas fontes. Deus quer que Seu povo seja líder para que tenha para dar e ajudar a quem ainda não O conhece. Quando existe fidelidade a Deus, a Promessa se cumpre na vida do cristão.”
Confiança em Deus
Quem observa o sucesso de Amanda Kislley, (foto abaixo) de 24 anos, não imagina os desafios que ela já enfrentou. A jovem conta que quando se casou com Lenon Silva, de 27 anos, há quase três anos, a situação financeira do casal era complicada. Na época, ela tinha emprego fixo, mas o salário era baixo e não havia perspectiva de crescimento.
Para garantir o sonho do casamento, Amanda e Lenon colocaram a mão na massa. “Eu trabalhava o dia inteiro e à noite cuidava dos preparativos da festa. Eu me descobri artesã, costureira e aprendi a fazer muitas coisas, como os convites”, lembra. Depois do casamento, ela se mudou de cidade para viver com o marido e teve que sair do emprego, que era sua única fonte de renda. Lenon também estava sem trabalho, mas a falta de recursos não assustou Amanda. “Nós confiamos em Deus, em nossa fidelidade a Ele.”
Amanda não se acomodou com o seguro-desemprego, pois tinha uma certeza: não queria voltar a ser empregada. “Conversei com o meu marido e logo surgiu a ideia de fazer convites de casamento. Anunciamos pela internet e começamos a receber encomendas de todo o Brasil. No início, não tínhamos materiais nem fornecedores, pedimos a impressora da minha sogra emprestada.”
O casal também usou suas habilidades para anunciar on-line serviços como o de designer gráfico. Apesar dos esforços dos dois, a situação financeira ainda não estava bem resolvida. “Casamos em setembro e em fevereiro do ano seguinte não tínhamos nada. Mesmo assim, não deixamos de ser fiéis a Deus. Nessa época, fomos ao Altar e sacrificamos. No mês seguinte, meu esposo, que é gerente em TI, conseguiu fechar um contrato.”
Além de fazer convites para festas, Amanda também abriu uma loja virtual para vender vestidos de noiva. Aos poucos, novas fontes de renda foram sendo somadas. “Para ser empreendedor, é preciso tentar de tudo e não ter medo. Nós temos fé e somos como um time, um abraça a ideia do outro. Sempre estamos participando de cursos, palestras e colocando as ideias em prática. Vamos testando e aprimorando. Já revendemos produtos de parceiros, já hospedamos cachorro de outras pessoas em nossa casa, vendemos infoprodutos.
Eu vendo pela internet até o que não usamos mais em casa, como cadeira de escritório e videogame.”
As habilidades no mundo digital também renderam a Amanda a prestação de serviços como analista de marketing digital. Aos poucos, Lenon ampliou sua base de clientes. O casal continua investindo em diferentes áreas e trabalha de casa. “Hoje em dia nós terceirizamos a parte técnica e delegamos tarefas para poder ter tempo de fazer outras coisas. Ainda vendo convites, mas tenho uma pessoa que produz as peças.”
Questionada sobre o sucesso financeiro conquistado nos últimos três anos, Amanda conta que há um segredo para lidar com as incertezas: “a fidelidade e a confiança em Deus são as nossas bases. Mesmo na dificuldade, mesmo faltando dinheiro, nós nunca deixamos de cumprir a nossa aliança com Ele. Para nós, devolver as primícias é um reconhecimento por tudo que Deus tem nos dado.”
Ele decidiu participar de reuniões da igreja a convite de uma vizinha. “No início tive certa resistência, mas depois fui. Cheguei pedindo pelo dinheiro, mas Deus arrumou outras áreas da minha vida também. Ele devolveu minha saúde, restaurou meu casamento e me fez crer e confiar nEle. Antes, eu tinha a fé conquistadora, de empresário, mas faltava a fé salvadora.”
Após se fortalecer espiritualmente, Jair conta que ganhou novo fôlego para tentar ajustar a vida financeira. “Passei a reconhecer que tudo vem de Deus e comecei a ser fiel a Ele.” Jair acredita que a postura diferente foi decisiva para o surgimento de novas oportunidades. “No início, Deus me deu a oportunidade de trabalhar em uma empresa na área comercial, ganhando 10% do valor que eu costumava ganhar.
Lá, conheci funcionários de ponta. Depois, fui para outra empresa e também conheci outras pessoas importantes.”
Oportunidade
Além de adquirir experiência e fazer novas parcerias, Jair conheceu seus atuais sócios. “Eles viram o meu potencial e me chamaram para desenvolver um mercado que eles não tinham. Foi assim que me pediram para achar um lugar e comprar maquinários para a produção de telhas metálicas. Eles financiaram o negócio e ficam com uma participação”, afirma.