“Meu Pai, eu só queria ganhar essa pessoa para Jesus.” Essa foi a oração sincera feita pelo jovem Edir Macedo depois de falar sobre o Deus-Vivo e vê-Lo ser rejeitado. O tempo passou e tal desejo ainda ardia dentro daquele homem que havia sido selado com o Espírito Santo e que nutria uma fé aguerrida. Ele queria alcançar os que estavam sofrendo por não conhecerem a Deus. Essa era – e ainda é – a sua maior intenção: salvar almas sofridas, redimir vidas e declarar que Jesus Cristo é o Senhor.

“Esse anseio estava arraigado no seu íntimo e pulsava sem parar, a ponto de incomodá-lo constantemente. Mesmo como funcionário público de carreira, ele não passava nem uma semana sequer sem comentar comigo que iria pregar o Evangelho, custasse o que tivesse de custar. (…). ‘Sabe, Ester, eu tenho um chamado. Quero ser usado por Deus para ganhar almas por este mundo afora. Não vou desistir’, revelava, com fibra no olhar. O sonho da fé estava enraizado no interior de Edir”, escreveu Ester Bezerra, esposa do Bispo Macedo, em A Dama da Fé, seu livro de memórias.

Tudo que ele ansiava era cumprir o que está registrado em Marcos 16.15: “… ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura”. Por ser um evangelista ativo na igreja que frequentava, ele insistia para integrar o corpo eclesiástico da instituição, mas era em vão. Depois de tantos pedidos negados, tudo que importava para ele era obedecer à Voz de Deus e seguir seu chamado porque, mesmo que todos duvidassem, para Edir Macedo não restavam dúvidas sobre o rumo a seguir.

Provado e aprovado
Os primeiros passos da Igreja Universal do Reino de Deus são conhecidos: as pregações no Coreto no Méier, a transformação de uma funerária em igreja, o uso da mídia para propagar o Evangelho, a expansão da Universal pelo Brasil e pelo exterior e também a perseguição, as fake news criadas pela grande mídia, as denúncias e os processos infundados, a prisão e até lamentáveis acidentes e incidentes.

Em cada um dos 16.801 dias de existência, desde a inauguração em 9 de julho de 1977, essa Obra nunca se desviou de seu objetivo de ganhar almas para o Reino dos Céus, independentemente do desafio a ser enfrentado ou de quão utópico pudesse parecer o próximo passo. Como isso é possível?

Na trilogia biográfica Nada a Perder, o Bispo Edir Macedo expõe cada detalhe dessa trajetória, o que o manteve fiel ao seu propósito e qual é a verdadeira base da Igreja: “o Espírito de Deus desceu de forma impetuosa na minha vida. Fui selado para receber orientação e inspiração. Ele é quem me exorta, me aconselha, me conforta, me renova e me anima nas guerras que travo contra o inferno ontem e hoje. Ele, sim, é o mentor e líder da Igreja Universal do Reino de Deus. Sem o Espírito Santo, nada do que tem sido feito seria possível”.

Fé e Espírito
A mensagem pregada na Universal é a que consta nas Sagradas Escrituras, trazendo luz à fé inteligente, à fidelidade e à importância do batismo com o Espírito Santo. “Fé é atitude. Você já deve ter me ouvido discorrer muito sobre isso. Essa frase virou quase um lema da Igreja Universal porque resume bem os pensamentos da Bíblia e o que eu prego há cerca de quatro décadas. Não existe resultado concreto sem atitude, sem ação, sem procedimento, por mais crença que se diga possuir”, relatou o Bispo no livro.

E assim, de fé em fé, entre lutas e desafios, do Oaipoque ao Chuí, no Oriente e no Ocidente, de Norte a Sul, dos pequenos aos grandes templos, na paz ou em meio à guerra, lidando com um clima tropical ou enfrentando uma nevasca, nas mais variadas culturas e idiomas sempre há alguém recebendo a Palavra de Deus e tendo a oportunidade de mudar de vida.

No último encontro com os obreiros voluntários em que o Bispo Macedo pregou, ele ressaltou que essa Obra também se sustenta por aqueles que conhecem o Altíssimo e se dispõem a
servi-Lo: “graças a Deus, na Igreja Universal existem muitos homens de Deus que são cheios do Espírito Santo. Por isso que a Universal está em todo o mundo. Por quê? Porque há aqueles que são cheios do Espírito Santo, não só têm os dons, mas, sobretudo, têm o fruto, o caráter de Deus consigo”. São homens e mulheres que se dedicam para levar o Evangelho em 143 países, de domingo a domingo, no Altar e nas ruas, em programas de televisão ou rádio e de todas as formas possíveis e imagináveis.

Exalando o bom perfume
Como todos os outros detalhes que fazem a Universal ser a Universal, desde o início, a Igreja não mede esforços para cumprir a Palavra de Deus, não apenas no que se refere a propagar o Evangelho, mas, também, em ajudar o próximo. Por isso, os projetos sociais sempre foram um dos braços que se movimentam diariamente para estender a mão aos que necessitam.

Hoje são 17 projetos e dezenas de subprojetos que, em 2022, contaram com 487 mil voluntários. As ações são realizadas em orfanatos, asilos, hospitais, unidades da Fundação Casa, presídios, delegacias, escolas e em ruas, praças, parques e ginásios, além de iniciativas humanitárias com refugiados em razão de guerras ou fome, vítimas de desastres naturais e até empréstimo das dependências das igrejas para auxiliar em campanhas de vacinação e coleta de sangue. Esses trabalhos beneficiaram quase 13 milhões de pessoas em todo o mundo, só no ano passado. “Quanto mais simples o trabalho, maior é o poder e maior a dependência de Deus. E o resultado, como esperado, maior a ação do Espírito Santo. É isso que eu mais busco na Igreja atualmente: simplicidade, a essência da Obra de Deus”, destacou o Bispo em outro trecho do livro.

Sem “parabéns”
Ao longo das últimas décadas, a Obra segue não em busca de felicitações, mas de reafirmar a frase “eis-me aqui, Senhor”. Ao contrário dos aniversários comuns em que velas são sopradas, neste aniversário de 46 anos da Igreja Universal do Reino de Deus a chama permanece acesa e se multiplica em prol de um único desejo: ganhar almas e propagar o Evangelho por todo o mundo até que o Senhor Jesus volte. E até lá ainda há muito a ser feito com fé, sinceridade, dedicação e direção do Espírito Santo em cada passo, cada pregação e cada ação social.

Em 7 de julho, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo realizou uma solenidade, em homenagem aos 46 anos da Universal, organizada pelo deputado Gilmaci Santos, primeiro vice-presidente da casa.

Laís Klaiber / Fotos: Hiraman/getty images, acervo e reprodução