O tédio na vida a dois
Seu casamento caiu na rotina? Veja como acabar com isso
Estar casado há muito tempo é um tédio. Verdade ou mito? Certamente é um mito, pois o desgaste que pode ocorrer ao longo dos anos acontece pela falta de investimento do próprio casal. Diminuir o contato físico e o cuidado com o parceiro, por exemplo, leva o relacionamento a um estado de frieza. Uma pesquisa do Reino Unido confirmou que a maioria dos casais não cultiva alguns gestos de amor.
O estudo foi realizado por uma rede hoteleira e questionou o comportamento de 2.000 casais na hora do sono. De acordo com o jornal britânico Daily Mail, 80% costumam dormir sem dar um beijo de boa noite e 90% não conseguem dizer “eu te amo” antes de apagarem as luzes. A avaliação também registrou que 46% dos ingleses dormem de costas para seus parceiros. Entretanto, esses não são os únicos fatores que entediam o casamento.
A psicóloga e terapeuta familiar Rejane Sousa Sampaio, do Instituto de Psiquiatria da USP, explica que a relação fica morna quando o casal perde a motivação e a alegria, responsáveis pelo tempero do casamento. “Um sinal é a indiferença pelo companheiro e uma rotina no “piloto automático”, no sentido da falta de inspiração, de um dia a dia monótono e sem trabalhar pela relação”.
Antes que a chama se apague, o casal precisa pôr em prática algumas dicas. “Use a rotina a favor da mudança e não a favor do tédio. Se programe para ter um momento de lazer semanalmente. Pode ser um cinema, um filme em casa ou um jantar. Um hobby em comum, como exercício físico, um curso livre, uma viagem”, orienta.
Manter a boa comunicação e o romantismo é fundamental para o matrimônio permanecer em harmonia. “Demonstre o amor com gentilezas e gestos que agradam ao outro. É necessário ver o casamento como uma planta que necessita ser regada. A intimidade não pode ser vista como sinal verde para deixar de cuidar da relação. O cuidado e o carinho com o outro precisam ser cultivados para manter o frescor e a vitalidade”, afirma.
Abaixo de zero
E como salvar o casamento que já está entediante e, talvez, à beira de uma separação? A psicóloga pontua que a leveza, a paciência, a tolerância e o respeito ajudam a entender o jeito de ser do outro. “O casal deve apresentar uma intenção clara de mudar, substituindo a culpa por um recomeço. E também recordar o que os atraiu no começo da relação. Em que momento ou como isso se perdeu? Um resgate dessas lembranças, das alegrias e do encanto é um caminho.”
É essencial conversar abertamente e sem acusações sobre o que ambos se dispõem a fazer para melhorar a relação. “Cada um pode escrever uma lista com sugestões positivas (não vale reclamações) para melhorar o casamento. Juntos podem ler as listas e avaliar o que pode ser transformado em ação”, sugere.
Os filhos ou o cônjuge?
E, se tiverem filhos, é preciso que o casal se programe para ter um tempo a dois com regularidade. Segundo Rejane, “para sair sem preocupação é excelente pedir ajuda aos avós das crianças, por exemplo. E, mesmo em casa, é importante educar os filhos para que respeitem o espaço dos pais quando eles estiverem sozinhos ou no quarto com a porta trancada”.
Com esse tempo a sós, os dois podem cuidar melhor um do outro e não viver apenas para os filhos. Afinal, quando as crianças crescerem e saírem de casa, os dois ficarão sozinhos novamente. “O equilíbrio é a chave. Reservar com planejamento o momento sagrado do casal é saudável para toda a família”, conclui a especialista.
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