“Ódio do bem” escancarado
Enganar o povo tem sido uma tarefa difícil. Discursos vistos por alguns como ações democráticas perdem cada vez mais força perante a opinião pública
A internet hoje em dia é quase um tribunal e virou um ringue de luta também. Só que, em vez de um julgamento estruturado depois de uma grande investigação, os golpes são em posts agressivos ou comentários cheios de raiva em diversas postagens.
Atualmente, muitas pessoas dão tanta importância à própria opinião que parece que existe uma obrigação de postá-la, doa a quem doer. Claro que muitos usam o bom senso e realizam debates positivos. Contudo há os que se tornam inimigos ferrenhos, o que às vezes gera violência física, retaliações e mais discórdia.
Não é preciso ser um gênio para ver a mão dos movimentos de esquerda espalhar também o conflito para dividir o povo, fragilizá-lo e conquistá-lo mais facilmente. Alguns discriminam na tentativa de se mostrarem vítimas de discriminação; outros propagam o ódio tentando vender a imagem de odiados. E há os que se fecham ao diálogo com quem se propõe a dialogar. Eles jogam suas bombas e fecham a porta, em uma atitude de covardia bem típica.
Esses movimentos têm feito o que se chama hoje de “ódio do bem”. Isso acontece quando um grupo se une para destilar veneno, falta de respeito e intolerância em relação a seus opositores – como ao governante atual do País –, travestido de “liberdade de expressão.” É um ódio considerado “do bem” por propagar atos pró-democracia. Dessa forma, esses movimentos conquistam simpatizantes que reforçam o mesmo discurso, mas que também incitam ainda mais a luta entre os brasileiros e contra o País.
Triste exemplo
Um exemplo escancarado de “ódio do bem” viralizou nos últimos dias na internet. Em um vídeo do coletivo de arte norte-americano Indecline em colaboração com outros grupos locais, algumas pessoas comuns jogam futebol com cabeças – feitas de silicone – decepadas de presidentes de algumas nações. O vídeo brasileiro mostra a cabeça do presidente Jair Bolsonaro sendo tirada de um túmulo, no cemitério, e usada como bola por um grupo constituído de pessoas de várias vertentes. A postagem, claro, é uma tentativa de divulgar para as pessoas que se encaixam no perfil daquelas do vídeo e à opinião pública a ideia que o presidente é inimigo delas e que deveria estar morto.
O jornal Folha de S. Paulo – declaradamente contrário ao governo atual –, ao se referir ao caso, oficializa o “ódio do bem”. Na matéria, cujo título é “Pelada com cabeça de Bolsonaro rende ameaças de morte a coletivo de arte”, a violência é justificada porque mostra o coletivo Indecline como vítima e que teve seus integrantes até sofrendo ameaças de morte.
Aliás, por meio dessa manchete, fica clara a interpretação de que, para o jornal, jogar “bola” com a cabeça do presidente é um ato banal. É como se dissesse: “não se pode mais jogar futebol com a cabeça de ninguém?”
Nos comentários de simpatizantes no site do jornal as opiniões beiram o surreal: “sempre haverá alguém chocado com arte”, disse um internauta.
A pergunta que fica é: por se tratar do presidente Bolsonaro, isso é tolerável? O que teria acontecido se, por exemplo, uma figura da esquerda política tivesse sido retratada da mesma maneira?
A verdade é que a empatia e o amor ao próximo que essas pessoas e a mídia que as apoiam pregam, na verdade, são destinados apenas a quem pensa como elas. Para elas, desejar a morte de alguém que pense diferente é sempre justificável.
Semeando conflitos
E, por falar em Folha de S. Paulo, a colunista Mônica Bérgamo publicou no jornal que um golpe militar estava em planejamento, referindo-se a um suposto grupo de membros das Forças Armadas descontentes que poderiam tomar o poder à força. Semeando descrédito e medo, ela entra em coro com a Rede Globo, que está em desespero pelos recursos financeiros públicos desviados que tanto enriqueciam empresas de comunicação em governos anteriores e cuja torneira foi fechada pelo atual.
Outros casos de comentários nas redes sociais também têm gerado problemas. O escritor brasileiro Paulo Coelho, que mora atualmente na Suíça, postou recentemente um pedido para que outros países boicotassem produtos brasileiros, pois eles seriam motivo de incêndios florestais e fruto da exploração de trabalhadores. Coelho critica Bolsonaro e evangélicos confortavelmente, mesmo de longe, em um autointitulado “compromisso histórico” com o País. A repercussão do post foi tão negativa que ele apagou os posts depois.
O escritor argentinobrasileiro J.P. Cuenca, que também já colaborou com jornais esquerdistas como O Globo, postou no Twitter: “o brasileiro só será livre quando o último Bolsonaro for enforcado nas tripas do último pastor da Igreja Universal”, adaptando uma frase de um padre que foi descoberto como ateu depois de sua morte, o francês Jean Meslier (1664-1729), que dizia: “o homem só será livre quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre”. Ódio ontem, ódio hoje. Cuenca perdeu, com a repercussão do post, a coluna que assinava para uma agência alemã .
Estratégia negativa
Isso tudo nada mais é do que uma estratégia de semear o conflito disfarçando-o de engajamento pelo povo, como afirmou o Bispo Renato Cardoso no programa Entrelinhas, do Univer Vídeo. “Parece bom odiar certos grupos. A esquerda semeia o ódio, mas quando você expressa que não gosta de certos grupos que ela aprova é chamado de fascista”, disse.
Segundo o Bispo Alessandro Paschoall, responsável pelo Grupo Arimateia – iniciativa da Universal para que os cristãos se conscientizem politicamente –, “o mal usa essas coisas (o ódio gratuito) para dispersar a nossa atenção, o nosso foco, das coisas realmente importantes”.
Ele acrescenta que “o diabo pôs na cabeça das pessoas que política não é de Deus, pois, uma vez que o cristão (…) estiver dentro desse processo (político) com seu caráter e a sua dignidade baseados na justiça, com certeza a corrupção e tantas sujeiras não estariam sendo espalhadas como estão”.
Portanto cabe a cada um ter bom senso. E ao ler, assistir e ouvir conteúdos deve pensar bem antes de tomar como certa qualquer postagem, imagem ou vídeo.