Os dois Brasis

As eleições presidenciais demonstraram que estamos em um país dividido: duas ideologias, duas pautas, duas formas de governar o País diametralmente opostas foram colocadas em votação. Os candidatos representaram duas correntes de forças: uma de estilo esquerdista e outra com perfil de direita. O povo brasileiro teve a oportunidade de provar e escolher por qual delas queria ser governado.

Apesar de o resultado das eleições estar sendo questionado, o quadro que nos é apresentado até aqui é de um país polarizado e ousamos afirmar de temos dois Brasis dentro da mesma nação. No primeiro turno, a diferença de votos entre os dois candidatos foi de cerca de 5 pontos percentuais. Mas, no segundo, a diferença foi de menos de 2 pontos percentuais entre o que teve mais votos e o menos votado (60 milhões e 58 milhões, respectivamente).

Lula e seus seguidores estão ávidos pelo poder. Logo depois do resultado das eleições ter sido anunciado, já bateram às portas do Palácio do Planalto para iniciar a transição de governo. Os petistas imaginam que vão aprovar as pautas esquerdistas facilmente. A arrogância com que tratam seus opositores quando chegam ao poder não os faz enxergar que não vai ser fácil como eles fizeram outrora, quando o povo brasileiro foi iludido com suas promessas de campanha.

Os protestos realizados por todo o Brasil são um indicativo do que aguarda o governo esquerdista. As eleições fizeram ressurgir o sentimento de patriotismo de direita, com valores bem definidos, e isso se tornou maior do que uma pessoa ou uma liderança política.

Metade do povo brasileiro não aceita a agenda socialista que Lula e seus correligionários querem implantar no País.

Ideologia de gênero nas escolas para crianças e adolescentes e financiamento de ditaduras comunistas na América Latina e na África com os cofres públicos, como a esquerda brasileira já fez um dia, terão séria e combativa resistência. Os movimentos de direita foram repaginados e contam com organização, apoio técnico e mobilização nunca antes vistos na história do Brasil.

A metade da nação brasileira não aceita ser governada por uma pessoa que passou uma temporada na cadeia, sob a acusação de crimes de corrupção, de desvio do dinheiro público e que só voltou ao cenário político por um entendimento enviesado, criado pelo Supremo Tribunal Federal, e por falhas na lei processual penal, que beneficiaram o líder dos petistas e ressuscitou o cadáver político denominado Lula.

Ele já sabe que vai governar um país dividido, com um Congresso majoritariamente conservador e contrário ao estilo petista de tratar os cofres públicos. Além disso, a direita brasileira que se reinventou conta com um quadro qualificado e conhecimento jurídico, econômico e social, que está pronto para resistir aos desmandos que porventura surjam em um eventual governo petista.

Lula, como raposa velha que é, sabe que vai ter que enfrentar o terceiro turno, que é o Congresso Nacional e a metade da população brasileira, que está vigilante e atenta aos movimentos e ideais que sairão do Palácio do Planalto. Duas forças emergem para fazer frente ao modo petista de administrar os cofres públicos: um Congresso Nacional de maioria de direita e metade da população que se organiza por todo o Brasil.

Espera-se que Lula e seus auxiliares, que querem voltar a ter trânsito livre com a chave dos cofres dos ministérios em Brasília, tenham aprendido a lição, quando ele passou 580 dias na prisão e sua pupila Dilma Rousseff foi apeada do poder. Todos eles sabem que o instituto do impeachment está em pleno vigor e que as operações da Polícia Federal, que desvendaram um dos maiores esquemas de corrupção do mundo, podem voltar e levar Lula novamente para trás das grades.

Ninguém mais aceita que os cofres públicos sejam usados para outros fins, a não ser o de servir à nação brasileira que paga elevada carga de impostos. A responsabilidade fiscal e a probidade administrativa estão na ordem do dia e, se Lula e seus comparsas voltarem à prática do que os levou para o banco dos réus, tanto a Polícia Federal quanto o povo brasileiro vão se mobilizar para conduzi-los novamente para mais uma estadia na carceragem da Papuda.

Denis Farias é advogado, professor e consultor jurídico

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Colaborador

Redação / Foto: Getty Images