Países começam a flexibilizar volta às atividades
Confira como nações que adotaram o isolamento social estão agindo após a diminuição de casos da Covid-19
Diversos países que adotaram o isolamento social e a quarentena estão flexibilizando as restrições, aos poucos, à medida que o avanço do coronavírus vai diminuindo. A França, que teve 26,3 mil mortes provocadas pela Covid-19, começou a afrouxar as regras de confinamento após a redução na pressão sobre o sistema de saúde. Na primeira quinzena do mês passado, estabelecimentos como salões de beleza, lojas de roupas e livrarias foram liberadas para funcionar, respeitando medidas sanitárias com o objetivo de evitar a disseminação da infecção.
O avanço também aconteceu na área da educação, quando 80% das escolas locais reiniciaram as atividades presenciais.
Outros países da Europa também deram o que parece ser o primeiro passo em direção à normalidade: Bélgica, Turquia e Espanha começaram a diminuir restrições. Parte da Espanha, por exemplo, passou a permitir reuniões com até 10 pessoas, a ida a lojas sem a necessidade de agendamento prévio e a utilização de terraços de locais como bares e restaurantes, mas as cidades mais afetadas pela Covid-19, como Barcelona e Madri ainda não puderam avançar para o desconfinamento.
Fora da Europa, o Japão também é um dos primeiros países a adotar a flexibilização das medidas restritivas. O governo japonês anunciou no final do mês de maio o fim do estado de emergência que havia sido decretado para controlar a pandemia do coronavírus. A capital Tóquio e mais quatro cidades foram as últimas a deixar a condição excepcional e vão progredir para um novo plano de reabertura gradual das atividades.
Em entrevista coletiva, o primeiro-ministro Shinzo Abe afirmou que o estado de emergência decretado em 7 de abril fez com o que o país tenha agora “a situação sob controle”, mesmo com novos casos tendo sido registrados em Tóquio e Hokkaido. Já o ministro da Economia, Yasutoshi Nishimura, afirmou que não é possível eliminar o vírus completamente: “mesmo após o fim do estado de emergência, temos que tomar medidas preventivas firmes baseadas nos nossos novos estilos de vida”.
No Brasil, embora o número de mortes e de casos não tenha diminuído, alguns estados também dão sinas de flexibilização. No Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite aceitou o pedido de 14 prefeituras da Serra gaúcha para afrouxar as medidas de distanciamento social.
Já o estado de São Paulo admite flexibilizar a quarentena em algumas regiões a partir deste mês.
Contudo, a Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar de celebrar o começo do desconfinamento, pede atenção nos desdobramentos da doença ao longo do processo. O diretor do Programa de Emergências em Saúde da OMS, Michael Ryan cobrou vigilância, até porque algumas nações não investiram na expansão dos sistemas públicos de saúde. “Se a doença persistir nos países que não têm capacidade de detectar os focos e identificá-los, existe o risco de a doença reaparecer”, advertiu.