Pandemia faz pais deixarem de levar os filhos ao médico
Consultas agendadas e atendimentos em pronto-socorro diminuem drasticamente
O medo de contaminação pelo novo coronavírus fez com que a procura por pediatras no Brasil caísse drasticamente. Isso não significa, porém, que as crianças precisam menos dos médicos. Mas, sim, que os pais estão receosos a levá-las ao pronto-socorro e às consultas.
O chefe do serviço de pediatria do Hospital Moinhos de Vento, João Ronaldo Krauzer, explicou: “Com o passar dos meses, passamos a operar com 20% do atendimento ao qual estávamos habituados. Para se ter uma ideia, eram 120 pacientes por dia na emergência, chegando a 150, nos dias de pico. Hoje, a média é de 25 atendimentos por dia”.
De acordo com o especialista, a procura pelos médicos especialistas em atendimento infantil caiu tanto na rede pública de saúde quanto na rede privada.
Se preciso, procure o médico
Embora a recomendação seja de quarentena, não é preciso ter medo de levar o filho ao médico quando necessário. Sintomas como febre persistente, vômitos, dores e falta de ar devem ser averiguados por profissionais.
Crianças vítimas de traumas também devem procurar o hospital. Acidentes domésticos passaram a ser 25% mais frequentes. O próprio Krauzer orienta: “Muitos destes ferimentos têm indicação de sutura. Sem falar nas fraturas de braço, perna, clavícula e, o mais grave, de crânio. As queimaduras despontam entre esses acidentes domésticos, principalmente por escaldamento de água quente”.
Os hospitais estão preparados para atender as crianças separadamente dos adultos. Da mesma maneira, pacientes com sintomas de COVID-19 são atendidos em locais separados. Não há motivo para medo. Ao contrário: se necessário, é recomendado procurar ajuda médica.
Não é apenas a pediatria que viu o número de atendimentos diminuir. Estima-se que o Brasil possa ter milhares de mortes a mais por câncer em 2020 em decorrência do medo de hospitais. Clique aqui e saiba mais sobre o assunto.