Dos 41 anos que o jardineiro Jeferson da Silva Chagas tem de vida, 20 deles foram arruinados pelo vício em drogas. A “vida perturbada”, como ele mesmo classifica, começou quando Jeferson tinha apenas 18 anos. Na época, ele era jogador de futebol e chegou a atuar em times juvenis. Influenciado por pessoas que se diziam “amigas” e que alegavam que ele precisava experimentar os “prazeres da vida”, Jeferson começou a usar maconha, cocaína e bebidas alcoólicas. Por causa disso, a carreira promissora que ele tinha no esporte foi encerrada de forma precoce. “Acabaram meus planos. Mudei de foco”, conta.

Influência certa
Ainda na juventude, Jeferson conheceu sua esposa, Aline Chagas, hoje com 38 anos. Ela já frequentava a Igreja, mas ele não se interessava de fato pelas coisas de Deus. “Fui à Igreja só para paquerá-la, não sabia que eram as mãos de Deus preparando tudo para mim.”

Jeferson recorda que pensava que não era viciado e que poderia parar de usar drogas quando quisesse. No entanto, o vício já o dominava a tal ponto que ele fazia empréstimos para comprar drogas. “Eu acordava perturbado à noite e via vultos. Para meus familiares, eu já não tinha solução”, diz.

Enquanto as influências erradas levaram Jeferson a fazer escolhas que renderam duas décadas de perdas, a influência positiva de sua esposa o fez entender o que realmente faltava em sua vida. “Ela lutou por mim e sacrificou na Fogueira Santa por minha vida.”

Segundo Jeferson, com o passar do tempo, o uso de drogas já não lhe dava mais a sensação de prazer do início e o vazio que ele sentia em seu interior era persistente e cada vez maior. Foi quando ele entendeu que o Único que poderia preenchê-lo era Deus. Ele admite que, mesmo indo à Igreja, sua mente parecia bloqueada. “Eu nunca entendia nada, até que eu decidi que queria conhecer a Deus de verdade. Foi quando decidi me batizar nas águas e tudo foi se transformando.”

Jeferson explica que não mediu esforços para receber o Espírito Santo. “Recebi o Espírito Santo através de uma dedicação total. Fiz mais meditação na Palavra de Deus e mais evangelização. Tudo foi feito com toda força, até o dia mais importante da minha vida, do qual nunca me esqueço: 19 de janeiro de 2019. Quando o Pastor chamou à frente do Altar quem ainda não tinha o Espírito Santo e queria recebê-Lo, eu não hesitei em ir. Foi uma grande busca, em que eu vi o poder sobrenatural do Espírito Santo sobre mim. Foi uma alegria sem explicação. Quando terminou a busca, achei que estava cheio de gente em frente ao Altar, mas era só eu e Deus”, relembra.

Jeferson tem consciência que é impossível recuperar todos os anos perdidos nos vícios, mas é possível viver uma nova vida tendo dentro de si o Próprio Deus. “Na verdade eu tenho apenas três anos de história. Desde que fui liberto das drogas e conheci a Deus, eu dei um salto gigantesco, durante 20 anos eu não fiz nada disso. Em três anos eu refiz minha vida e minha família. Ando de cabeça erguida, tenho dignidade e faço trabalho voluntário para ganhar almas por meio do projeto Vício tem Cura. Hoje quem me olha, vê a transformação.”