Para não trombar com a trombose

O incômodo pode até parecer inofensivo, mas não é

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Trombar com a trombose nunca é agradável. Além do incômodo que a doença pode causar, como uma dor ou sensação de queimação na perna ou um inchaço no pé, no tornozelo ou na perna, ela ainda pode vir acompanhada de muitas complicações.

Para que você possa entender, a trombose venosa é uma condição provocada por um coágulo, que nada mais é do que um “aglomerado” de sangue, que se forma na veia. Mariana Raff o Pereda, cirurgiã vascular do Hospital Moriah, observa que a presença de um trombo que “determina a obstrução do fluxo sanguíneo pode ocorrer tanto nas veias do sistema superficial quanto nas veias profundas, sendo que, neste caso, leva a um quadro clínico mais grave quando ocorre nos membros inferiores”. Já para Armando Lobato, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), “a trombose inviabiliza o fluxo normal do sangue, algo que pode ser perigoso dependendo de onde e como ocorre”. Vale ressaltar que, entre janeiro de 2012 e agosto de 2023, um levantamento da entidade que Lobato preside mostrou que foram notificadas 489.509 internações para o tratamento de tromboses venosas no País pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, trata-se de um problema de saúde pública ao qual todos nós devemos ficar atentos.

Como se não bastasse a trombose, a tromboflebite, uma espécie de parente próximo, também pode ocorrer e prejudicar a saúde vascular. “Enquanto a trombose evidencia a formação de um trombo no interior de uma veia que leva à obstrução do fluxo e à dificuldade no retorno do sangue em direção ao coração, a tromboflebite é a inflamação de uma veia superficial, que pode estar associada à formação de um trombo no interior dela. Por se tratar de uma veia superficial, no entanto, os sintomas são menos evidentes e costumam ser autolimitados, com resolução do quadro em até três semanas, em média”, diz Danielle Kuramoto, também cirurgiã vascular do Hospital Moriah.

Embolia é coisa séria

A trombose pode ser especialmente perigosa “se um pedaço do coágulo se soltar e ‘viajar’ até os pulmões, o que causa embolia pulmonar (EP)”, como explica Lobato: “isso é algo sério porque pode bloquear o fluxo de sangue nos pulmões e levar a sintomas como dor no peito, falta de ar e até ser fatal, se não for tratado rapidamente”. Mariana complementa dizendo que em alguns casos a embolia pode ser assintomática, mas, em outros, apresentar tosse e dor torácica e, nos mais graves, pode ocasionar choque e morte súbita”.

Quer saber como identificar que algo não vai bem com sua saúde vascular? Acompanhe mais informações detalhadas no infográfico.

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Colaborador

Flavia Francellino / Arte: Edi Edson