“Parece que sou invisível.” Será?

Muitos se sentem rejeitados, desamparados, esquecidos e acreditam que não existe ninguém que os enxergue. Mas o olhar do Altíssimo está à disposição de todos

Imagem de capa - “Parece que sou invisível.” Será?

Existem cerca de 8 bilhões de pessoas no planeta Terra, mas, em meio a esse número expressivo, há muitas que se sentem desamparadas, rejeitadas e esquecidas, como se nem fizessem parte deste mundo. Elas acreditam que estão sozinhas ou que, quando estão com alguém, são um estorvo, um incômodo, a escória ou uma espécie de sobra.

Isso acontece, geralmente, depois que passaram por experiências negativas ou ainda, por exemplo, serem abandonadas na infância ou durante alguma fase da caminhada da vida, ignoradas por quem deveria amá-las, desamparadas por quem deveria protegê-las ou ao se verem sufocadas pelos problemas. Dessa forma, elas levam a vida se sentindo invisíveis por parte de outras pessoas e até de Deus.

Entretanto, em Salmos 33.13, o salmista afirma que o Senhor olha e observa todos os habitantes da Terra, independentemente de quem eles sejam ou de como têm guiado sua vida. Nas preciosas páginas das Escrituras Sagradas, há, inclusive, incontáveis histórias de pessoas que também foram rejeitadas pelo mundo e que desejavam a aceitação alheia. Elas, porém, sempre receberam o olhar de Deus e, ao se apegarem ao cuidado que o Altíssimo poderia lhes dar, entenderam que nada mais lhes faltava. Entre esses casos, por exemplo, há o de Agar, serva que, depois de ser oferecida por Sara a Abraão para que ele gerasse um filho, foi desprezada, tendo, em seguida, fugido para o deserto. Contudo ela foi vista por Deus, que a confortou, como está registrado no capítulo 16 do livro de Gênesis, no versículo 13: “(…) E ela chamou o nome do Senhor, que com ela falava: Tu és Deus que me vê”.

Esse olhar diferenciado de Deus também foi direcionado a Moisés, Gideão, José, Davi, Ana, Zaqueu, entre outros personagens bíblicos. Essas pessoas, em muitos momentos, pareciam esquecidas, no entanto, ao terem recorrido a Deus, receberam o alívio para suas almas e a direção e a força para se tornaram vencedoras, confirmando que quem anda com o Criador jamais vive desamparado. A Palavra de Deus, em Isaías 49.15, aliás, também garante que, mesmo que uma mãe esqueça de seu filho, o Criador jamais se esquecerá dele.

Você tem olhado para Deus?
Contudo, por mais que Deus sempre esteja com os olhos direcionados à Humanidade, é necessário que o homem também esteja com o olhar voltado para Ele, para que obtenha Sua proteção, Seu cuidado, Seu amor e, principalmente, tenha o seu interior preenchido pela Presença dEle.

Esse olhar é essencial para desfrutar das promessas do Alto, como observou recentemente o Bispo Renato Cardoso: “você já viu um namoro acontecer sem que os dois se olhem ou um casamento sem que os dois se falem? Não adianta você não olhar para Deus, pois Ele precisa que você recorra a Ele com toda a sua vida e a sua fé para que Ele o socorra”.

Talvez, diante de tantos problemas e do sofrimento que tem passado, você esteja se sentindo esquecido por Deus, mas isso não quer dizer que Ele o abandonou, mas que você está mergulhado nos seus problemas, no seu passado, nos seus traumas ou buscando socorro em algo ou em pessoas, em vez de buscar a Presença dEle, que é a Única que pode amparar você. “Pare de dizer que Deus é responsável ou que não o ajuda, pois, dessa forma, você está se voltando contra o Único que realmente pode ajudá-lo. Tire esse pensamento falso e decida olhar e se entregar para Ele, levando consigo seus problemas, e o alívio que terá será imediato e para sempre”, afirmou o Bispo Renato.

Esse alívio já foi comprovado por muitas pessoas que se viam perdidas e esquecidas por todos, mas que olharam para Deus e encontraram nEle o cuidado de que precisavam. Leia, a seguir, a história delas.

Ela não foi esquecida, mas se esqueceu dEle
Em Salmos 78 está registrado o desprezo que a nação de Israel teve para com Deus e como o povo sofria em consequência disso. Essa passagem lembra o que aconteceu com a auxiliar administrativo Mayane Thaís dos Santos, (foto abaixo) de 31 anos, quando ela desprezou o olhar do Altíssimo.

Mayane conta que começou a frequentar a Universal em 2011 e que, por aplicar os ensinamentos do Altar, venceu seus traumas, como o de ter sido abusada sexualmente na infância e rejeitada no ambiente familiar. Contudo, depois de seis anos, ela deixou de cuidar da sua comunhão com Ele. “Eu deixei meu coração ser contaminado pelos maus olhos e pelo orgulho e a partir daí os estudos e o trabalho tomaram a maior parte do meu tempo”, diz.

Ela passou, então, a olhar cada vez menos para Deus e, aos poucos, parou de ir à Igreja. A primeira sensação que ela teve, segundo recorda, foi de liberdade e, assim, suas escolhas passaram a ser com base em suas vontades. Ela voltou a fazer tudo que fazia antes de conhecer a Deus. “Fui viver a vida que eu queria, sem regras e sem responsabilidade. Voltei a beber, a fumar e a frequentar bares e boates. Assim, passado um tempo, o barco começou a afundar”, afirma ela, se referindo ao modo como estava a sua vida.

Agindo dessa forma, os problemas emocionais do passado retornaram e as feridas se abriram novamente, o que oprimia a sua alma. Então, para fugir da realidade, ela recorria a determinadas situações e pessoas. “Meu dinheiro era gasto com bebidas, festas e cigarros. Parei de estudar e tudo foi se perdendo aos poucos, incluindo minha saúde. Tive um problema de estômago e ia para o hospital com
frequência, mas, apesar disso, eu continuava com o vício em álcool”, detalha.

Com o decorrer do tempo, Mayane, segundo relata, viu que sua situação só piorava. Ela acabou perdendo o emprego, ficou sufocada pelas dívidas e recebia cobranças de bancos e agiotas. Nessa época, ela ainda se tornou dependente de cocaína. “Eu passava os dias na rua, totalmente descontrolada, a ponto de me relacionar com pessoas e estar em lugares que eu nem conhecia direito, mas, depois, eu não me lembrava de nada”, diz.

Quando recobrava a consciência, ela, conforme recorda, se sentia suja, desprezada e sozinha. Assim, ela acabou desenvolvendo depressão, crises de ansiedade, síndrome de pânico e via vultos. “A minha aflição aumentava sempre que eu me lembrava que tinha virado as costas para Deus e passei a achar que Ele não me aceitaria de volta. Por isso, eu estava sempre bêbada ou drogada. Meu intuito era esquecer de tudo e morrer inconsciente”, acrescenta.

Mayane acreditava que sua vida não tinha mais solução e que Deus não a ajudaria por causa de tudo que ela já tinha feito. Assim, ela vivia dizendo que o sofrimento iria sempre acompanhá-la. O seu fundo do poço aconteceu quando ela foi encontrada em um córrego, depois de ficar vários dias fora de casa e sob efeito de álcool e drogas. “Fui roubada e tentaram me matar. Fui encontrada na rua completamente suja e me levaram para casa. Me olhei no espelho e vi minha real situação. Eu não aguentava mais aquela dor e fiz uma oração sincera a Deus”, conta.

Mayane disse a Deus que, se Ele lhe desse mais uma chance, ela nunca mais olharia para trás. Assim, depois de três anos afastada dEle, ela decidiu abandonar as atitudes erradas e voltar aos braços do Pai. Com a Presença de Deus dentro dela, tudo que ela tinha perdido foi restituído por Ele. “O amor do Espírito Santo me preencheu e hoje tenho paz e alegria sem a necessidade de ter a atenção e a aprovação das pessoas. O Espírito Santo se tornou o meu Amigo e o Pai que eu nunca tive. Hoje, tenho esse amor que transborda e que nada substitui. A Presença de Deus me preencheu completamente”, conclui.

Ele se via como um “peixe fora d’água”
O taxista Edmilson Moraes Costa, (foto abaixo) de 63 anos, também se sentia perdido desde a infância diante de muitos problemas financeiros que sua família enfrentava, além de sofrer com a ausência do pai. Já adulto e casado, na tentativa de prosperar e conquistar bens materiais, ele acabou se envolvendo com a prostituição. “Eu montei uma casa de eventos onde rolava de tudo, como bebidas, drogas e show de mulheres. Fazia isso para atrair a clientela”, afirma.

Contudo, mesmo rodeado de diversão, o dia a dia de Edmilson era marcado pela solidão e por complexos. Para tentar resolver esses problemas e alcançar o sucesso, ele buscou ajuda em religiões, mas sua iniciativa foi vã. “Meus pedidos de ajuda eram para tentar obter auxílio para ganhar dinheiro, mas a cada dia eu ia de mal a pior, a ponto de ter grandes perdas e de faltar o básico para a minha família”, diz.

Com o passar do tempo, a “vida boa” de Edmilson, que era apenas de aparência, foi se deteriorando cada vez mais e afetou também o seu casamento. Ele passou a trair a esposa, conforme relata: “às vezes, ela chegava na boate e eu estava com garotas no meu colo. Eu tentava enganá-la e dizia que aquilo era algo natural e que fazia parte do meu trabalho, mas aquela situação criava mais problemas e tínhamos muitas brigas”.

Edmilson, porém, foi percebendo que, quanto mais tentava mudar sua situação na força do braço, mais perdido e sozinho ele ficava. Ele diz que o auge do seu sofrimento foi quando ele adoeceu e ficou por cerca de um ano sem conseguir dormir direito, pois sempre tinha pesadelos durante a noite. “Eu também não conseguia acordar, pois sentia a presença de alguém se aproximando de mim. Eu não conseguia me mexer nem falar nada. Era desesperador”, declara.

Ele conta que, apesar de se relacionar com muitas pessoas no trabalho, ele se sentia como um “peixe fora d’água”. Seu questionamento, porém, era se a culpa daquilo que vivia era de Deus, já que o sofrimento o acompanhava desde a infância.

Depois de viver dez anos dessa maneira, Edmilson recebeu um convite de uma das garotas de programa que morava em um dos seus apartamentos para participar de uma reunião na Universal. Ele o aceitou e foi à Igreja. “Naquela ocasião, eu vi quem era o causador do meu sofrimento. Entendi que tudo aquilo era decorrente da ausência de Deus”, enfatiza.

Depois de ter essa compreensão, ele e a esposa, Leonilda, passaram a buscar o Único que poderia solucionar seus problemas. Assim, ele entregou sua vida a Deus e recebeu, em seguida, o Espírito Santo. A partir daí, o olhar e o cuidado de Deus estiveram sempre com ele.

Hoje, Edmilson sabe o valor que tem e que ele não decorre de dinheiro, sucesso ou pessoas, mas exclusivamente do Altíssimo. “As batalhas são inevitáveis, mas, quando você tem a luz de Deus dentro de você, há certeza absoluta de que tudo vai passar. Sou um homem realizado, com uma família abençoada e nada nos falta”, finaliza.

Nos braços de muitos, mas desprezada por todos
A história da auxiliar de serviços gerais Eliana de Souza da Silva Pires, (foto abaixo) de 49 anos, também está relacionada à rejeição e a agressões que ela sofreu de sua mãe na infância – algo que resultou em uma grande revolta. “Ela me agredia muito e, por vezes, amarrava minhas mãos e meus pés e me fazia dormir dessa forma. Ela chegou até a me pendurar de cabeça para baixo no forro do telhado e passar pimenta nas minhas partes íntimas”, relembra.

Ela revela que, aos 13 anos, não aguentando mais tanto sofrimento, decidiu fugir de casa com um rapaz com quem se relacionava na época, porém passou a ser agredida também por ele. “Ficamos cerca de cinco anos juntos e, para fugir dele também, aceitei uma proposta de trabalho. Mas fui enganada e levada para uma casa de prostituição”, destaca.

Foi então que Eliana se tornou garota de programa e permaneceu na prostituição por cerca de cinco anos, ambiente em que conheceu a maconha, que consumia para sentir um alívio momentâneo. “Eu estava sempre bêbada, pois isso funcionava como um anestésico para combater a realidade e para que eu tivesse coragem de continuar levando aquela vida. Mas, quando eu estava sóbria, tinha muito nojo de mim e do meu corpo”, expõe. O seu único desejo, no entanto, era ser amada e cuidada de verdade.

Foi assim, na prostituição, que Eliana passou a se relacionar frequentemente com um homem e teve um filho com ele. Mas, algum tempo depois, ela descobriu que ele era casado e que a família dele morava em outro Estado. Depois dessa decepção, Eliana, então, mudou de localidade e conheceu Rosival Lobato, de 51 anos. Apesar de ainda viver na prostituição, eles começaram a se relacionar afetivamente. “Foi um completo inferno, pois eu mesma trazia mulheres para que nós dois nos relacionássemos, no intuito de receber mais atenção e carinho. Mas tudo terminava em brigas”, conta.

Eles seguiram agindo dessa forma por alguns anos. Ambos consumiam cocaína e, logo depois, passaram a usar crack. Nesse período as brigas eram constantes, inclusive com troca de agressões físicas.

Sem se sentir amada e pensando que nem Deus conseguira ajudá-la, Eliana passou a desejar a morte. “Eu pensava que a morte fosse a solução para me livrar de todos os problemas e que assim o meu marido poderia ser feliz e que meus filhos e enteados não teriam mais do que se envergonhar”, argumenta.

Eliana revela que seu transtorno interno se intensificava a cada dia e aumentava seu desejo de morrer. Então, ela saiu de casa sem rumo por muitos dias e se prostituiu para comprar drogas. Até que ela resolveu colocar o olhar de Deus à prova. “Eu ficava 15 dias fora de casa, sem tomar banho, sem me alimentar e sem tomar água. Mas, ao ver a morte se aproximar, lembrei do que ouvira falar de Deus e fiz o seguinte desafio a Ele: se Ele existisse, que olhasse para mim e mudasse a minha vida”, revela.

Até que, em 2015, Eliana, que já tinha ido à Universal anteriormente, decidiu dar a si mesma uma chance e foi de novo à Igreja. Lá, ela percebeu que o olhar de Deus estava sobre ela e, dessa forma, se libertou dos vícios, da prostituição, dos traumas e da carência que buscava suprir com as pessoas e se colocando em certas situações. Em seguida, ela entendeu que sua vida seria mudada somente se recebesse a Presença de Deus em seu ser.

Quando recebeu o Espírito Santo, ela se reconheceu amada e teve sua vida transformada. Com Deus, ela obteve a restituição de seu casamento com Rosival e a bênção para a sua família. Agora, ela desfruta de tudo que sempre tinha sonhado. “Olho para mim e sei que sou amada. As pessoas podem até me desprezar, mas tenho certeza que Deus nunca vai me desprezar. Sei que ser feliz de verdade é ter o amor e a valorização do Espírito Santo”, conclui.

Ele é O suficiente
Esses relatos comprovam que o ser humano precisa encontrar o olhar de Deus para, em seguida, receber a Presença dEle e, assim, obter direção para sua vida e paz para sua alma. O Espírito de Deus é o único capaz de preencher o interior do ser humano e fazer com que a pessoa não sinta falta de mais nada.

Moisés, por exemplo, sabia da necessidade da Presença de Deus em sua vida e de que nada poderia substituí-La em sua caminhada – ainda mais depois de ter recebido de Deus a responsabilidade de guiar uma nação escravizada e em que era desprezado por muitos. Ele, entendendo o quanto necessitava do olhar de Deus, clamou: “Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que agora me faças saber o teu caminho, e conhecer- te-ei, para que ache graça aos teus olhos. (…) se a tua presença não for conosco, não nos faças subir daqui” (Êxodo 33.13-15).

Moisés, então, passou a caminhar na companhia do Espírito de Deus e, graças a isso, todos os seus medos, inseguranças, desafios e limitações foram vencidos.

Então, caro leitor, você não é um ser invísivel. Por mais que outras pessoas não o enxerguem, Deus está olhando para você e desejando ser o Senhor de sua vida. Ele quer lhe proporcionar amor, proteção e a valorização que você tanto busca. Olhe para o Criador, entregue sua vida a Ele e desfrute de tudo que somente o Espírito Santo pode lhe dar.

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Colaborador

Camila Teodoro / Fotos: francescoch/getty images / cedidas