Por que a verdade o incomoda tanto?
Muitos evitam encarar a própria realidade e assim seguem levando a vida conforme suas crenças e em meio a muitos erros. Além de perigoso, esse caminho tende a trazer ainda mais sofrimento. Entenda
A Presença de Deus muda completamente a vida de uma pessoa. Por meio dos inúmeros relatos que semanalmente são retratados na Folha Universal, por exemplo, fica evidente o quanto o poder da Fé e a comunhão com Deus colocam um ponto final no sofrimento e são capazes de guiar o seu caminho rumo à vida plena como é o plano do Criador. Mas por que, apesar de tantas evidências, muitas pessoas preferem seguir em círculos buscando supostas fórmulas prontas para alcançar a felicidade?
A realidade é que muitas se esquivam da Verdade – que consiste na Palavra de Deus –, pois ela revela os erros do indivíduo, ilumina a mente dele, mostra o que precisa ser mudado e aponta problemas em áreas de sua vida que, geralmente, ele não consegue encarar.
Desse modo, a Verdade, que se expressa como uma luz, expõe as imperfeições, confronta as escolhas erradas e o chama a uma transformação, muitas vezes desconfortável. Essa Luz exige da pessoa coragem para que ela abandone os velhos hábitos e siga um caminho de renovação. Contudo esse processo de confronto acaba sendo intimidante e, por conta disso, a pessoa rejeita a Verdade e permanece na segurança ilusória da escuridão, como a própria Palavra de Deus aponta em João 3.19-20: “(…) a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas”.
Em relação a esse trecho bíblico, o Bispo Edir Macedo escreveu na Bíblia Sagrada com suas Anotações de Fé que “a Luz é o próprio Deus revelado por meio de Sua Palavra e dos Seus filhos. Embora seja tão preciosa, essa Luz tem sido desprezada por aqueles que amam as trevas, pois não querem que o seu pecado seja exposto”.
A Luz, de fato, é o Próprio Senhor Jesus, como Ele mesmo afirmou em João 8.12: “Eu sou a Luz do mundo; quem Me segue não andará em trevas; mas terá a luz da vida”. Na prática, a Luz não condena o ser humano, muito pelo contrário: Ela ilumina quem está perdido e o guia. “O mal que está dentro de nós fica muito aparente quando nos aproximamos de Jesus [Luz], mas isso é para que enxerguemos a nossa real condição, creiamos nEle e sejamos salvos”, explicou o Bispo Renato Cardoso no programa Inteligência e Fé. Há , porém, os que não querem pagar o preço de viver em meio à Luz e praticar a Verdade e, assim, seguem levando uma vida inclinada ao pecado.
O grande problema é que as pessoas têm enxergado o relacionamento com Deus e a obediência à Palavra dEle como perda de tempo e preferem focar em outras coisas, que aparentam trazer resultados mais rápidos e com menos esforço. Inclusive, nos dias de hoje, as pessoas não querem contato com nada que confronte a suposta verdade que elas seguem. “Elas não querem ouvir nada que venha fazê-las se sentir julgadas, caso contrário, são consideradas sem empatia ou que não sentem a dor do outro”, explicou o Bispo Renato.
O preço da escuridão
Certamente você já ouviu o ditado popular que diz: “o pior cego é aquele que não quer ver” e ele também se aplica à vida espiritual. Se de um lado o mundo está repleto de pessoas que seguem defendendo sua própria “verdade”, de outro existem as que frequentam uma igreja, dizem que creem em Deus e acreditam que o amor Divino é o suficiente para conquistar a eternidade com Ele.
Mas o fato é que estão se enganando. O Bispo Renato explica o porquê: “Deus mostra em Sua Palavra que a pessoa que quer ser salva precisa se arrepender, reconhecer os seus erros e os seus pecados. Sem o arrependimento, ela automaticamente vai ficar longe de Deus. Então, não é o pecado que leva a alma ao inferno, mas sim a falta de arrependimento. Portanto, se houver arrependimento, a pessoa pode ser salva por pior que ela tenha sido”.
Quando se trata de pecados, há aqueles que podem ser vistos por qualquer pessoa, como roubar, matar e mentir, por exemplo. Mas é preciso lembrar também dos que se escondem no coração e são originados de sentimentos, como inveja, orgulho, mágoa, ódio, cobiça e malícia. Esses sentimentos costumam ser tão sorrateiros que podem facilmente passar despercebidos. Por isso é importante estar constantemente junto da Luz, que é o Senhor Jesus.
O sacrifício perfeito
Como um espelho, a Palavra de Deus mostra aos sinceros exatamente onde estão as armadilhas e como superá-las. Como seres humanos, somos falhos e todos os dias cometemos erros, mas não podemos seguir praticando aquilo que é contrário a Deus.
“Jesus foi para a cruz por causa dos nossos pecados. Então, se você crê nEle, por que você continuaria praticando ou abrigando em sua vida aquilo que O matou? Quando nós cremos no Senhor Jesus, nos arrependemos, entendemos que o nosso pecado O matou e então abandonamos o que é mal para viver em comunhão com Aquele que deu a vida para salvar a nossa”, disse o Bispo Renato.
Quem vive na Luz não tem o que temer, pois ela dissipa as trevas, elimina as dúvidas e traz segurança e paz. Quem caminha praticando a Verdade vive com integridade, sem precisar esconder ou temer julgamentos, pois sua vida está alicerçada na Presença de Deus, que ilumina cada um de seus passos, como o salmista declarou: “O Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem terei temor?” (Salmos 27.1).
Enquanto o salário do pecado é a morte eterna (Romanos 6.23), o fruto da santificação é uma vida plena, que não apenas transforma o presente, mas se estende ao porvir. Deus, como Pai amoroso, anseia por estar presente na vida de cada ser humano, mas Ele respeita a liberdade de escolha de cada um de nós e não nos impõe Sua Presença. A decisão de buscá-Lo deve ser pessoal, com humildade, perseverança e vigilância. Esse caminho, embora desafiador, conduz à verdadeira paz – uma paz que excede todo entendimento (Filipenses 4.7).
Negando a própria vontade
O primeiro contato que a fotógrafa Roberta Faustino Cenciarelli Sanches, (foto abaixo) de 37 anos, teve com a fé em Deus foi aos seis anos. Ela passou a frequentar as reuniões da Universal acompanhando a família, em razão de um problema de saúde dela e de sua mãe. “Eu lembro, naquela época, de já ter sintomas de depressão. Eu tinha insônia, era uma criança muito quieta, não conseguia me expressar direito e mantinha toda aquela tristeza dentro de mim sem contar para ninguém”, diz.
À medida que os anos passaram, os sinais da depressão também aumentaram, inclusive por influência de fatores externos, como um relacionamento frustrado. “Eu nunca me achava capaz de nada e pensava que tinha nascido para sofrer. Eu via os testemunhos de pessoas que exercitavam a fé, mas acreditava que aquilo não era para mim. Mesmo assim, fazia de tudo para mostrar que eu estava bem”, conta.
Viver de aparência cobra um alto preço do indivíduo, que, além de viver uma farsa, inevitavelmente alimenta em seu interior sentimentos prejudiciais, como orgulho, egoísmo, arrogância e prepotência. E foi isso o que aconteceu com Roberta, conforme relata: “eu queria passar para as pessoas que não tinha problemas, mas só eu tinha noção do vazio que carregava dentro de mim e das noites que eu passava chorando. E o pior é que eu vivi tudo isso frequentando a igreja”, admite.
Apesar de ouvir falar sobre a Verdade, Roberta evitava assumir um compromisso com Deus e isso a fazia viver de modo instável. “Eu me afastava da igreja por um período, retornava e depois me afastava de novo. Mesmo longe, não fazia nada que ia contra Deus, porque minha consciência sempre pesava, mas também não me esforçava para viver de acordo com a Vontade dEle. Eu cria na Palavra de Deus, mas não conseguia entender que precisava entregar minha vida”, observa.
Ela conta que ao longo dos anos aprendeu a conviver com o vazio em sua alma e tinha as compras como escape. “Eu era muito consumista, a ponto de me endividar várias vezes para pagar tudo que eu comprava”, afirma. Mesmo vivendo tantos problemas, foi só depois de ter tido crises de síndrome do pânico que ela decidiu verdadeiramente ser sincera consigo mesma e com Deus: “esse transtorno me fazia acordar assustada de madrugada e com uma vontade muito grande de me jogar da sacada do apartamento. Foi quando eu entendi que precisava buscar a Deus com todas as minhas forças”.
Para receber o Espírito Santo, Roberta teve que confrontar as suas próprias verdades. “Eu passei a analisar os meus pensamentos e a me enxergar como eu era verdadeiramente. Percebi o quanto eu era materialista e que na minha vida o meu marido ocupava o primeiro lugar. Quando entendi isso, falei com Deus que, mais do que tudo, eu precisava da Presença dEle. Me entreguei a Ele e não demorou para que recebesse o Espírito Santo”, diz.
Todo esse processo já tinha mudado consideravelmente a mentalidade e o comportamento de Roberta, mas o recebimento do Espírito do Próprio Deus a fez passar por uma verdadeira transformação. “Eu venci o complexo de inferioridade, aquele vazio interior que eu carregava foi preenchido e hoje o meu maior prazer é falar de Jesus e do que Ele pode fazer na vida de uma pessoa. Apesar dos desafios, carrego dentro de mim a paz e a certeza de que vou vencer porque Ele é comigo”, conclui.
Por um fio
O tempo pode ser um grande risco para aqueles que passam a viver de forma automática, sem o devido temor a Deus. Mateus Barbalho, de 30 anos, (foto abaixo) era obreiro na Universal quando começou a deixar que a rotina de trabalho tomasse conta de sua vida. “Tudo começou quando eu decidi fazer um curso de eletricista para ganhar mais e surgiu uma oportunidade de trabalho que era em outra cidade”, relembra.
Essa pequena mudança na rota trouxe uma grande alegria para Mateus. Ele só não percebeu que era uma alegria temporária. “Eu fui contratado por uma grande empresa de energia e trabalhava com emergências. Nessa época, conheci um rapaz na empresa que cobrava um valor à parte para aprovar serviços que tinham sido reprovados inicialmente. Ele recebia o dinheiro, mandava uma parte para mim e eu não falava nada, mesmo sabendo que era errado. Naquele momento eu achava que não estava errando e que quem errava era ele”.
Apesar de tentar se convencer de que ainda estava na Luz, Mateus conta que sua consciência pesava: “eu até ia às reuniões, mas sempre chegava atrasado em razão do trabalho. Passei a deixar de colocar o meu uniforme de obreiro. Eu sabia que tinha que resolver aquilo, mas ficou um conflito dentro de mim, até que decidi falar com o pastor”, lembra. Porém, no dia combinado para isso, surgiu mais um serviço e ele, então, decidiu atender o pedido antes de confessar o seu erro. Mas algo inesperado aconteceu, como ele revela: “quando eu encostei no fio, que estava energizado, levei um choque de 380 volts”.
Ele ficou em estado crítico de saúde e sua esposa, Anaine Barbalho, passou a lutar por ele por meio da fé. “Eu vi que o diabo estava querendo levar a alma dele, então vi a necessidade de entregar a vida dele no Altar”, diz Anaine. A resposta veio com a recuperação surpreendente dele, que, ao recobrar a consciência, teve os seus olhos espirituais abertos também. “Eu senti a dor de saber que Deus deu o Senhor Jesus por mim e não dei o devido valor a isso. Ali eu fui sincero com Deus e disse que eu precisava dEle, pois queria uma nova vida”, destaca Mateus.
Mateus conta que assim que deixou o hospital foi à Universal para selar o seu verdadeiro compromisso com Deus por meio do batismo nas águas. “A partir daquele dia, eu de fato me voltei para Deus. Saiu um peso de mim que não tem como explicar”, revela. O passo seguinte foi buscar o Espírito Santo: “quando Ele veio sobre mim, veio também uma alegria inexplicável e surgiu em mim a vontade de fazer mais para Deus”, declara.
Inevitavelmente, a mudança interior levou às mudanças de atitudes e de caráter. “Hoje eu vivo uma vida na justiça, uma vida correta, não aceito propina, não aceito falar mentira e não tem problema se eu for ganhar menos ou mais. Farei aquilo que for certo e Deus não tem deixado faltar nada na minha vida. O que importa é a minha Salvação”, finaliza.
Reconhecer e mudar
Apesar da natureza humana se esquivar de ser confrontada pela Luz, essa é a única forma de alcançar a Salvação da alma e viver uma vida plena. É importante ressaltar que esse confronto não acontece apenas uma vez, no momento da conversão, mas sim todos os dias. Isso porque diariamente estamos sujeitos a sentimentos, a situações e a pensamentos das mais diversas origens. Porém, aquele que crê em Deus tem Sua Palavra como parâmetro para saber o que é certo e o que é errado e segue a vida com a humildade de reconhecer os próprios erros e mudar sempre que necessário.
O apóstolo Paulo deixou uma orientação ao povo de Corinto que é válida para todos: “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados” (2 Coríntios 13.5). Reconhecer as próprias falhas não é sinal de fraqueza, mas de maturidade espiritual. Fazer isso exige sacrifício, mas a boa notícia é que podemos contar com o apoio de Deus para nos ajudar a enxergar o erro e nos dar forças para mudarmos de rumo. Portanto permita-se ser moldado por Ele para viver os planos dEle em sua vida.