Por que acumular objetos reflete nas suas finanças?
Veja o que está por trás deste hábito e o que fazer para mudá-lo
Recentemente, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgaram dados que compõem o indicador de consumo consciente. Esse índice mostra de que forma o brasileiro se comporta ao consumir produtos e serviços e o que ele avalia antes de realizar qualquer tipo de compra. O resultado foi que a maioria dos brasileiros (97%) tem dificuldade de adotar medidas de consumo consciente.
José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil, explica que esse comportamento de compra avaliado pelo indicador leva em consideração diversos aspectos, entre eles como o comprador consome e escolhe o fornecedor, como descarta a embalagem e o produto e a frequência de consumo.
Uma das ações de consumo consciente é não acumular. Você deve conhecer alguém que gosta de juntar objetos ou talvez você mesmo tenha esse costume, mas saiba que essa prática pode trazer diversos problemas até para as suas finanças.
De acordo com a psicóloga e professora Claudia Puntel, o acumulador mascara a ansiedade e outros problemas emocionais ao juntar ou comprar coisas que podem não ter serventia. “Ele é uma pessoa muito apegada, com dificuldades para lidar com o vazio e sem autoestima nem autocuidado.”
É importante observar que para se chegar a esse estágio de acumulação um longo caminho é percorrido. No entanto Claudia alerta que muitos acabam não se tornando acumuladores, mas caem na armadilha do consumo irresponsável, o que também é nocivo. Assim, equilíbrio é a palavra-chave para evitar excessos. “É preciso pensar se você realmente precisa comprar algo, se precisa guardar roupas ou utensílios, quando nem os usa mais, para que eles não ocupem mais espaço na sua vida do que é realmente necessário”, conclui.
Negócio rentável
O Ministério do Meio Ambiente informa em seu site que a humanidade consome 30% mais recursos naturais do que a capacidade de renovação da Terra. “Se os padrões de consumo e produção se mantiverem no atual patamar, em menos de 50 anos serão necessários dois planetas Terra para atender nossas necessidades de água, energia e alimentos. A única maneira de mudar isso é mudarmos nossos hábitos de consumo”, alerta o economista Sérgio Dias.
Ele destaca que para evitar o acúmulo de itens que não precisam mais ser usados e favorecer o consumo responsável é necessário investir na reciclagem. “Muitos itens que adquirimos, ao serem produzidos, demandam insumos tanto de origem vegetal como animal que são retirados da natureza.”
Roupas e acessórios, por exemplo, podem ser reformados ou desmontados para uso do tecido e de componentes em outro tipo de produto.
Essa atitude, além de colaborar para o meio ambiente e para a saúde mental do acumulador, pode gerar uma renda extra. “A reciclagem de produtos passou a ser um negócio rentável e em expansão. Reutilizar itens e aproveitar os materiais recicláveis que os compõem pode ser uma oportunidade de negócio e de geração de renda. Você pode despertar sua criatividade, fazer deles novos produtos e vendê-los ou comercializar as partes recicláveis em locais próprios para isso”, revela Sérgio Dias.
Portanto, saiba escolher o que comprar, de quem comprar e definir a maneira certa de usar e de como descartar o que não lhe serve mais.