Por que existe o conflito entre Israel e os palestinos?
Desde o dia 10 de maio, o grupo Hamas tem bombardeado o território de Israel
Nos últimos dias, os noticiários internacionais foram ocupados com o conflito entre Israel e o grupo Hamas, que é um grande movimento islamista da Palestina com atuação em Gaza.
Tudo começou com as tensões envolvendo um processo judicial para tirar famílias palestinas da Jerusalém Oriental e quando um grupo de palestinos foi impedido de entrar na Mesquita Al-Aqsa, em Jerusalém, um local sagrado para o islamismo (foto à esquerda, ao centro da imagem, próxima ao Domo da Rocha). Entretanto, o mesmo local é sagrado igualmente para o judaísmo, pois a Mesquita foi construída em cima do Monte do Templo, edificado, primeiramente, por Salomão. Vale lembrar que, neste mesmo Monte, Abraão apresentou Isaque para sacrifício a Deus.
Foi então que o grupo terrorista Hamas, conhecido por seu extremismo no uso de armas, entrou em cena (foto à direita). Desde o dia 10 de maio, o grupo já disparou quase 3,5 mil foguetes contra o território de Israel (até o fechamento desta matéria). Só não ocorreu um massacre porque aproximadamente 90% dos disparos foram interceptados pelo sistema de defesa israelense Iron Dome (“Cúpula de Ferro”, na tradução livre do inglês).
Quando tudo começou?
Entretanto, essa disputa não é recente e tem a sua origem no patriarca da fé, Abraão.
Por meio da Bíblia, sabemos que Abraão teve um primeiro filho chamado Ismael, que deu origem aos povos árabes. Entretanto, posteriormente, Deus enviou Isaque, que era o filho da promessa, portanto, o Senhor Jesus viria ao mundo em forma de homem pela linhagem dele (no primeiro capítulo do livro bíblico de Mateus, nós podemos confirmar este fato).
Da linhagem de Isaque, veio Jacó, que deu origem às 12 tribos de Israel. Quando o rei Salomão, filho de Davi, morreu, as 12 tribos de Israel se separaram (mapa à direita). Judá, Benjamin e alguns membros de outras tribos formam o Reino do Sul, cuja capital era Jerusalém. E o Reino do Norte era formado pelas demais tribos, cuja capital ficava em Samaria.
Entretanto, por causa da desobediência dos dois reinos contra Deus, os profetas anunciaram juízos contra o povo. Por causa disso, o Reino do Norte foi dizimado pelo império da Assíria e o Reino do Sul foi levado cativo para a Babilônia. Até hoje não se sabe ao certo onde estão os descendentes do Reino do Norte (com exceção de algumas genealogias que puderam ser demarcadas). O Reino de Judá, por outro lado, pôde retornar para Jerusalém, antes do nascimento de Jesus Cristo. Porém, no ano 70 d.C., Jerusalém foi destruída por Roma, ocasionando outra diáspora israelita.
Por volta do século 19, o movimento sionista cresceu na Europa. Havia o desejo dos judeus de regressarem para o território da Palestina. A ideia era criar um Estado Judeu na região, terminando com o exílio. Um fator que incentivou esta decisão foi o crescente antissemitismo, que chegou ao seu ápice, lamentavelmente, em Hitler e o Nazismo. Cerca de seis milhões de judeus foram exterminados no Holocausto e este é um fato infeliz que nunca pode ser esquecido pelas nações.
Os conflitos atuais
O principal obstáculo no regresso desses judeus era que a região da Palestina não estava desocupada (os árabes estavam ali) e a faixa de terra administrativamente pertencia ao Império Otomano. Mas, após a 1° Guerra Mundial, a região passou para a Grã-Bretanha, que apoiou os judeus. Em 1948, oficialmente foi criado o Estado de Israel, no território da Palestina. Assim, o conflito atual que conhecemos entre Israel e os palestinos (como o grupo Hamas) se iniciou, porque a divisão do território não foi bem aceita pelos árabes. Para se ter uma ideia, a primeira guerra árabe-israelense já ocorreu no primeiro ano da criação do Estado de Israel.
De lá para cá, o território vive em um “efeito sanfona” de paz e guerra, como o mais recente bombardeio em direção ao território israelense neste mês de maio. E, atualmente, a divisão territorial entre israelenses e palestinos encontra-se como mostra o mapa à direita (em que as áreas em verde são de controle dos palestinos e a linha azul demarca o território de Israel).
Mas, essa história não termina por aqui. É preciso continuar acompanhando os desdobramentos deste contexto na região da Palestina. Durante o seu mandato, o presidente Donald Trump promoveu grandes avanços com negociações de paz na região. Este é um dos principais interesses da geopolítica global: trazer uma solução definitiva para o conflito.