Por trás de uma máscara

A vida de Tatiana Berto parecia uma grande festa, mas os bastidores revelavam o oposto

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Dizer que a pessoa se esconde atrás de uma máscara significa que ninguém sabe quem ela é realmente. Foi dessa forma que a doceira Tatiana dos Santos de Berto, de 25 anos, viveu por vários anos. Seu sofrimento começou aos 13 anos, com a morte de sua mãe, pois, impelida pela solidão que sentia, ela buscava maneiras de se sentir aceita e amada. No carnaval, ela tinha momentos de prazer e alegria. Foi em uma dessas festas que lhe ofereceram drogas e bebidas pela primeira vez, mas, como se tratava de apenas “momentos”, eles logo passavam e deixavam uma realidade diferente da alegria que experimentava durante a festa. “Eram quatro dias de folia e neles eu era aparentemente feliz, mas, quando chegava em casa depois que acabava aquela alegria momentânea, eu colocava minha cabeça no travesseiro e só sabia chorar. Batia uma tristeza e nada daquilo que eu fizera antes tinha valido a pena”, conta.

Para preencher o vazio que sentia, Tatiana revela que chegou a um ponto que não conseguia ficar sem bebidas nem drogas e que até se envolvia sexualmente com homens que lhe oferecessem alguma dessas substâncias.

O saldo da folia
Tatiana estava com 16 anos quando percebeu que seu corpo estava diferente. “Fui ao médico e lá foi constatado que eu estava com uma doença sexualmente transmissível e, a partir daquele momento, a minha vida não foi mais a mesma. Eu não sabia o que fazer e fiquei desesperada. Mas o pior é que continuei tendo as mesmas atitudes: mantendo relacionamentos sem compromisso, bebendo e usando drogas. Percebi que estava doente, viciada e com a família destruída, mas continuei a usar a fantasia de uma falsa alegria.

Tirando a máscara
Tatiana conta que, quando criança, frequentava a Universal e foi exatamente aos 13 anos que parou de ir. Mas, diante do cenário de sua vida, ela lembrou que ali seria o caminho para uma mudança.

Ela foi batizada nas águas e pensou que tinha recebido a Presença de Deus em sua vida, mas, passado um ano, Tatiana percebeu que algo não estava correto com ela, pois sua vida não mostrava o caráter de alguém que teve um verdadeiro encontro com Deus: “eu era uma pessoa dentro de casa e outra dentro da igreja. Eu vivia com uma máscara, me enganava e enganava as outras pessoas. Durante mais ou menos um ano fiquei me enganando, aceitando os pensamentos do inferno e com medo do que as pessoas pensariam a meu respeito caso eu mostrasse quem eu ainda realmente era”.

Nessa época foi anunciada uma edição do Jejum de Daniel, campanha na qual a pessoa se abstém do consumo de informações seculares e distrações para focar na comunhão com Deus. Tatiana recorda que entendeu a necessidade que tinha de receber o Espírito Santo quando ouviu que aquela poderia ser sua última oportunidade e decidiu dessa vez participar de corpo, alma e espírito do propósito. Ela já tinha participado outras vezes, mas apenas para mostrar para as pessoas na igreja que estava fazendo parte da iniciativa. “Eu já tinha sofrido tanto no mundo e feito tantas coisas erradas que, quando ouvi que poderia ser minha última chance de mudar, eu a agarrei. Eu não queria mais viver daquele jeito porque estava sofrendo. A minha alma gemia. Então, decidi tirar a máscara, aquela imagem que eu tinha criado de mim mesma, e determinei que faria o que fosse preciso para ter o Espírito de Deus em mim.”

Foi em casa, quando estava sozinha em seu quarto, que Tatiana decidiu expor sua situação para Deus em oração. “Falei tudo que estava dentro de mim: que eu não prestava e que estava me enganando e enganando as pessoas. Reconheci que, apesar de Deus ter me chamado, eu não estava me fazendo uma pessoa digna da escolha dEle. Eu tinha mágoas e tudo isso me impedia de recebê-Lo. Então, venci o orgulho e perdoei a pessoa de quem eu tinha mágoa. Foi nesse momento que Deus me deu a certeza de que Ele estava comigo. A primeira coisa que notei foi uma paz e uma alegria que eu nunca havia tido na minha vida”, relata.

Ela obteve a cura não só do corpo, mas, principalmente, da alma. Hoje, quase três anos desde aquele Jejum de Daniel, ela afirma: “sou outra pessoa. Tudo mudou dentro de mim: meus pensamentos e meu modo de agir. Não preciso de relacionamentos passageiros nem de amizades, bebidas e drogas para ser feliz. Hoje sou feliz de verdade, tenho paz e alegria. Meu bem maior é o Espírito Santo. Meu desejo é falar para as outras pessoas o que Deus fez comigo, como eu era antes e quem sou hoje”.

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Colaborador

Núbia Onara / Fotos: Demetrio Koch