Pornografia por vingança: aumenta número de casos na pandemia

Namoro online impulsionou esse tipo de crime cibernético

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Um dos males causados pela pandemia de COVID-19 foi o aumento dos casos de “pornografia por vingança”, caracterizados pela exposição online de fotos e/ou vídeos de pessoas nuas por outra pessoa, sem que a vítima tenha autorizado esse compartilhamento.

O número de denúncias subiu tanto que a Procuradora Geral de New York Letitia James convocou uma coletiva de imprensa para orientar as pessoas sobre como se comportar na internet.

“Com as pessoas praticando o distanciamento social em resposta à pandemia de COVID-19, um crescente número de indivíduos está se envolvendo em conversas íntimas com parceiros distantes, utilizando webcams e aplicativos de videochamadas. Ou está conhecendo novos parceiros online e namorando virtualmente”, explicou James.

De acordo com ela, cerca de 85% das vítimas são mulheres. E a quase totalidade dos crimes são cometidos por parceiros ou ex-parceiros sexuais.

Esse tipo de crime cresceu no mundo todo em 2020. Um estudo feito no Reino Unido aponta que o número de casos subiu 22% entre 2019 e 2020. No Brasil os números também estão aumentando. E, de acordo com o Instituto de Criminologia e Política Criminal (ICPC), menos de 20% das vítimas denunciam o crime e buscam a Justiça.

Prevenir ainda é o melhor remédio

A verdade é que, uma vez postado na internet, o conteúdo se torna disponível para qualquer pessoa eternamente. Para começar, retirar algo de qualquer site ou rede social exige uma burocracia que pode levar até meses. Tempo suficiente para qualquer pessoa fazer downloads – o que geralmente acontece – e compartilhar com outras pessoas, além de postar em outros sites.

E, ainda que o criminoso seja denunciado, julgado e penalizado pelo ato, isso não fará com que o tempo volte e a exposição seja desfeita. O dano causado é permanente. É o que explica o escritor Renato Cardoso, autor do livro “Namoro Blindado: Seu Relacionamento À Prova de Coração Partido”:

“Ainda que a vítima alcance a justiça e o criminoso seja condenado, isso não vai tirar da internet as fotos. Então a melhor coisa é não tirar fotos íntimas. Porque, ainda que o criminoso pague pelo seu crime, as fotos vão continuar na internet. Não se esqueça disso”, conclui o escritor.

Essa e outras dicas sobre namoro estão presentes no livro “Namoro Blindado”. Se você ainda não o leu, clique aqui agora mesmo e aprenda a blindar o seu relacionamento.

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Colaborador

Andre Batista / Foto: Getty Images