Porto Alegre vive mais um dia de colapso com alagamentos generalizados e chuvas torrenciais

Capital viu efeito das enchentes avançarem em lugares inéditos nesta quinta-feira

Imagem de capa - Porto Alegre vive mais um dia de colapso com alagamentos generalizados e chuvas torrenciais

A quinta-feira foi da retomada do pesadelo das enchentes em Porto Alegre com ainda mais dramaticidade. Com lixo acumulado em bueiros e as redes de drenagem fragilizadas, a Capital voltou a colapsar e viu as cheias avançarem por ruas que ainda não haviam atingido durante o pico do nível do Guaíba.

Em 12h, o acumulado de chuva alcançou a média do mês de maio com mais de 100 mm (cem litros de água por metro quadrado). Diante da tormenta, o prefeito Sebastião Melo anunciou a suspensão das aulas na rede pública e privada e o fechamento de comportas do Cais Mauá. Além disso, o chefe do Executivo municipal pediu para que as pessoas permaneçam em casa na sexta-feira.

Melo ainda projeta que as cheias nos rios que desembocam no Guaíba podem ocasionar novas elevações no lago que podem chegar de 40cm a 60cm. Na sexta-feira, a chuva deve persistir, mas de maneira mais reduzida. No entanto, o forte vento Sul irá represar as águas.

Chuva não surpreendeu

O prefeito de Porto Alegre negou que tenha sido pego de surpresa pela força e pelo volume da chuva nesta quinta-feira. “Essa chuva se concentrou muito durante a manhã, especialmente no Belém Novo. A notícia que me traz o Inmet é que só na região sul de Porto Alegre choveu 100 milímetros. Então, o que era um problema das áreas alagadas estendeu-se praticamente para toda a cidade com essa chuvarada e aí, nós temos sérios problemas, além das áreas alagadas”, avaliou.

Um dos principais problemas, conforme Melo e o Dmae, foram os lixos acumulados nas vias que impedem que os bueiros façam o escoamento correto das águas. “Cidade limpa é aquela que ninguém suja. A maioria esmagadora dos bueiros sujos é porque se colocou lixo indevidamente na rua”.

Erosão causa desmoronamento

Parte da avenida Sarandi, no bairro Ecoville, desmoronou por conta da erosão do Arroio Sarandi na zona Norte de Porto Alegre.

A via e a avenida General Raphael Zippin foram bloqueadas. Há risco de novos desmoronamentos e a Brigada Militar isola o local.

Crianças são resgatadas em creche na zona Sul

Voluntários, bombeiros e policiais militares socorreram moradores ilhados na zona Sul de Porto Alegre. O ponto mais crítico dos salvamentos foi a esquina da avenida Otto Niemeyer e a rua Arroio Grande, no bairro Camaquã. No local, crianças e idosos ficaram ilhadas pela água, que ultrapassa a linha da cintura.

Uma creche foi evacuada por causa da inundação. Um grupo de 20 crianças estava no local. Embarcações foram usadas para retirar oito crianças e sete funcionários.

Redenção alagada

Um dos principais cartões postais do RS ficou alagado. Na enchente do início do mês, o parque não havia sido afetado. Imagens feitas pelo Correio do Povo mostram o interior da Redenção completamente alagado.

(*) Reprodução Correio do Povo. Clique aqui e confira a matéria na íntegra

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Colaborador

Correio do Povo (*) / Foto: Camila Cunha