O desenvolvimento profissional está atrelado a diversos fatores, entre eles o conhecimento. E, com cada vez mais pessoas dentro das universidades, aqueles que querem se destacar precisam fazer mais. Um dos caminhos para se debruçar sobre determinado tema e explorar suas principais nuances é a pós-graduação.

Como o próprio nome sugere, essa modalidade de ensino é direcionada àqueles que já passaram pela graduação, mas buscam um complemento. “Hoje temos um mercado de trabalho extremamente competitivo e o profissional precisa se concentrar em duas coisas essenciais: as habilidades socioemocionais e o conhecimento técnico”, explicou João Guilherme Porto, diretor da Uniarnaldo Centro Universitário. “E é justamente a pós-graduação que prepara o aluno de forma técnica para atuar na área que ele deseja”, completou.

Ele cita que muitos profissionais recorrem a esses cursos para migrar para outro setor. “A conclusão da pós-graduação também permite progressão de carreira e aumento salarial, no caso de funcionários públicos, ou melhores oportunidades, para quem atua no
setor privado.”

Um estudo do Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil, com dados de 2016 a 2019 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), revelou que, na época, os profissionais com especialização, mestrado ou doutorado tinham rendimento médio de 150% a 255% superior ao dos que só possuíam graduação.

Lato sensu ou stricto sensu?

Os cursos de pós-graduação são divididos em duas categorias: lato sensu e stricto sensu. Os dois termos vêm do latim e significam sentido amplo e sentido estrito, respectivamente. Apesar de serem estudos complementares à graduação, as duas são voltadas a públicos diferentes. “A pós-graduação lato sensu é indicada para a especialização em um determinado assunto. O objetivo é levar o profissional a um universo de conhecimento mais específico do que o da sua formação na graduação, que via de regra é generalista. Um exemplo seria uma pessoa formada em administração, que é mais amplo, se especializar em gestão, um tema mais
específico”, diz Porto.

Essa modalidade de pós-graduação tem carga horária mínima de 360 horas e pode ser dividida entre especialização e Master in Business Administration (MBA). Segundo Porto, a nomenclatura diferenciada é uma questão mercadológica, separando em MBA os cursos relacionados à área de administração de negócios.

Em contrapartida, a pós-graduação stricto sensu oferece uma formação mais aprofundada e direcionada à pesquisa e à docência, com foco no desenvolvimento de habilidades acadêmicas e científicas. “Essa modalidade é dividida em mestrado e doutorado, ambos voltados para a produção de conhecimento. No caso do mestrado são dois anos de estudos, com defesa de dissertação, enquanto no doutorado são quatro anos de dedicação, com defesa de tese”, explica Porto. Nas universidades públicas do País, os cursos de mestrado e doutorado são gratuitos e os candidatos passam por processo seletivo.

Fazendo a escolha certa

Para não errar na hora de escolher um curso de pós-graduação, o primeiro passo é que o profissional saiba quais são as suas perspectivas de futuro e identifique o curso que possa proporcionar o conhecimento necessário para que ele avance na carreira. “Fazendo uma comparação com o futebol, é aquela história que não existe jogador que jogue bem em todas as posições. Assim, ao se especializar em uma área, o profissional recebe conhecimento e notabilidade naquele assunto que ela trata.”

Em razão da grande procura, o número de vagas em cursos de especialização tem aumentado, inclusive os gratuitos, como é o caso das opções oferecidas por institutos e universidades federais, ou de bolsas de estudo, como as da USP (veja mais detalhes ao lado). O interessado, no entanto, deve ficar atento, pois as oportunidades surgem ao longo do ano, inclusive para os cursos on-line.

“Ainda existe preconceito quando falamos de ensino a distância, mas é importante ressaltar que, quando ele é feito com qualidade pela instituição e com responsabilidade por parte do aluno, é um ótimo caminho para aqueles que teriam dificuldade de realizar esse aperfeiçoamento de forma presencial. Inclusive, para combater esse preconceito, a legislação proíbe que o certificado de conclusão faça qualquer diferença entre curso presencial e on-line. Então é um caminho válido e muito importante na realidade atual”, conclui Porto.