Entre junho e setembro, estudantes de 14 a 25 anos da República Centro-Africana estavam de férias. Normalmente, seria um período sem agenda e sem compromissos. Mas este ano foi diferente.

Graças à atuação da Força Jovem Universal (FJU), programa social que atua no país prestando assistência aos jovens dessa faixa etária, eles voltaram para a sala de aula, mas desta vez, com uma nova proposta: O Projeto Universitário.

Esta iniciativa consistiu em uma “competição” entre alunos de diversas escolas, envolvendo perguntas de disciplinas pedagógicas aprendidas no ano anterior.

Questões relacionadas a símbolos químicos, algarismos romanos e o Planeta Terra nortearam a disputa, que também teve como objetivo motivar o jovem nos estudos e prepará-lo para o ano seguinte, além de avaliar o potencial de cada um.

A ação ocorreu durante 8 sábados, entre 6 de julho e 31 de agosto, e contou com 50 voluntários da FJU. A iniciativa beneficiou 200 estudantes que, ao final, ganharam itens de material escolar, sendo, no total: 80 mochilas, 1000 canetas e 3000 cadernos.

Os vencedores também receberam um troféu e todos os participantes, um certificado simbólico, emitido pela FJU e entregue por representantes de organizações internacionais. No local, estiveram presentes autoridades da Missão Multidimensional Integrada da Organização das Nações Unidas (ONU), do Conselho Norueguês para Refugiados (NRC) e do Ministério da Educação da República Centro-Africana.

Iniciativa bem-vinda

De acordo com Jean Firmin Selonkoue, representante do Ministro da Educação, “esta iniciativa da FJU deve ser sustentada porque é uma forma de reestabelecer o contato permanente dos alunos com os livros e cadernos”.

Mas, apesar de todo o esforço, nem todos conseguiram se manter até o final da competição, alguns desistiram ao longo do percurso.

A engenheira agrônoma e uma das voluntárias da FJU que contribuiu na ação, Leoncy July de Mon Nzoni, destacou a persistência dos jovens: “Foram muitos no início e vários não conseguiram terminar, mas os 200 que completaram deram o seu melhor até o final. O objetivo foi mantê-los no foco educacional e pedagógico. Para nós, isso é importante e continuaremos a nos empenhar em ajudar para que se tornem pessoas responsáveis e com um futuro promissor. Foi um prazer ver os jovens dando tudo de si nos estudos; vimos neles a vontade de aprender”.

E dentre aqueles que participaram, restou o sentimento de satisfação e gratidão, conforme mencionou Dogo Clement (pai de uma das participantes): “Estou muito orgulhoso e feliz em ver minha filha ganhar o prêmio de 1o lugar. Minha alegria é imensa e sou grato à FJU por ter organizado este evento”.

Desde que chegou à República Centro-Africana, o programa social já beneficiou quase 8 mil jovens.

De acordo com o relatório de 2023 da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) sobre Monitorização Global da Educação (GEM), a África subsaariana (onde a República Centro-Africana está inserida) é uma das regiões do mundo onde mais de metade das crianças não frequenta a escola.