Projetos da Universal ajudam os esquecidos na Pandemia
Em comunidades, estradas, asilos, presídios ou onde houver alguém precisando de auxílio, o trabalho da Universal está presente
Desde o início das medidas de combate ao novo coronavírus, que causa a Covid-19, em meados de março, o Brasil vive um período de quarentena. A determinação segue as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem a finalidade de conter o aumento de casos de pessoas infectadas pelo vírus. Porém, depois da decretação de ações pelos governadores, a crise econômica tem se espalhado. Com o fechamento do alguns comércios e indústrias, muitos trabalhadores perderam seus empregos. O número de desempregados é ainda maior levando em conta profissionais informais e autônomos, que precisavam sair todos os dias em busca do sustento de suas famílias e hoje estão impedidos de exercer suas atividades.
A paralisação teve efeito rápido no mercado de trabalho e ele pode ser ainda maior. De acordo com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), a taxa de desemprego no País pode passar dos atuais 11,6% para 16,1% no segundo trimestre. Caso a previsão dos especialistas se confirme, os resultados representarão cerca de 5 milhões de novos desempregados em apenas três meses, elevando o número de 12,3 milhões para 17 milhões.
Pedidos de ajuda
Milhares de famílias já sentem os reflexos do isolamento na renda familiar. No início do ano, muitas já enfrentavam situação precária e agora estão vivendo no limite da miséria. Pensando nelas, a Universal tem feito um trabalho incansável de lhes estender a mão e leva a elas toneladas de alimentos, produtos de higiene pessoal e a ajuda espiritual por meio de orações e uma Palavra de Fé e esperança. Além da carência material, as pessoas recebem o alento da Palavra para vencer o medo, o pânico e o desespero causado por essa situação de calamidade pública.
As ações de distribuição acontecem por meio dos projetos sociais da Universal por todo o País e são de grande importância para as inúmeras famílias que se encontram nessas condições, relata o Bispo Leandro Zangarini, responsável pelo trabalho dos Projetos da Evangelização (EVG) no Brasil. “O trabalho social da Universal sempre existiu, uma vez que ela está presente nos locais mais carentes de todo o País, mas, em fases de crise e dificuldades, ele é intensificado. Atualmente, temos encontrado muitas famílias carentes de alimentos básicos, a ponto de muitas pedirem um copo de arroz aos vizinhos”, conta.
Apenas nos primeiros dias de abril, três dos 15 programas sociais da Universal (Unisocial-EVG, Anjos da Madrugada e Guardiões da Estrada) distribuíram mais de 25 mil cestas básicas, ou seja 300 toneladas de alimentos, a pessoas sem renda.
O Bispo Leandro destaca qual é a importância dos mais de 95 mil voluntários espalhados pelo Brasil que atuam nos projetos da EVG: “eles são a força do trabalho. São eles que identificam as comunidades carentes e levam o auxílio. Sem eles, não conseguiríamos agir. Há ainda pessoas que nos auxiliam com doações, muitas até que nem têm boa condição financeira, porém têm um pouco a mais na despensa e ajudam o próximo”.
Ele ressaltou também a alegria das pessoas que recebem ajuda: “quando chegamos com algo simples, mesmo que seja o básico, notamos a alegria estampada no rosto de muitas. Essa é também nossa alegria: saber que estamos levando Fé e esperança aos mais necessitados.”
O coordenador do Unisocial, Bispo Sansão Pereira, explica que, além de realizar serviços voluntários e doações de itens de necessidade básica, em São Paulo, o grupo faz a distribuição de frutas e legumes para famílias carentes. A arrecadação desses alimentos é feita com distribuidores do ramo que apoiam o projeto.
Um dos principais objetivos do Unisocial é prestar auxílio e fornecer acompanhamento espiritual. O Bispo Sansão esclarece que, além de ajudar aos necessitados, a satisfação está em praticar a Palavra de Deus conforme descreve o Livro de Marcos 12.30-31: “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Ele cita ainda que “não há outro mandamento maior do que esses”.
Neste período de quarentena, os voluntários levam doações aos necessitados sempre respeitando as medidas de prevenção ao novo coronavírus, como o distanciamento de 1,5 metro, lavagem das mãos, uso de máscaras e de álcool em gel.
Uma chama de esperança
Uma das inúmeras famílias beneficiadas pelo Unisocial mora em uma comunidade de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Trata-se da dona de casa Yasmim Aparecida de Oliveira Barros, de 27 anos, e do autônomo Luíz Antônio Oliveira de Brito, 24 anos. Eles dividem um barraco de apenas um cômodo com quatro filhos pequenos. Antes da pandemia, a pouca renda da família provinha do trabalho de Luíz e de Yasmim. Ele trabalhava em uma construção e fabricava manilhas (peça em aço forjado para unir ou fixar cabos) e Yasmim passava roupas para fora. Eles relatam que a situação já era difícil, porém, com a pandemia e sem emprego, a família enfrenta dificuldades ainda maiores.
Contudo, o trabalho social da Universal chegou até eles. Além da doação de alimentos, eles ganharam um fogão, pois usavam fogão a lenha. “Antes dos voluntários da Universal chegarem na minha casa, minha rotina diária era acender o fogão a lenha dentro do banheiro e cozinhar o que tinha. Às vezes um pouco de arroz ou pedaços de gordura doados pelo açougue. Quando chovia e a lenha molhava, não dava para cozinhar. Essa era nossa realidade. Sem trabalho tudo piorou. Com a ajuda que recebemos da Igreja, a situação melhorou muito. Tenho alimentos para oferecer aos meus filhos e sou muito grata por tudo”, disse Yasmim.
Amor ao próximo
Ações como essa são possíveis graças à ajuda dos voluntários. Entre eles estão a advogada Edelária Gomes Ferreira (foto abaixo) e seu esposo, o autônomo Cosmo Thiago Ferreira Gomes, ambos de 40 anos. Eles são voluntários há cerca de um ano e meio e estavam presentes à ação do Unisocial que beneficiou a família de Luíz e Yasmim. “Ficamos sabendo da situação dessa família e todos se mobilizaram para ajudar com doações. É uma emoção indescritível ajudar o próximo levando não só o alimento físico, mas o espiritual, pois realizamos orações e compartilhamos mensagens de Fé e fazemos o acompanhamento posterior”, disse Edelária.
Seu esposo revelou que o trabalho evangelístico o ajudou a ver tudo sob um um novo prisma e a se colocar no lugar do outro. “Tenho a imensa satisfação de fazer parte desse trabalho. Tenho aprendido a ver a dor do próximo como se fosse minha e conhecido a real necessidade das pessoas. É um trabalho prazeroso, sincero e que leva sobretudo a Fé, que é capaz de mudar qualquer situação”, disse.
Ajuda nas estradas
Entre os projetos da EVG está o Guardiões da Estrada, que oferece auxílio espiritual e alimento para os caminhoneiros. Eles estão distante de seus familiares, solitários e preocupados com a situação de pandemia, mas seguem com um trabalho essencial para o abastecimento do País. Com os restaurantes fechados por causa da pandemia, muitos não sabem como fazer suas refeições. Foi o que aconteceu com o caminhoneiro Antônio Emídio de Moraes, de 55 anos, que, na volta de uma viagem, foi surpreendido com o projeto que oferecia aos caminhoneiros refeições, kits de higiene pessoal e Bíblias.
“Fiz questão de agradecer pessoalmente em nome da categoria e quis ainda divulgar um vídeo desse trabalho tão bonito de suporte aos caminhoneiros. Enfrentei dificuldades recentemente na estrada em razão do fechamento do comércio. Por isso, fiquei feliz com a ação e agradeci pela categoria”, afirmou.
A assistente administrativo Tatiane Oliveira de Lima, (foto abaixo) de 38 anos, é uma das voluntárias do Guardiões da Estrada desde o início do projeto, há dois anos. Ela conta suas impressões a respeito da rotina dos caminhoneiros nos dias de quarentena: “temos observado a preocupação deles por causa da falta de carga e das condições de trabalho. Eles não abandonaram seus postos para que o alimento possa chegar à mesa dos brasileiros. Porém, no momento da entrega das doações, notamos a gratidão no olhar deles, pois muitos relatam que estavam enfrentando a fome em decorrência do fechamento de postos de serviços e restaurantes na beira das estradas. O Guardiões da Estrada trabalha com empenho para auxiliar a categoria com as doações e leva também uma palavra amiga para amparar nos dias de solidão. É uma alegria poder ajudar o próximo”, ressaltou Tatiane.
Cuidando da melhor idade
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que mais de 4 milhões de idosos vivem sozinhos no Brasil. São eles que compõem o principal grupo de risco do novo coronavírus e, com as medidas de isolamento adotadas, enfrentam dificuldades para realizar tarefas cotidianas, o que leva muitos a passar necessidade e sofrer com o abandono. Por isso, o Projeto Calebe tem levado alimentos e doações a eles por meio de visitas a casas e asilos. Os voluntários respeitam o distanciamento recomendado e usam máscaras e álcool em gel para higiene das mãos.
Ajude também
As ações de arrecadação acontecem no País inteiro e podem ser feitas em 3.406 cidades. A ajuda chega aos mais necessitados por meio das iniciativas dos Projetos da Universal no Brasil, que têm alcançado pessoas em situação de rua, jovens, idosos, comunidades, caminhoneiros, detentos e seus familiares, entre outros.
Para doar alimentos e ajudar a salvar vidas, procure a Universal mais próxima e se informe (acesse os endereços em universal.org/localizar). As igrejas não estão realizando reuniões presenciais, mas permanecem de portas abertas para ajudar o próximo e para permitir que as pessoas possam fazer suas orações individualmente no Altar. Elas também recebem as doações de quem deseja contribuir para reduzir a dor dos que mais precisam.
Os números citados se referem ao período de início da quarentena até 15 de abril.