Quando Barrabás governa, o povo padece

Povo carioca vê prefeito destinar R$18 milhões para carnaval, enquanto cidade sofre com necessidades básicas

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Jesus e Barrabás. Este é um dos mais famosos trechos bíblicos. De um lado, um bandido, preso, que cometeu crime de rebelião, era um agitador e que, em um motim, assassinou pessoas. Do outro lado, Jesus Cristo. Este, dispensa comentário.

Na Páscoa, era comum libertar um criminoso. Pilatos, então, deu ao povo o poder de escolha. Estava nas mãos da população escolher se soltariam Jesus ou Barrabás. O desfecho desta história, você, provavelmente, já conhece. Barrabás foi solto e Jesus condenado, embora, na morte, Ele cumpria Sua missão.

Assim, também, nas últimas eleições municipais, a cidade do Rio de Janeiro também teve de fazer escolhas.
De um lado, o ex-prefeito Eduardo Paes, réu na Justiça Eleitoral por crimes. A saber: corrupção passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica eleitoral. De acordo com a denúncia do Ministério Público Eleitoral, Paes recebeu R$10,8 milhões de vantagens indevidas – por meio do caixa dois – para campanha eleitoral. Isso era do conhecimento de todos os cariocas.

Paes é o mesmo homem que deixou uma dívida de mais de R$1 bilhão no final de sua gestão municipal da cidade maravilhosa.

Do outro lado estava Marcelo Crivella, prefeito da cidade naquela altura e que buscava a reeleição. Homem temente a Deus, de reputação ilibada, sério e que teve a coragem de bater de frente com o sistema. Como consequência, ele acabou desmoralizado com acusações infundadas que, ao final, nada se provou. Tudo foi assistido pelos cariocas.
O cenário estava montado e a escolha tinha de ser feita. E, assim como na época de Jesus, o povo escolheu por “Barrabás”.

Agora, Barrabás que comanda o executivo do Rio de Janeiro tem feito absurdos na gestão municipal. A mais recente foi o anúncio de uma verba de R$18 milhões para o carnaval de 2022.

Sem falar dos 250 milhões destinados para publicidade, do fato de ter voltado com a Organização Social (OS) da saúde afastada por improbidade, e de na sua gestão ter retornado com o pedágio da Linha Amarela, que já funcionava há meses sem o pagamento, suspenso por lei municipal e decisão do Superior Tribunal de Justiça.

Crivella, quando era prefeito, teve atitude diferente da de Paes. Ele proibiu o destino dos recursos fruto do pagador de impostos para a realização do carnaval. Na ocasião, o prefeito pontuou que a prefeitura deixaria de subsidiar eventos que cobrassem ingressos, como o carnaval da Sapucaí, por exemplo. Mas parece que o povo não se importou com isso.

Resultado das escolhas

Mas agora, ao que tudo indica, a escolha feita pelo povo carioca tem lhe rendido dores de cabeça. Não é novidade para ninguém que a saúde pública é precária. Falta médicos, medicamentos e o descaso com a população é uma evidência todos os dias.

No entanto, para além da saúde precária, a educação carioca também está muito ruim. Dados da própria Prefeitura apontam que ao menos 2.664 crianças estão fora das creches por falta de vagas.

Infelizmente, o povo carioca não tem a quem recorrer, já que foi o próprio povo quem escolheu o ocupante da cadeira mais importantes da cidade, nas últimas eleições municipais.

Quando o justo governa

É sabido que, assim como o povo colhe os frutos de suas escolhas, quando ele escolhe com consciência, também, vê os frutos de suas decisões nas urnas.

Há prefeitos, por exemplo, que têm proibido o uso de dinheiro dos impostos para promover o carnaval 2022, como é o caso da cidade de Sorocaba, no interior paulista, Rodrigo Manga (Republicanos).

Em uma rede social, o prefeito destacou que “todo e qualquer evento que for feito na cidade tem que ser feito em parceria com a iniciativa privada”.

“O dinheiro público tem que continuar sendo investido na saúde, para os mutirões de saúde, para construção do nosso hospital, na contratação de médicos, na educação, para manutenção das nossas escolas e para uma qualidade melhor do ensino para nossas crianças”, disse o chefe do executivo sorocabano.

A atitude de Crivella, no Rio de Janeiro, entre outros homens públicos sérios e comprometido com o bem-estar de seu povo, nos faz lembrar uma passagem bíblica:

“Quando os justos se engrandecem, o povo se alegra, mas quando o ímpio domina, o povo geme.” Provérbios 29:2
Em outras palavras, quando homens da qualidade acima mencionados governam, o povo se alegra, mas quando homens da qualidade do Paes, entre outros, dominam, o povo sofre muito.

Deste modo, enquanto Paes se preocupa em destinar verbas para escolas de samba, mais de 1,7 milhão de pessoas vivem na pobreza, na cidade, segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas Social.

Infelizmente, o povo da cidade do Rio de Janeiro elegeu “Barrabás” nas últimas eleições e, agora, ele tem feito escolhas levianas, mesmo que elas afetem, diretamente, a vida de quem mais precisa.

Agora, ao povo, resta aprender a fazer boas escolhas nas próximas eleições, ou estará condenado a aceitar as decisões tomadas por “Barrabás”, sem ter a quem recorrer.

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Colaborador

Redação / Foto: Fernado Frazão - Agência Brasil