Quando o desejo pela justiça Divina é falso
Entenda quando o sentimento de querer que Deus aja é, na verdade, um sentimento de vingança camuflado
Uma inclinação natural do ser humano, a vingança é um sentimento destrutivo de querer retribuir da mesma forma o mal de que foi alvo. Em linguagem popular é “pagar na mesma moeda”. Por ser tão inerente à natureza humana, o assunto figura constantemente nos noticiários policiais como um motivo de crimes. E, pelo fato de o mundo fazer questão de estimular o ódio como forma de reparar o dano, a vingança é tema presente nos enredos de livros, filmes, novelas e até músicas. Quem nunca desejou que o protagonista de alguma trama “desse o troco” em quem o prejudicou ou quis ao menos que o vilão sofresse por todo o mal que fez, atire a primeira pedra.
Dando um tiro no próprio pé
No entanto a vingança não lava a honra do ofendido, mas o torna semelhante ao ofensor e traz consequências ainda mais desastrosas para ele, mesmo que, inicialmente, promova um prazer de vê-lo sentir supostamente a mesma dor que causou. É como diz o provérbio japonês: “Antes de sair em busca da vingança, cave duas covas”, ou seja, o vingador também precisará de uma. Além disso, o ressentimento e o estresse liberados nessa jornada de vingança podem ser prejudiciais à saúde física e emocional.
Mas a vingança não se limita só a planejar ou querer explicitamente o mal do ofensor. Há muitas pessoas que veladamente estão estimulando o seu desejo de vingança, porém de uma maneira “aparentemente” correta: quando desejam que a pessoa que fez algo contra elas sofra com a lei do retorno. Ao agirem dessa forma, paralisam sua vida para observar quando a justiça de Deus será feita e quando o outro pagará pelo que fez.
A Lei do Retorno
A lei do retorno é Divina, pois, de fato, colheremos tudo que plantarmos. O Bispo Renato Cardoso, em seu programa Inteligência e Fé, transmitido pela Rede Aleluia, ressaltou que essa lei “é um sinal da justiça de Deus, pois, mais cedo ou mais tarde, o mal cai na cabeça daqueles que o praticam”. No entanto, o Bispo esclarece que muitas pessoas não acreditam na lei do retorno, pois observam que existem pessoas ao seu redor que cometeram erros, mas não pagaram pelo que fizeram. Elas não entendem, porém, que essa lei não está a serviço do desejo de vingança de ninguém e explicou: “Deus é justo e dá a oportunidade para que todos se arrependam. Por vezes, você observa um ímpio ter vida longa, mas isso ocorre porque Deus lhe dá a chance do arrependimento. Então, não deixe que os seus olhos digam a você se a Palavra de Deus é justa ou não. Essa Palavra o chama para confiar nEle, mesmo que você não veja isso”.
De quem é a vingança
A vingança pertence exclusivamente a Deus. Assim, todos que recorrerem a ela atrairão as
consequências dessa atitude. Pense: em razão do desejo de vingança, quantos conflitos entre familiares, amigos e vizinhos acabaram em tragédias?
Deus é claro em Sua Palavra e ordena em Romanos 12.19: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; Eu recompensarei, diz o Senhor”. Isso é tão sério que a Palavra de Deus ainda esclarece, em Provérbios 24.17-18, que Ele pode anular a vingança quando observa um certo prazer no ofendido em ver seu ofensor sofrer: “Quando cair o teu inimigo, não te alegres, nem se regozije o teu coração quando ele tropeçar; Para que, vendo-o o Senhor, seja isso mau aos Seus olhos, e desvie dele a sua ira”.
Matando a sede de vingança
A melhor maneira de matar a sede de vingança é fazendo justamente o contrário, ou seja, perdoando. Enquanto a vingança multiplica as injúrias, o perdão as elimina. Embora a tendência humana seja de guardar mágoas e desejar pagar o mal com a mesma moeda, a Palavra de Deus nos ensina que é fazendo sempre o bem que devemos retribuir, inclusive, as más atitudes (Lucas 6.29).
Nesse sentido, reforçamos que perdão não é sinônimo de impunidade. Caso seja cometido um crime, ele deverá ser denunciado às autoridades competentes. O perdão significa não guardar nenhum ressentimento, por menor que seja, quanto ao que ocorreu. Quando fazemos o contrário do que pede o desejo de vingança, estamos agradando a Deus e Ele não apenas fará Justiça no tempo dEle, como ainda nos retribuirá, como está escrito em Provérbios 25.21-22: “Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe pão para comer; e se tiver sede, dá-lhe água para beber; Porque assim lhe amontoarás brasas sobre a cabeça; e o Senhor lhe retribuirá”.
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