Quando todo esse sofrimento chegará ao fim?

As consequências das más escolhas têm escravizado muita gente e normalizado um mar de dores e problemas, mas há uma porta pela qual é possível passar para se livrar delas

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Há quem esteja vivendo rodeado de problemas há tanto tempo que passou a acreditar que nasceu para sofrer. Doenças, perdas, conflitos familiares, relacionamentos malsucedidos e tantos conflitos fazem parecer que não existe mais saída. E nem sempre isso ocorre por falta de tentativa para que seja diferente, pois, há, inclusive, quem trabalhe de sol a sol e não consiga ver o resultado de seu esforço ou quem se empenhe dentro de casa e seja tratado com grosseria, cobranças e traições, por exemplo. A verdade é que a porta de saída do sofrimento não é ultrapassada pelo esforço físico, mas por meio de uma atitude: o arrependimento.

Quando todo esse sofrimento chegará ao fim?

Essa sequência de problemas, muitas vezes, é resultado de más escolhas e isso acontece desde os tempos de Adão e Eva. “Quando olhamos para a história humana, entendemos que o sofrimento entrou na vida do ser humano pela porta do pecado. Antes que o pecado surgisse, o ser humano vivia literalmente no paraíso. Não havia doença, dor, desavença, roubo, assassinato e morte. Não havia nada disso. Havia abundância de tudo que é bom, mas, com o pecado e a desobediência, veio o sofrimento. Os problemas começaram a destruir a vida humana e a fazer o ser humano sofrer”, citou o Bispo Renato Cardoso no programa Inteligência e Fé.

Foi o que aconteceu no Jardim do Éden – a desobediência – que tirou de Adão e Eva a oportunidade de viverem lá e o mesmo tem ocorrido nos dias de hoje. A desobediência a Deus tem levado as pessoas a viverem de acordo com sua própria vontade. A princípio, parece que viver conforme o próprio entendimento é mais prazeroso, mas, na realidade, esse comportamento tira do indivíduo a possibilidade de viver os planos que o Criador tem para cada um de nós.

Quando todo esse sofrimento chegará ao fim?Esse fato pode ser confirmado com a leitura das Escrituras Sagradas, que mostram qual é o sonho de Deus para cada pessoa. Um dos exemplos é descrito no livro de Jeremias 29.11 (NTLH): “Só eu conheço os planos que tenho para vocês: prosperidade e não desgraça e um futuro cheio de esperança”. Assim, o preço para recuperar aquilo que os erros têm roubado de muitas pessoas começa a ser pago só a partir do momento que elas reconhecem suas más atitudes e se arrependem. “Não é que Deus castigue as pessoas pelos erros que elas cometeram. Os próprios pecados castigam o ser humano, trazem as consequências, e não podemos esquecer que quando pecamos criamos uma dívida com o diabo”, disse o Bispo.

A Bíblia deixa claro que “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6.23). Portanto, quando a pessoa leva uma vida errante, de acordo com a vontade dela, o diabo passa a ter direito sobre ela. O Bispo Renato explica ainda que não existe neutralidade no campo espiritual: “nós somos servos de quem obedecemos. Quando você obedece a Deus, você está debaixo da proteção dEle e o diabo não pode tocar em você. Mas, quando você desobedece a Deus, automaticamente você obedece ao diabo. Logo, ele tem livre acesso para tocar e destruir a sua vida. E aí que vem o sofrimento”.

O perdão de Deus

Quando todo esse sofrimento chegará ao fim?

Como um pai que quer o melhor para o seu filho, Deus não se alegra com o sofrimento do ser humano e está de braços abertos para recebê-lo e perdoá-lo, independentemente do seu passado. Contudo como perdoar quem acredita que não precisa de perdão? Por isso, não adianta se enganar. O primeiro passo para uma mudança verdadeira não é conquistar um novo emprego, um novo relacionamento, tampouco morar em outro país, mas sim em reconhecer o próprio erro. “Há pessoas, por exemplo, que estão travando verdadeiras guerras com suas enfermidades e não se livram da doença. Por quê? Porque há um pecado escondido que não confessaram e do qual não se arrependeram. Elas o guardam dentro de si porque acreditam que, se contarem para alguém, vão perder a reputação, o emprego, a posição. Elas preferem perder a paz, a alma e a Salvação a perder a reputação, ou seja, a reputação virou o deus delas. Se Deus fosse verdadeiramente Deus para elas, haveria temor de perder a alma e não a reputação”, alegou o Bispo.

É preciso entender que levar uma vida errante coloca um peso muito grande sobre nossos ombros. Isso corrói nossa consciência e o mal sempre faz questão de manter essa memória viva, pressionando e escravizando o indivíduo quanto aos seus erros. O rei Davi escreveu sobre isso, como lemos em Salmos 32.3: “enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia”. Mais adiante, ele mesmo apontou a saída, em Salmos 32.5: “confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado” .

A verdade é que o perdão de Deus sara as feridas da alma, limpa a consciência e dá forças ao ser humano para que ele recomece uma nova vida. A seguir você lerá a história de dois casais que estavam com a vida de mal a pior, mas puseram fim a todo o sofrimento quando passaram pela porta do arrependimento.

Remorso ou arrependimento?

Quando todo esse sofrimento chegará ao fim?Quando tinha 12 anos, Géssica Lourenço da Silva Avelar, hoje com 34 anos, conheceu o ambiente de festas. Apesar da pouca idade, ela passou a fazer umva série de escolhas cujas consequências a impactaram até a fase adulta. “Existia um vazio dentro de mim e, na tentativa de preenchê-lo, eu passei a fumar, a beber e a usar drogas. Mas, à medida que eu conhecia mais o mundo, mais o vazio aumentava e eu me afundava na depressão. Mesmo rodeada de pessoas, eu me sentia sozinha, triste e chorava sem motivo. Por isso, me tornei dependente das pessoas e sempre precisava estar com alguém para ter ânimo, porque eu não tinha”, declara.

Com tantas coisas mal resolvidas em seu interior, ela tentou um outro caminho para afastar a dor do vazio: os relacionamentos. “Cada vez que me envolvia com uma pessoa, um problema maior surgia, porque, quando dava errado, eu me sentia incapaz e achava que a culpa era sempre minha. Foi quando nasceu dentro de mim o desejo de suicídio”, revela.

Géssica conta que questionava a Deus pelo sofrimento que vivia: “na minha cabeça, eu era uma pessoa boa, então perguntava a Deus porque eu estava passando por tudo aquilo”. Incapaz de ver que estava colhendo os efeitos de suas próprias escolhas, ela seguiu decidindo a sua vida com base nos sentimentos. “Conheci o Henrique, meu marido, e ele vivia como eu, com vários relacionamentos e em meio às drogas, mas eu achava que conseguiria fazer dele um homem de família”, afirma.

Henrique Avelar de Souza Silva, de 38 anos, conheceu a bebida e as drogas aos 13 anos e, a partir daí, passou a protagonizar brigas na família e entre amigos. Ele até teve boas oportunidades de emprego, mas as perdia por faltar ao trabalho e mentir. “Eu não tinha o entendimento que as minhas escolhas geravam essas consequências. Então, eu me destruía como pessoa e cada perda era uma frustração. Quando conheci a Géssica, não foi diferente. Vivíamos um inferno dentro de casa”, conta.

Nos primeiros meses de relacionamento, Géssica engravidou e passou a depender ainda mais de Henrique, que não correspondia aos desejos dela. “Ele seguiu tendo uma vida de solteiro, inclusive se relacionava com outras pessoas, e isso me machucava muito. Foram oito anos nessa situação, até que eu vi pela TV o programa The Love School (A Escola do Amor), na Record, e busquei ajuda na Terapia do Amor.” Ela logo entendeu que primeiro precisava investir em si mesma. “A vontade de suicídio sumiu e recebi forças para lutar pelo meu casamento. Por um ano e meio, o Henrique me acompanhou nas reuniões, mas não mudava e continuava tendo uma vida fora do casamento, mas eu cria na mudança. Foi quando fiz um propósito com Deus, me lancei no Altar e coloquei nosso casamento nas Mãos de Deus. Então, ele começou a ter interesse em mudar”, descreve Géssica.

Henrique relata o que acontecia quando ia às reuniões: “eu sentia remorso dentro da igreja, chorava e pedia perdão, mas, quando saía, continuava fazendo tudo errado. Foi quando notei que ela mudou de comportamento comigo, passou a me tratar bem e eu vi que o que eu estava fazendo não era justo. Então, me arrependi, decidi abandonar tudo que não agradava a Deus e me entreguei completamente a Ele”.
Muitos desafios surgiram desde então, mas, depois de tantos anos de sofrimento, o casal passou a colher os frutos das boas escolhas. “Hoje temos prazer em ficar perto um do outro e Deus restaurou o nosso casamento e a nossa vida como um todo. Somos verdadeiramente felizes e temos paz, confiança e companheirismo”, finaliza Géssica.

Segunda chance

Quando todo esse sofrimento chegará ao fim?O que livra uma pessoa de uma decisão errada é pesar a escolha e olhar as opções com o olhar da fé, excluindo qualquer tipo de sentimento. Muitos se enganam pensando que só o fato de frequentarem a igreja ou terem uma posição dentro de uma instituição vai garantir resultados positivos em sua vida. A história de Michel Tiago Messias Silva, de 38 anos, ilustra bem essa situação.

Aos 17 anos, Michel teve a oportunidade de conhecer a Deus por meio de sua mãe. “Eu estava conhecendo o mundo, me envolvendo com amizades erradas e com as bebidas e passei a ter síndrome do pânico. Busquei ajuda na Universal e recebi muito mais do que isso, abandonei tudo o que era errado e recebi uma nova vida”, relembra. O passar do tempo, no entanto, afetou sua comunhão com Deus. “Eu fui esfriando aos poucos e a partir daí minhas escolhas começaram a me fazer mal novamente”, diz.

Uma das decisões que mudaram o rumo de sua vida foi começar um relacionamento. “Ela também não estava bem com Deus e nosso namoro tinha muita briga e ciúmes. Eu descobri que ela tinha caído no passado e estava escondendo aquele pecado, o que foi nossa ruína. Ela chegou a ponto de me impedir de ir para a igreja”, declara. Colocar um fim no relacionamento não foi uma tarefa simples, já que, além de namorados, eles eram sócios em uma empresa. “Eu não consegui me desvencilhar dessa situação. Foram sete anos dessa forma. Me afastei de Deus e voltei a beber. Até que um dia comecei a pedir ajuda a Deus e ela desistiu de tudo, inclusive do relacionamento, mas eu fiquei mal emocionalmente e me afundei nas drogas. Tive três inícios de overdose e tentei o suicídio algumas vezes. Eu estava no fundo do poço porque a minha maior angústia era crer que para mim não tinha mais Salvação, que Deus não iria me perdoar”, descreve Michel.

Vivendo em meio a esse turbilhão de sentimentos, ele conheceu Ana Florência Silvério Costa, de 24 anos. “Ela começou a desabafar os problemas dela comigo e eu falei de Deus para ela. Falei que para mim não tinha mais jeito, mas que ela conseguiria mudar. Mesmo com um certo preconceito, ela participou de uma reunião, gostou e começou a me chamar para buscarmos a Deus juntos”, explica Michel.

Com o passar do tempo, a situação melhorou, mas ainda não era o bastante, como diz Michel: “para priorizar o batismo com o Espírito Santo, decidimos deixar de morar juntos e recomeçar nossa vida com Deus. Quando o Espírito de Deus nos preencheu, saiu todo o desejo pelas coisas do mundo, toda a tristeza e fomos preenchidos pela alegria e a certeza da Salvação”.

Com o relacionamento com Deus estabelecido, Michel e Ana noivaram e se casaram segundo as Escrituras Sagradas. “Eu tive que voltar atrás em tudo, me arrependi das coisas erradas e escolhi viver de acordo com a Vontade de Deus. Então, houve a transformação tanto na vida espiritual quanto na vida amorosa. Hoje, temos paz e felicidade e posso dizer que Deus nos abençoa em tudo”, conclui ele.

Barreiras a serem vencidas

Como o arrependimento nos aproxima de Deus é preciso entender que é necessário encarar uma luta até mesmo dentro do nosso íntimo, afinal, é da natureza humana fugir das responsabilidades e das consequências negativas das nossas escolhas. Vale lembrar que o arrependimento não é um sentimento, mas uma decisão seguida por uma mudança de conduta, como orientou o Bispo Renato: “o arrependimento envolve reconhecer o erro cometido, parar de justificá-lo, de se defender ou mesmo de se explicar”. Ele orientou como deve ser tomada essa atitude: “é preciso reconhecer e confessar a quem é de direito, ou seja, aquele pecado que não envolveu ninguém e não prejudicou ninguém, você confessa a Deus, se arrepende e muda, mas o pecado que afetou outras pessoas precisa ser limpo por meio da confissão e, se for o caso, do reparo do dano”.

Portanto, passar por essa porta depende de um sacrifício que traz consequências que talvez você não goste, mas gera como recompensa a paz na alma e a liberdade para receber as Promessas de Deus e o fim de todo sofrimento, tal como pode ser lido em Atos 3.19: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela Presença do Senhor”.

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Colaborador

Cinthia Cardoso / Fotos: Srdjan Randjelovic, Eetu Mustonen, BrianaJackson, Alexmumu, MilosDimic, Bymuratdeniz, Lisa5201, Zephyr18, Photographer: Ruslan Dashinsky, Yuri Arcus Peopleimages.com/GettyImages; Demetrio Koch