Quer ter dois empregos ou mais?

Veja o que você tem que fazer

Imagem de capa - Quer ter dois empregos ou mais?

Quando se fala em ter mais de uma atividade profissional ao mesmo tempo, muitos podem lembrar do famoso bordão “meu marido tem dois empregos”, repetido inúmeras vezes por Rochelle, mãe do personagem principal no seriado Todo Mundo Odeia o Chris, exibido pela Record. Brincadeiras à parte, o fato é que ter mais de um trabalho, o chamado polywork (termo em inglês cuja tradução é politrabalho ou muitos trabalhos), está se tornando uma prática cada vez mais frequente no Brasil, principalmente quando se trata de jovens profissionais.

Segundo dados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), referente ao terceiro trimestre de 2023, 544.691 brasileiros de 14 a 29 anos têm dois empregos e 27.907 possuem três ou mais ocupações, formais e informais. Outro levantamento, feito pela empresa de hospedagem de sites Hostinger, reforça que, no Brasil, 60% dos profissionais têm duas ou mais atividades profissionais. A pesquisa também indica que 31% dos brasileiros que buscam uma fonte de renda extra têm como principal objetivo garantir segurança financeira. Outros 26% querem complementar os ganhos e 25% desejam realizar um sonho pessoal.

Para Luciane Vecchio, psicóloga, consultora de recursos humanos (RH) e especialista em carreiras, o salário é importante, mas não o motivo principal para quem opta pelo polywork. “Muitas pessoas estão buscando essa forma de trabalho para conseguir colocar em prática os seus objetivos de carreira e levá-la para um caminho que não teriam se tivessem um trabalho único. Vemos essa prática na faixa etária de 25 a 40 anos. É usual que seja mais nesse nicho, pois essa faixa etária está buscando, no momento, mais flexibilidade e querendo explorar as suas próprias habilidades e interesses”, diz.

Ela avalia que o polywork é ideal para trabalhar em tarefas ou projetos simultâneos. “É para o profissional que tem controle sobre a administração do seu tempo, sobre o que ele escolhe em relação aos projetos que vai pegar ou não. Isso gera mais satisfação. Ele pode estar mais próximo das suas próprias habilidades e até de equipes diversas e mais perto de empresas diferentes. Isso faz com que o networking aumente bastante. Então, sem dúvida, a sensação de liberdade vai contar muito”, analisa.

Para investir no polywork, entretanto, é preciso preparação. “Quem quer colocar o polyworking em prática certamente precisa entender e trabalhar com alguma técnica em que consiga definir claramente os seus objetivos pessoais e profissionais, aquilo que deseja alcançar, porque senão vai sendo levado por esse mar de projetos sem planejamento”, adverte.
A organização, inclusive, é necessária para não ficar sobrecarregado. “O primeiro ponto que eu coloco é cuidar da saúde, tanto a física quanto a mental, com atividades que não sejam o trabalho, como exercício físico, meditação, prática de algum hobby, ter um tempo para si próprio, para a família e para o que eu chamo de esvaziar a mente, fazendo pausas regulares até durante o trabalho. Isso vai ajudar com a manutenção do foco no restante das atividades que muitas vezes são muito intensas”, orienta.

Luciane também observa a importância de ser flexível. “Essa pessoa terá uma ausência de rotina, estará próxima de diversas áreas de trabalho, de pessoas diferentes e vivenciará aprendizados diferenciados. Terá que ter autodisciplina para gerir as suas responsabilidades, os seus horários e fazer boas entregas, sem ficar devendo trabalho a ninguém. Terá que se comunicar bem, fazer networking, porque é
preciso construir uma rede e saber se comunicar com diferentes tipos de pessoas em vários projetos,
com equipes completamente diferenciadas”.

Ela considera ainda que o polywork é resultado de uma constante evolução das relações de trabalho. “O mercado de trabalho está mudando tão rápido que daqui a dez anos a gente não faz nem ideia de como ele vai estar. E, com o aumento dos contratos de pessoa jurídica (PJ), o polywork vai acontecer sem dúvida nenhuma. Muitas empresas vão aderir a novos modelos e vão puxar outras empresas que têm um pouco mais de resistência a essas novas modalidades”, avalia.

Para quem pensa em ter mais de um trabalho, ela recomenda não tomar essa iniciativa só para ganhar dinheiro. “Isso não mantém uma pessoa ativa. As pessoas precisam ter um propósito, entender quais são suas habilidades e isso vai ajudar a escolher com sabedoria. Não é porque é moderno, porque toda a geração Z está fazendo, que eu tenho que fazer também. Você vai estar em contato com diversas empresas e pessoas que se comunicam e é muito complicado ficar ‘queimado’. É importante ter sempre um bom relacionamento interpessoal e cuidar da sua saúde mental e física, além de saber que não tem como se dar bem em nenhuma área, não só no polywork, se você não souber estabelecer limites”, conclui.

Alavanque sua carreira com Deus

Se você busca alternativas para alavancar a sua carreira, participe das reuniões Prosperidade com Deus da Universal. Os encontros acontecem às segundas-feiras em vários horários.

Saiba mais:

Leia as demais matérias dessa e de outras edições da Folha Universal, clicando aquiFolha Universal, informações para a vida!

imagem do author
Colaborador

Eduardo Prestes / Fotos: Liubomyr Vorona/GettyImages e Reprodução / Arte: Douglas Crispim