Reação de cliente em padaria e ataque a funcionário: a era da intolerância

Casos aconteceram em Águas Claras, no Distrito Federal, e em Alter do Chão, no Pará

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Nos últimos dias, vídeos de duas reações agressivas chamaram a atenção da imprensa. O primeiro mostra Luís Fernando Brasil, morador de Águas Claras, no Distrito Federal, irritado com o atendimento de uma funcionária da padaria que ele frequenta. Após afirmar que foi tratado de forma desrespeitosa, ele joga os produtos no chão. Pessoas que estavam no local disseram que ele foi “humilhado”.

Numa publicação nas redes sociais, Luís Fernando Brasil detalha que a atendente do caixa embalou as mercadorias que ele comprou “de modo mecânico e ríspido”. Na postagem, Luís ainda revela que advertiu a mulher com educação. Mas, segundo ele, a funcionária teria dito que “não se desculparia, pois não estava errada”.

Já o segundo vídeo mostra Pablo Aguilar, cliente de um restaurante localizado em Alter do Chão, no Pará, agredindo o recepcionista do local, após o funcionário ter exigido o comprovante de vacinação contra a Covid-19. Uma câmera de segurança do estabelecimento flagrou o momento da agressão.

Depois do ocorrido, Aguilar disse que estava vacinado, porém não estava com a carteirinha de vacinação no momento. “Nada justifica minha reação. Reitero meus pedidos de desculpas mais uma vez ao colaborador, ao restaurante, e me coloco inteiramente à disposição das autoridades para os devidos esclarecimentos”, declarou o cliente em nota.

Ação x reação

Casos como esses, infelizmente, não são isolados. Reações agressivas que resultam em tragédias já se tornaram comuns nos noticiários e exemplos não faltam: é o motorista que xinga o outro e, por isso, é morto; o cliente que bate no funcionário porque foi mal atendido; o marido que espanca a esposa após ser confrontado; o filho que mata o pai por não saber ouvir não; e por aí vai.

Especialistas dizem que a pandemia potencializou uma onda de intolerância e desrespeito, uma vez que o contexto influenciou uma resposta emocional e as pessoas que já tinham dificuldades ficaram ainda piores.

Esse suposto adoecimento mental da população impõe a necessidade de pensar sobre como estamos reagindo diante das situações cotidianas. Afinal, é preciso saber driblar as emoções para ter atitudes sábias, pois de nada adianta pagar o mal com o mal.

Se alguém nos trata de forma ríspida, por exemplo, não é inteligente fazer o mesmo. Sem falar que o impulso pode levar a resultados trágicos.

As pessoas parecem bombas prestes a explodir. Qualquer coisa pode se tornar motivo para discussões e até mortes. Por isso, é necessário desenvolver maturidade para aprender a reagir em situações que fogem do controle, conforme mandam o bom senso e as regras de convívio.

Vivemos uma época em que a dificuldade de lidar com a ira aumenta diariamente. É preciso saber prevenir as atitudes intempestivas, e a melhor forma de fazer isso é pondo em prática o autocontrole e o equilíbrio.

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Colaborador

REFLETINDO SOBRE A NOTÍCIA POR ANA CAROLINA CURY | Do R7 / Foto: Istock