Redes sociais: a falta de privacidade e a capacidade de influenciar as pessoas
Embora a questão dos dados esteja em evidência atualmente, ainda existem outros malefícios que você precisa saber
Nas últimas semanas o WhatsApp perdeu milhões de seguidores para outros aplicativos de mensagens que, supostamente, recolhem e compartilham menos dados pessoais de seus usuários. Entretanto, o WhatsApp não é o único a lucrar com esse comércio de informações. Todas as redes sociais e aplicativos fazem o mesmo. São os chamados “abutres de dados”.
O termo foi criado pela professora de Oxford e especialista em privacidade e proteção de dados Carissa Véliz. A erudita é autora do livro “Privacy is Power” (“Privacidade é Poder”, em tradução livre). À BBC espanhola, ela afirmou:
“São essas empresas que se dedicam a vender os registros das pessoas pelo preço mais alto. Em particular, os corretores de dados, que buscam conseguir elementos como o que a pessoa compra, o que pesquisa online, as suas contas em redes sociais, as doenças que possui, os seus rendimentos, as suas dívidas ou o carro que utiliza. Ou seja, todos os tipos de informações”.
De acordo com ela, o site que mais lucra com esse tipo de informação é o Facebook – empresa dona do próprio WhatsApp. Aliás, os protestos recentes se dão pelos seguintes acontecimentos:
– Em 2014, o Facebook comprou o WhatsApp, prometendo que não compartilharia dados de usuários entre as duas redes sociais;
– Em 2016, Facebook e WhatsApp passaram a compartilhar esses dados, sendo que os usuários poderiam optar pelo não-compartilhamento;
– Em 2021, os usuários serão obrigados a compartilhar os dados.
“Essas suas informações que são vendidas podem incluir aspectos muito sensíveis como o poder aquisitivo, a localização, a orientação sexual ou política e suas dívidas”, alerta Véliz. “Todo esse pacote que chega a centenas de empresas com as suas informações fica guardado e cada um dos donos dessas informações pode vendê-las a outras empresas. E se houver uma violação ou invasão virtual, esses dados podem terminar na “dark web” (área da internet de pouco controle) para serem vendidos a qualquer pessoa”.
Os problemas disso tudo são inúmeros. Além da falta de privacidade e da capacidade de influenciar as pessoas.
“Nos afeta de forma invisível e isso é parte do problema. Não é algo tangível, mas pode ter efeitos catastróficos. […] É bem possível que lhe impeçam de pegar um empréstimo, conseguir um emprego, comprar um apartamento… e você nunca vai descobrir o porquê”, conclui a especialista.
Outros problemas
Embora a questão dos dados esteja em evidência atualmente, as redes sociais afetam a saúde das pessoas de muitas outras maneiras. Por exemplo: recentemente o Facebook perdeu investidores após investigações comprovarem que a rede social lucra com discursos de ódio e fake news (já que esse tipo de conteúdo gera mais engajamento do público). Por lucrar mais, a empresa dá ênfase no compartilhamento desses posts.
Esse tipo de conteúdo é tão maléfico, que causa a depressão e o suicídio de inúmeras pessoas.
Já o Instagram, que também pertence ao Facebook, é desenvolvido em mostrar o maior número de pessoas seminuas possível, levando os próprios usuários a terem o mesmo comportamento.
Outro grande problema causado pelas redes sociais é o vício. A especialista em redes sociais Marta Peirano afirma:
“As redes sociais são como máquinas caça-níqueis, quantificadas na forma de curtidas, corações, quantas pessoas viram seu post. E isso gera um vício especial, porque trata-se do que a sua comunidade diz. Se aceita você, se o valoriza. Quando essa aceitação, que é completamente ilusória, entra em sua vida, você fica viciado, porque somos condicionados a querer fazer parte do grupo”.
De acordo com, ela esse vício é ainda mais extremo em crianças e adolescentes, que também desenvolvem transtornos de ansiedade.
O maior dos males
Se as redes sociais geram tantos transtornos, porque elas crescem a cada dia? Um dos motivos é o fato de elas serem programadas para viciar. Outro motivo, ainda maior, é o mesmo que fez Lúcifer cair: o ego.
O Pastor Paulo Cezar explica que, geralmente, as pessoas se dedicam às redes sociais para receberem likes, compartilhamentos, fama, enfim, para se autopromoverem. Querem atenção ou aprovação coletiva da sociedade.
Para o Bispo Edir Macedo, “o pior disso não é você promover-se, mas é procurar, aspirar, desejar, almejar o mesmo que satanás almejou lá no Céu. Você quer ser glorificado. Quer ser reconhecido. Você quer ser louvado. Quer que as pessoas batam palma para você”.
Essa necessidade de louvor e grandeza leva a pessoa ao declínio, assim como fez com Lúcifer.
“Quem está buscando autopromoção está buscando glória nesse mundo. E, quando a pessoa está buscando glória para si, ela está cega, surda, é infeliz, é miserável”, conclui o Bispo.
Então, o que posso postar nas redes sociais?
Não é necessário abandonar as redes sociais, mas avaliar o uso que você faz delas. E, se esse uso for maléfico, aí sim afastar-se disso é importante.
Para concluir, o Pastor Paulo Cezar orienta: “O que posso então fazer com minhas mídias sociais? O que postar? A Palavra de Deus nos orienta bem a respeito disso:
Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai. Filipenses 4.8 – Nisto pensais; Isto faleis; Isto publiqueis.”
Ainda tem alguma dúvida sobre o assunto? Clique aqui e assista aos ensinamentos do Bispo Edir Macedo sobre o assunto.