Por mais que fazer a higiene bucal pareça ser um comportamento óbvio e até obrigatório para a saúde de todas as pessoas, uma avaliação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que 80 milhões de brasileiros têm problemas relacionados à saúde da boca. Outro estudo realizado pelo órgão entre 2019 e 2020 constatou que dos 162 milhões de brasileiros acima de 18 anos, 34 milhões perderam 13 dentes ou mais, além dos 14 milhões que perderam os dentes de toda a arcada dentária.

Além da perda dos dentes, a limpeza inadequada favorece a proliferação de bactérias que podem causar infecções e agravar lesões. Essas condições aumentam os riscos dessas bactérias caírem na corrente sanguínea e migrarem para outras partes do organismo, causando doenças e complicações, como detalha Daiane dos Santos Matias, cirurgiãdentista, especialista em ortodontia e odontopediatria: “estudos apontam que, principalmente quem possui doença periodontal (periodontite), por causa da grande quantidade de bactérias, pode ter artérias e órgãos distantes atingidos, maior risco para desenvolver doenças cardiovasculares e sofrer AVC, problemas pulmonares, complicações na gravidez e no diabetes, entre outros”.

O volume de problemas bucais aumentou depois da pandemia de covid-19 e, além do estresse e da ansiedade, a vida corrida do dia a dia também costuma afetar a saúde bucal dos brasileiros. Os estudos do IBGE provam que os brasileiros não cuidam bem da saúde bucal, pois apenas 53% escovam os dentes mais de uma vez por dia. E, infelizmente, a educação para a higiene bucal não é ensinada às crianças, o que cria um circulo vicioso e aumenta as taxas dos problemas bucais.

Dentre todas as complicações dentárias, a cárie e a gengivite são as mais comuns e, no caso de gestantes, elas podem aumentar o risco de parto prematuro. Para evitar as consequências decorrentes da má higienização bucal, além de escovar bem os dentes e com frequência, é preciso usar o fio dental. Daiane enfatiza ainda que é necessário visitar regularmente o dentista para que ele proceda o acompanhamento e indique o cuidado adequado, inclusive que se leve as crianças. “As visitas devem acontecer, no mínimo, a cada seis meses. Esse intervalo pode ser maior ou menor e será recomendado pelo cirurgiãodentista, depois de avaliação, de acordo com a necessidade de cada paciente.