“Se eu morresse, não faria falta para os outros”

Aos 14 anos, Sávio Vieira queria apenas ter poder e dinheiro. Conheça a história de transformação de vida dele

Imagem de capa - “Se eu morresse, não faria falta para os outros”

O barbeiro Sávio Siqueira Vieira, de 23 anos, desistiu dos estudos aos 14 anos, quando entrou para o mundo da criminalidade. “Eu sempre frequentava os bailes. Na adolescência, me envolvi com amizades erradas e comecei a roubar. Fui preso e passei mais de um mês detido em uma unidade socioeducativa”, conta.

Maconha, lança-perfume, bebidas alcoólicas e o entorpecente conhecido como “cheirinho da loló” começaram a fazer parte do seu dia a dia. Dessa forma, ele entrou para o tráfico de drogas. “Vi que a proximidade com os bandidos me dava certos poderes. Comecei como muitos jovens: ficava armado em bailes, mostrava certo poder, saía com mulheres e ostentava veículos.”

Naquela época, Sávio já não tinha mais os sonhos de quando era criança. Seu objetivo era apenas ostentar “vantagens” por fazer parte do crime. O tráfico representava para ele um modo fácil de obter dinheiro e poder. “Como qualquer jovem, eu já não sonhava mais em ser jogador de futebol, trabalhar ou ter uma família. Por causa das minhas escolhas erradas, esses desejos se perderam. O que eu queria era ter dinheiro, carro, moto, mulheres e o mundo a minha volta”, revela.

Apesar da aparente felicidade, Sávio diz que não tinha tranquilidade. “Para as pessoas, eu era alguém feliz e com poder, mas havia um vazio muito grande dentro de mim e, em mais uma tentativa de encontrar a paz, aos 21 anos, comecei a usar cocaína”, conta.

Ele diz que esse foi o início do fundo de poço. Ninguém – nem ele mesmo – acreditava que uma mudança pudesse acontecer. “Já não me arrumava mais. Eu passava o dia todo usando drogas, consumindo álcool e trocava o dia pela noite. As pessoas zombavam da minha situação e realmente aos olhos humanos eu não tinha mais jeito.”

Por causa dessa realidade, Sávio desejava a morte diariamente. “Não cheguei a tentar o suicídio, mas ficava pela rua querendo trocar tiros com policiais, pois se eu morresse, não faria falta para os outros”, declara.

Certa vez, em uma operação policial, ele foi baleado dois centímetros abaixo do coração. Além disso, presenciou a morte de quatro amigos.

“Só consegui correr e entrar em uma casa. Então, pedi uma chance a Deus e disse a Ele que se eu saísse vivo dali iria entregar minha vida a Ele. Fiquei cerca de 15 horas naquela tensão.”

Ele decidiu ligar para sua prima que era membro da Universal e pedir ajuda a ela. Em um domingo, apesar de baleado e com a ferida aberta, ele foi à Igreja. Lá, decidiu entregar sua vida ao Senhor Jesus. Depois daquele dia, sua vida nunca mais foi a mesma. “Deus fez um milagre na minha vida.

Eu não merecia. Mesmo tendo um histórico tão ruim e cruel, Ele me limpou e transformou o meu interior. Hoje sou feliz, tenho paz e recebi o maior milagre de todos: o Espírito Santo”, conclui.

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Colaborador

Camila Teodoro / Fotos: Cedidas e Demetrio Koch