Sextortion: entenda como funciona a onda de exploração sexual que atinge menores

A prática maliciosa para obtenção de dinheiro utiliza da ameaça de divulgação de conteúdos sensíveis e de exposição íntima de internautas na internet

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Sextortion – ou sextorsão, no português – é o termo utilizado para definir a categoria de exploração sexual que utiliza da ameaça de divulgação de conteúdos sensíveis e de exposição íntima de internautas na internet. Embora a prática maliciosa para obtenção de dinheiro não seja uma novidade entre o mundo digital, o crime voltou às discussões sobre a segurança das redes devido ao crescimento de vítimas menores de idade.

Segundo o estudo publicado pelo Network Contagion Research Institute (NCRI), em janeiro deste ano, a sextorção é o crime cibernético que mais cresce entre crianças e adolescentes da América do Norte e Austrália, aumentando em 1.000% o número de casos em um período de 18 meses.

Como acontece:

Geralmente, os criminosos utilizam de redes sociais digitais ou plataformas de jogos online para localizar as suas vítimas. Por meio de uma conta falsa convincente, eles fazem o primeiro contato se passando por um jovem da mesma idade e sexo oposto à vítima.

Ao estabelecer um vínculo confiável, os criminosos solicitam fotos e vídeos íntimos da vítima e, logo após o envio, o tom da conversa muda para uma sequência de ameaças. Valores altos são cobrados em troca da não divulgação das imagens para familiares e amigos, fazendo com que a vítima se sinta presa às intimidações.

Em alguns casos, as ameaças cessam com as denúncias feitas às autoridades e departamentos responsáveis por esse tipo de crime, no entanto, infelizmente, muitos acabam até perdendo a vida.

“Em 6h meu filho estava morto”:

A morte de Jordan DeMay, vítima do esquema de extorsão sexual online, em 2022, foi responsável pela ação do FBI (Federal Bureau of Investigation), serviço de inteligência e segurança dos EUA, contra gangues cibernéticas no país.

DeMay tinha 17 anos de idade quando caiu na armadilha do sextortion. Em um espaço de 6h, após o início das conversas com os criminosos, o adolescente enviou fotos explícitas de si mesmo e foi chantageado a pagar uma alta quantia em dinheiro para que não fossem divulgadas. Mas Jordan acabou cometendo suicídio.

Em recente entrevista à BBC News, Jenn Buta, mãe de Jordan e ativista da causa, explicou como as chantagens possuem efeitos rápidos e nocivos às vítimas.

“Foram menos de 6h entre o momento que Jordan começou a se comunicar (com a gangue) e a hora que ele tirou a própria vida. Existe uma espécie de roteiro online e essas pessoas simplesmente seguem o roteiro e pressionam (as vítimas). E fazem isso rapidamente e seguem para a próxima vítima, porque é uma questão de volume”, conta ela.

Cuidados necessários:

O primeiro passo para se prevenir de ataques como esse é, sem dúvidas, se informar e estender o seu conhecimento no assunto aos seus filhos e entes queridos. Oriente-os sobre o uso seguro das redes sociais, como:

  • Evitar conversas com perfis de pessoas desconhecidas nas redes sociais;
  • Não enviar, em hipótese alguma, fotos ou vídeo de nudez;
  • Caso seja uma vítima de tentativa de sextorsão, não pague nenhuma quantia, bloqueie o criminoso e procure por ajuda.

O que você precisa entender:

É imprescindível que os pais acompanhem de perto as atividades online dos filhos, incluindo e incentivando também atividades fora das telas, como brincadeiras, refeições em família, leitura de livros, entre outras.

Desta forma, é muito importante dar estímulos aos filhos, afinal é praticamente impossível eliminar o vício em internet sem substituir esse hábito por nenhum outro. E mais difícil ainda é fazer a criança acreditar que o novo hábito é bom, se nem os pais o praticam.

Além dessa prática, as famílias podem contar com o apoio do Força Teen Universal (FTU), um grupo que acolhe e orienta adolescentes, além de desenvolver dinâmicas, mentorias, oficinas de talentos, clube de leitura e promover eventos. Veja mais sobre o grupo no Instagram Oficial. Ademais, para saber o que o grupo realiza na sua região vá à Universal mais próxima.

O Pastor Walber e sua esposa, Patrícia Barboza, responsáveis pelo FTU no País, destacam como muitos adolescentes se consomem por aquilo que não é importante e desconsideram aquilo que é importante”, ocupando a sua mente somente com aquilo que não lhes trará benefício algum e que podem prejudicar a sua saúde emocional.

Por isso, ocupar a mente com valores que os ajudarão a vencer os seus conflitos é mais do que necessário.

“Você [adolescente] pode ser uma pessoa que tenha, por exemplo, a fé inteligente, que tenha o domínio dos seus sentimentos, das suas emoções; saiba reconhecer o valor de Deus na sua vida, o valor dos seus pais, saiba respeitar o próximo. E esses valores vêm da Palavra de Deus”, orientam.

Conheça o FTU:

O grupo Força Teen Universal ajuda inúmeros adolescentes a lidar e vencer os seus desafios, além de desenvolver o seus valores e o seu talento por meio da fé.

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Colaborador

Yasmin Lindo / Foto: is