Sinais da resistência de judeus contra o Império Romano são encontrados em Jerusalém
Conflito culminou na destruição do Segundo Templo
“Continua a horrível matança no Templo. Tumulto espantoso. Descrição de um horrível espetáculo. Os revoltosos fazem tal esforço num ataque, que repelem os romanos e retiram-se para a cidade. Quando o fogo devorava o Templo, os soldados furiosos saqueavam e matavam todos os que encontravam. Não perdoavam nem a idade, nem a condição. Os velhos e as crianças, os sacerdotes e os leigos, eram todos passados a fio de espada; todos eram envolvidos nessa matança geral e os que recorriam aos rogos não eram tratados com mais clemência do que os que tinham a coragem de se defender até o fim; o gemido dos moribundos misturava-se com o barulho do crepitar das chamas, que avançavam sempre, e o incêndio de tão grande edifício, situado num lugar elevado, fazia, aos que o contemplavam de longe, pensar que toda a cidade estava sendo devorada pelas chamas.”
A narrativa acima é o testemunho ocular de Flávio Josefo, historiador judeu-romano que presenciou a tomada de Jerusalém e a destruição do Segundo Templo pelos romanos por volta do ano 70 depois de Cristo (d.C.). As memórias foram registradas no livro dele “Antiguidades Judaicas”, no quinto volume, entre os capítulos 27 e 28. Vemos que a fúria dos romanos se tornou incontrolável diante da habilidade tática e resistência dos judeus, a ponto de eles atearem fogo em edificações adjuntas ao Segundo Templo, em Jerusalém. Esse fogo se alastrou tanto que consumiu toda a cidade. Foi, então, que os romanos contra-atacaram rapidamente.
No mês de maio, a Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA, na sigla em inglês), em parceria com a Autoridade de Natureza e Parques (NPA, na sigla em inglês), revelou novas evidências arqueológicas desse fatídico evento da história da humanidade.
Entre o Tanque de Siloé (o mesmo em que o Senhor Jesus pediu para o cego se lavar – veja na Bíblia João 9) até a entrada do Segundo Templo, na rua principal (foto acima), foram descobertas flechas e bolas de pedra (utilizadas por catapultas romanas). Essas armas tiveram destaque durante o grande cerco promovido pelo imperador romano Tito, pois a cidade de Jerusalém era formada por resistentes e altos muros.
As descrições de Josefo sobre a batalha são condizentes com o cenário encontrado no local da escavação, enfatizaram os diretores da pesquisa, Nahshon Szanton e Moran Hagbi, ao jornal online Christian Today. De um lado, os romanos atiravam bolas de pedras com as suas catapultas, e do outro os judeus promoviam ataques furtivos com flechas.
A rua ainda não foi completamente investigada pelos arqueólogos e espera-se descobrir sua real extensão e futuramente torná-la um espaço aberto para visitantes.
ONU contra Israel
A interessante descoberta arqueológica surge em meio a uma polêmica posição assumida pela Organização das Nações Unidas (ONU), no dia 2 de maio último: a aprovação da resolução que não confirma os direitos legais e históricos de Israel sobre Jerusalém.
Apesar de inúmeras evidências arqueológicas e relatos históricos confirmarem o laço dos judeus com Jerusalém, a ONU, por meio dos países que se posicionaram contra Israel, insiste em negar essa relação. O Brasil, durante a votação, fez parte dos países contrários.
A Bíblia narra que a conquista de Jerusalém pelos judeus ocorreu por meio do rei Davi, durante uma manobra militar bem-sucedida contra os jebuseus (veja em 2 Samuel 5.6,7). Ao conquistá-la, ele a tornou a sua capital e abrigou nela a Arca da Aliança – a representação de Deus aqui na Terra. O seu filho, Salomão, construiu ali o Primeiro Templo, que ficou conhecido como Templo de Salomão.
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