Tecnologia: Uso em excesso pode afetar a saúde física e mental das crianças?
Neia Dutra, responsável nacional do programa Escola de Mães, responde
Tecnologia em excesso afeta a saúde física e mental das crianças? Essa pergunta foi respondida pela psicóloga Neia Dutra, durante uma live transmitida no perfil oficial da escritora e Coordenadora do Projeto Raabe do bloco de Guarulhos, Carlinda Tinôco, na última terça-feira (23).
Neia Dutra é responsável nacional pelo programa Escola de Mães, um dos braços do movimento Godllywood, da Universal.
Do outro lado da tela, ao lado de Carlinda, estava Ana Claudia de Mattos, responsável da Escola de Mães do bloco de Guarulhos, que relatou alguns casos de mães que a procuraram por não saberem como agir com os filhos, que ficam excessivamente diante da tela do celular.
O problema está na falta de equilíbrio
Esse tem sido um dos maiores desafios dos pais na educação dos filhos nessa era da tecnologia, em que uma criança de apenas dois anos (por exemplo) já sabe usar um smartphone.
Contudo, pesquisas indicam que essa exposição excessiva à tecnologia pode afetar não só a visão da criança como, também, sua capacidade de aprendizado e criatividade.
“A gente não pode taxar a tecnologia como vilã, porque ela é muito útil às nossas vidas. O problema é quando excede esse uso e, principalmente, quando ela é colocada à disposição de pessoas imaturas”, destaca Neia.
Ela observa, ainda, o fato de que se adultos que, supostamente, são pessoas maduras, muitas vezes, são desequilibradas no uso da tecnologia, que dirá uma criança, que ainda não tem discernimento do que é ou não maléfico à sua integridade física e emocional.
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Danos físicos, emocionais e psicológicos
Além dos danos físicos provocados pela exposição excessiva à tela, ainda existem os emocionais como depressão, transtorno de ansiedade e a baixa autoestima. Mas, não são apenas esses. “Outros problemas causados pelo uso, sem o acompanhamento, como o cyberbullying [violência praticada contra alguém, através da internet ou de outras tecnologias relacionadas ao mundo virtual] e a pedofilia. Especialmente nesse período de quarentena, no qual as crianças estão mais conectadas e, portanto, mais propensas a serem vítimas de pedófilos virtuais”, alerta a psicóloga.
Segundo Neia, é de responsabilidade dos pais fazer com que os filhos reduzam o tempo que ficam no celular, uma vez que foram eles próprios que entregaram nas mãos da criança.
“Deu o doce, agora vamos administrar a dosagem. Porque é muito difícil as crianças viverem sem a tecnologia, mas é importante que os pais consigam reduzir o uso disso e supervisionar aquilo que a criança está acessando, a fim de reduzir os riscos dela na frente de uma tela, nesse mundão que é a internet”, aconselha.
Os pais devem ser participativos na vida dos filhos
Na oportunidade, Ana Claudia relatou o caso de uma mãe que não conseguia tirar o celular da filha de 9 anos, que ficava durante toda a madrugada no aparelho. Ou seja, a mãe não conseguia exercer sua autoridade sobre a filha, sendo que ela deveria ditar as regras, e não o contrário. E, principalmente, porque a mãe está ali para orientar e, sobretudo, proteger a filha.
“Não é deixar de castigo, tirar o celular, mas ponderar esse celular, fazer uma troca. Estipular tempo e horário. Não é brigando, é conscientizando o filho que aquilo não é certo, que vai fazer mal. A mãe precisa ser mais participativa na vida do filho, não é só mandar, cobrar. É participar da vida dele, para saber o que está acontecendo”, aconselha Ana Claudia.
Acesse aqui e assista a live completa.
E se deseja saber mais sobre a Escola de Mães, acesse o site oficial do programa.