“Tomei remédios fortes para tentar o suicídio”

Veja como a automutilação, as doenças, o vício e o vazio ficaram no passado de Daniele Mendes

Imagem de capa - “Tomei remédios fortes para tentar o suicídio”

A vendedora Daniele Mendes, de 21 anos, (foto abaixo) teve uma infância que para todos era considerada normal, mas ela cresceu com complexos e problemas internos por causa dos conflitos familiares que presenciava diariamente. “Na infância, eu brincava muito, mas era uma criança muito triste por ver diversas brigas dos meus pais. Muitas vezes, durante as brigas, eu tentava separá-los e acabava apanhando também”, lembra.

Com 15 anos, Daniele começou a ter problemas de saúde, que também desencadearam outros conflitos internos. “Tive muitos problemas de saúde, com desmaios, e tinha que tomar calmantes que me faziam dormir muito. Como dava muito trabalho aos meus pais, comecei a me cortar. Eu achava que eles não gostavam de mim”, diz.

Os problemas espirituais surgiram e foram se agravando. “Não tinha paz para dormir. Muitas vezes eu via vultos, tinha paralisia do sono e ouvia pessoas chamando meu nome, mas não via ninguém.”

Daniele sempre recorria a algumas formas de esquecer as tristezas, as frustrações e o sentimento de rejeição. Certa vez, ela se sentiu injustiçada pelas atitudes agressivas que sua mãe teve com ela. Então, recorreu novamente à automutilação. “Assim que entrei em casa, peguei uma lâmina e comecei a fazer cortes profundos nos braços e na perna e tomei remédios fortes para tentar o suicídio, o que acarretou problemas sérios”, detalha.

Os problemas na vida de Daniele só aumentavam e a sufocavam cada vez mais. “Passei a ter desmaios constantes. Os médicos nunca souberam dizer o que era de fato, apenas falavam que eram problemas emocionais e normais para a minha idade. Passei por isso durante dois anos.”

Apesar de tentar aliviar o que sentia, a situação só piorava. “Aos 18 anos, conheci um rapaz, que se tornou meu esposo, para tentar preencher o vazio, mas ele era tão grande que eu recorria também às bebidas, às drogas e, principalmente, ao narguilé. Um dia, depois de muitas brigas, fomos até a casa de uma amiga e presenciamos uma obra de macumba feita por uma das pessoas que estavam lá. Foi horrível. A pior noite de toda a minha vida.”

Depois daquela cena que presenciou, Daniele lembrou de um convite que tinha recebido certa vez de seu irmão para ir à Universal. “Era tudo novo para mim, mas, de alguma forma, eu sabia que precisava de uma mudança na minha vida. Mesmo não acreditando muito, eu fui. E a transformação foi acontecendo”, afirma.

Hoje, Daniele está com sua vida transformada e seu interior foi completamente restaurado. “Sou feliz, realizada e saudável. Tenho paz e sou completa na vida amorosa. Deus mudou tudo em minha vida. Ele me curou e me salvou”, finaliza.

imagem do author
Colaborador

Camila Teodoro / Fotos: Cedida e getty images