Tudo muda em um piscar de olhos

A única certeza nesta vida é a morte, mas infelizmente muitos ainda a tratam como o fim da dor, quando pode ser apenas o começo

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No dia 4 de agosto, uma grande explosão na cidade de Beirute, no Líbano, pegou todos de surpresa. As imagens publicadas na internet e os vídeos mostram o momento que uma nuvem de fumaça aparece sobre a cidade e uma explosão minutos depois.

Segundo a Cruz Vermelha Libanesa, até o momento, foram registradas mais de 170 mortes, 6 mil feridos e 100 desaparecidos. Porém ainda existem pessoas presas nos escombros. E, como a explosão foi na zona portuária, outras foram lançadas ao mar.

Muitas teorias do que teria causado a explosão são levantadas. A suspeita é que o fogo tenha partido de um armazém que guardava nitrato de amônio, um composto químico usado para fabricar fertilizantes e que tem grande potencial explosivo. Também fala-se de um possível atentado terrorista.

O mundo enfrenta a devastação que o novo coronavírus provoca e que está ceifando milhares de vidas, mas outras tragédias seguem ocorrendo como sempre aconteceram. Quem não se lembra da queda do avião que levava o time de futebol da Chapecoense e que tirou a vida de 71 pessoas, entre jogadores, comissão técnica, jornalistas e convidados, em 2016?

A questão é que o ser humano não se prepara para a morte, mesmo sabendo que ela é a única certeza nesta vida. Os moradores de Beirute, como os passageiros do avião ou tantos outros envolvidos em incidentes, não tinham a menor ideia do que estava para acontecer e viviam como se fosse um dia qualquer. Mas, em um piscar de olhos, o que existia ali em seu entorno deixou de existir. Essas tragédias deixam pais, mães, avôs, tios, cônjuges, filhos e amigos sem aqueles que amam e tendo que lidar com a dor.

O que a perda faz?
A psicóloga Sandra Almeida explica que por causa dos problemas atuais, como desemprego, dívidas e doenças, entre outros, a dor da perda tem se tornado ainda mais intensa. “Antes já era difícil lidar com ela e com a pandemia tudo piorou. Cada pessoa lida com o luto de maneira singular. O mundo trouxe mudanças e impactos significativos para a nossa convivência e um desgaste emocional ainda maior.”

Sandra afirma que sair do luto é necessário, pois é preciso ter um novo olhar e aprender a valorizar as pequenas coisas e momentos como uma dádiva de Deus.

Mas como sobreviver à perda de alguém que amamos? As histórias a seguir ensinam como suportar um momento tão doloroso.

“Perdi minha filha”
A dona de casa Maria das Graças Pereira Gonçalves, (foto abaixo) de 68 anos, que frequenta a Universal há 36 anos, é um exemplo. Ela diz que enfrentou perdas importantes: a morte do pai, que faleceu de parada cardíaca quando ela tinha 24 anos; a do marido, em um acidente de carro; e a da filha. Nessa época, Maria, que já conhecia a fé, explica que conseguiu suportar a perda por conta da sua comunhão com o Criador. “Quando conheci a Deus, eu tive o entendimento que a morte é algo que todos vamos passar, mas que eu deveria me importar não com o partir, mas com a minha alma depois disso. A partir daí eu sempre lutei pela Salvação do meu marido e dos meus filhos.”

Maria ficou viúva aos 41 anos e com quatro filhos para criar. Vânia, a filha do meio e que tinha 12 anos, passou a ser uma adolescente revoltada, já que o pai dela fazia tudo que ela gostava e com a mãe era diferente. Com apenas 15 anos, Vânia saiu de casa e se envolveu com as drogas.

A certeza
Maria relembra que sempre orava pela conversão da filha nas reuniões da Universal e nunca questionou Deus quanto ao motivo dela ter de passar por aquela situação. “Deus iria fazer a vontade dEle. O Senhor não é mentiroso. Ele prometeu na Palavra dEle salvar toda a minha família e eu creio nisso.”

Em julho de 2014, ao retornar para casa, Maria viu uma viatura de polícia em frente à sua residência. Os policiais perguntaram se ela conhecia Vânia e um dos agentes mostrou a foto da moça, que estava com 34 anos. Depois de dizer que era mãe dela, foi informada que a filha tinha sido assassinada e que sua cabeça decapitada fora deixada em uma rodovia havia quatro dias.

Maria recorda que a notícia foi equivalente a receber uma punhalada no peito. “Quando perdi meu pai, perdi a minha referência. Quando meu marido se foi, eu fiquei como um corpo sem cabeça e demorei para estabilizar a minha vida. Quando perdi a minha filha, a dor foi inexplicável.”

Contudo Maria tinha certeza que a filha estava salva: “assim que saí do enterro, fui para a Igreja ajudar outras pessoas. Meus familiares me questionaram se eu não sentia a dor da perda. Claro que eu sentia, mas a certeza que minha filha estava nos braços de Deus me impulsionava a seguir. Quando cremos e praticamos a Vontade do Pai, temos essa segurança de que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus”.

Em entrevista exclusiva à Folha Universal, o Bispo Adilson Silva diz que é natural que a pessoa sinta dor ao perder um ente querido, mas o que faz a diferença para que ela a enfrente melhor é sua estrutura espiritual. “A pessoa que tem um relacionamento estreito com Deus passa a fazer dEle a sua razão de viver. Todas as outras pessoas têm a sua importância, mas não são o tudo dela.” Ele ainda ressalta que quem não tem esse tipo de relação acaba fazendo de pessoas e coisas que são perecíveis o centro da sua vida e que ao perdê-las ficam sem chão.

A paz que a fé traz
A enfermeira Verbenia Maria Ribeiro da Silva, (foto abaixo) de 28 anos, encontrou essa comunhão quando conheceu a Universal ainda na infância. Os pais da jovem frequentavam a Igreja e criaram as filhas na Presença de Deus. A família dela sempre foi unida em razão da Fé. Sua mãe, Geralda Maria Ribeiro da Silva, de 51 anos, e seu pai, Raimundo Nonato da Silva, de 53 anos, serviam a Deus há 29 anos como obreiros em Teresina, no Piauí.

Verbenia explica que, desde nova, ela e as duas irmãs sempre ouviam a mãe ensinar sobre a Salvação. “Minha mãe falava que tínhamos que ter intimidade com Deus e que era preciso estarmos prontas para partir deste mundo.”

Parada Cardíaca
Verbenia conta que, no dia 18 de junho de 2019, estava em uma reunião da Universal quando recebeu a notícia que um familiar tinha falecido. Não disseram a ela quem era e, quando chegou ao hospital, ela descobriu que sua mãe tinha sofrido uma parada cardíaca. A mãe dela não tinha nenhum problema de saúde nem estava doente. Verbenia diz que naquele momento passou um filme na sua cabeça: se lembrou de quando orava com a mãe e das palavras dela sobre o fato de o Senhor Jesus ser o bem maior em nossa vida. “Deus me deu uma força sobrenatural. Eu estava em paz porque sabia que minha mãe tinha alcançado o maior sonho de todo cristão: estar no Reino de Deus.” Verbenia relata que o Espírito Santo a confortou.

Ela perdeu o irmão
A estudante Anna Karine Barreto Fontinele, (foto abaixo) de 18 anos, frequenta a Universal e também precisou desse conforto depois de perder o irmão, Arthur Barreto Fontinele, (foto abaixo)  de 26 anos, em junho deste ano. Ela relata que a morte do irmão lhe trouxe um misto de emoções: “no dia que ocorreu, não pude demonstrar nenhum sentimento, pois tinha que ser forte para ajudar meus pais e minha cunhada. Eu vi o agir do Espírito Santo em mim como eu nunca tinha visto antes. Eu podia senti-Lo me segurando e me dando força. Tive que chorar sozinha, mas em todos os momentos vi Deus comigo”, relata.

Arthur era obreiro, coordenador da Força Jovem Universal em sua cidade e já estava na Igreja há 12 anos. No último dia 7 de junho, por conta da pandemia, ele estava em casa se arrumando para participar de uma live com a banda da FJU e foi atingido por uma bala perdida que atravessou a janela. O tiro perfurou o coração e o pulmão dele. Ele faleceu imediatamente.

Anna relata que o irmão era um referencial de fé e recorda que ele falou sobre a morte em uma das reuniões on-line que fez com os jovens.

“Ele colocou uma imagem de um cemitério e nos perguntou o que enxergávamos naquela imagem. Muitos responderam que era a morte, o fim da vida, mas ele respondeu que a imagem representava um novo começo: a vida nos braços de Deus.”

Os melhores dias
Anna diz que seu irmão viveu seus melhores dias durante a pandemia, pois ele passou a focar ainda mais na vida espiritual. “Uma das lembranças que me ajudam a superar a perda dele é a consciência que ele tinha sobre a morte e o destino da alma. Sei que meu irmão estava preparado. Ele dizia que ninguém é imortal.”

Ela confessa que no começo questionou a morte dele, mas concluiu que a perda de Arthur ganharia muitas almas. “A dor é intensa. Nunca tinha sentido algo assim tão avassalador. É a dor da perda, do trauma, de ver meus pais inconsoláveis e a dor da saudade, tudo junto. O Espírito Santo, porém, supre, porque Ele me trouxe a certeza que o meu irmão não morreu, mas viveu.”

Morrer para viver
A promessa de que a morte não é o fim foi dada pelo Senhor Jesus. Em João 11.25-26, Ele disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em Mim, ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em Mim, não morrerá eternamente.”

O Bispo Adilson Silva enfatiza que muitas pessoas acreditam que a morte é o fim por causa das incertezas que elas têm quanto ao que vem depois. “Compreender que existe a vida eterna e, nela, só dois destinos – o céu ou o inferno – traz a preocupação com o futuro da alma.” Ele deixa um alerta: “entregue-se ao Senhor Jesus de corpo, alma e espírito. Ele é a porta para a vida eterna com Deus. Os acontecimentos no mundo sinalizam que estamos vivendo o Fim dos Tempos e a morte não avisa quando virá”.

É preciso zelar pela sua alma. Não deixe isso para amanhã. Procure a Universal mais próxima e priorize somente Aquele que pode lhe dar vida eterna: o Senhor Jesus.

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Colaborador

Maiara Máximo / Fotos: Cedidas e getty images